(1) heather

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04.00pm

não queria estar aqui, tinha passado tanto tempo desde que estivemos todos juntos sentia que não os ia reconhecer -  nem eles a mim - quando sai do taxi percebi que talvez fosse melhor ter ficado no meu apartamento - sozinha.

todo o conceito de grupo de amigos estava tão queimada na minha cabeça, que simplesmente não o ter era normal, o meu telemóvel não vibrava com mensagens num grupo qualquer, não comentava politica, música ou arte com nenhum deles, não fumávamos juntos, não bebíamos juntos, eles não estavam lá para mim nem eu para eles, era a relação mais singular que tinha, com este grupo de pessoas que anos antes pareciam ter sido a razão da minha queda.

não queria estar com eles nas passagens do ano nem no meu aniversário, não queria jantar com eles ou passar mais tempo com eles do que era necessário - o que hoje em dia seriam zero segundos zero horas zero dias. não me magoava não me chateava e não me deixava mais triste.

"não sei se estou a ver-te bem" ouço e viro a cabeça na direção do som "wow..." ele solta e a sua cabeça inclina para o lado enquanto olhar para mim.

"sam" suspiro o ar sai da minha boca para formar uma nuvem de calor no ar e ele aproxima-se mais o que me faz suster a respiração, ele lança um braço em volta dos meus braços e aperta-me contra o peito dele, afasto-me e aperto mais o meu casaco.

"não sabia que vinhas" nem eu "pensava que íamos ser só nós como sempre" ele confessa e faz caminho até à entrada subindo as poucas escada até à porta.

"não sabia que vinhas" nem eu "pensava que íamos ser só nós como sempre" ele confessa e faz caminho até à entrada subindo as poucas escada até à porta

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empurrando para o tema de pensamento a razão pelo qual estou agora a seguir sam e a esperar pacientemente que a porta se abra.

também não sei, não sei porque estou aqui - talvez curiosidade, talvez a minha vontade de existir precise de mais uma razão para diminuir, não sei, estou aqui atrás de sam que agarra numa das mãos um saco branco com algo dentro. 

a porta abre.

"sam" ouço e vejo uns braços a puxar sam pelo pescoço e o mesmo braço que me abraçou repete o movimento no corpo na sua frente e depois desvia-se para me verem.

roxanne, alta e cabelos compridos pretos, olhos castanhos caramelo e um piercing no lábio inferior - ela olha para mim com olhos confusos mas sem maldade nenhuma em não me reconhecer.

"não acredito" ela solta e sorri olhando para sam que encolho os ombros e lhe responde "exatamente" ela sorri e a sua mão agarra o meu ombro "vamos entrar está frio" ele puxa-me ligeiramente e avanço para dentro do apartamento.

está calor, a casa é quente o corredor está coberto por uma carpete vermelha, sam habituado com o ambiente desaparece pela direita e fico parada na entra depois de roxanne fechar a porta.

"pensávamos que não vinhas" ela diz mais baixo "podes tirar o casaco" ela gargalha e descongelo a minha posição e começo por pausar a minha bolsa no chão e tiro o casaco comprido e deixo-o junto com os outros na entrada da casa "sentimos a tua falta" ela sorri e agarra a minha mão para me guiar.

chaos + hsWhere stories live. Discover now