• Capítulo 03 •

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Ligação on;

Major: Repete esses proceder para mim, truta. - Levanto da cama, já puto.

TKR: Você me ouviu, Major! Não mata esse menor, ou o bagulho vai ficar tenso aqui fora. - Mesmo sem ver, consigo imaginar ele passando a mão na barba todo estressado.

Major: Como assim não mata o menor? Ele foi x9, caralho. Vou matar sem dó, porra! - Já falo altão, fazendo os mano da cela me olhar de canto de olho. Suspiro, tentando me acalmar.

TKR: Eu falei que não é para matar e ponto! Faz o que eu mando, ou vai ser cobrado igual a qualquer um. Não vou te aliviar só porque é meu sangue, tá ouvindo, caralho?

Major: Tu nunca me aliviou, porque iria fazer isso agora? - Rio irônico. - Se preocupa não, parceiro, vou nem tocar no menor. Fé pra ti. - Desligo sem esperar resposta.

Ligação off;

Eu tô puto, irmão. Como assim não é pra matar aquele vacilão do caralho? Fez merda tem que ser cobrado, foda-se tudo!

Na moral, nem sei que acordos o TKR tá fazendo lá fora pra poupar o moleque, quanta grana, droga ou arma tá envolvida, mas rato não tem perdão, porra. Nunca! Perdoa um, tem que perdoar todos. Se souberem que a Gestão da Família poupa x9, o bagulho vai virar um circo. E o palhaço aqui vai tem que se virar pra controlar esses animais.

Passo a mão na cabeça sentindo a raiva me consumir cada vez que eu penso mais. Parada de eu estar fora de mim em menos de um minuto. Puta que pariu! Jogo o celular na parede, vendo ele cair todo fudido no chão.

Bolado: Ô caralho! - Grita indo pegar o celular e eu já dou uma encaradona nele. - Porra, destruiu o bagulho.

Major: Grita não, Bolado.

Bolado: Gritei contigo não. Gritei pro vento, pô. - Se faz de louco. - Ih, tá nervoso, irmão? - Sorri me afrontando mesmo e eu bufo, nem caindo nas provocações dele.

Me aproximo dele, indo mais pro canto. Na moral, o que eu mais odeio é esses curioso que fica só ouvindo e vendo tudo que eu faço. Tô ligado só de olhar que eles se cagam de medo de mim, mas cuidado sempre é pouco com olho junto.

Major: O caralho do TKR disse para mim deixar o menor em paz, se não vai dar b.o pra eles lá fora. - Falo mais baixo, só pro Bolado ouvir.

Bolado: Ih, caraí. E o que cê disse, parceiro? - Sussurra de volta, se interessando.

Major: E eu vou dizer o que, Bolado? Melhor ficar quieto do que ser cobrado, porra. Aquele arrombado não vai me poupar e eu tô ligado nisso.

Bolado: Merda, não vou poder dar nem um cascudo no x9? - Eu nego. - E formiga na boca? As não com veneno. - Solto um riso de lado, negando com a cabeça. Só esse cuzão pra me fazer rir uma horas dessas.

Major: Ele deixou claro que não é pra mim tocar nele. - Boto a mão no bolso - Mas ele não falou nada de ti. - Olho o menor de animar todo.

Bolado: Caralho, é sério? Vou atrás de um formigueiro amanhã de manhã. - Esfrega as mãos. - Tu vai ver, porra. Aquele vacilão vai desejar morrer. - Eu sorrio de lado, encostando as costas na parede.

Tô ligado que tô sendo dissimulado e to me arriscando pra porra, mas na moral, se o TKR realmente acha que vou conviver com um rato de merda, ele não faz a melhor ideia do filho que tem. Posso eu não tocar no arrombado, como meu pai mesmo pediu, mas nem morto eu vou aceitar x9 da minha facção continuar vivo, porra!

Vivendo AvançadoOnde histórias criam vida. Descubra agora