depois da ponte

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heather

depois da ponte acho que nunca tinha corrido tanto, quando parei os meus pulmões pareciam querer sair pelas minhas costas, a minha cara aqueceu tanto que nem as minhas mãos geladas ajudavam - foi uma tentativa falhada eu sabia disso.

quando cheguei a casa e fechei a porta do quarto encostei-me a ela até a minha respiração voltar ao normal, as minhas botas ainda estavam nos meus pés, as minhas pernas estavam cansadas - puxei o cachecol do meu pescoço e respirei fundo - merda.

estava cansada e sabia porquê, estavam tantas coisa a acontecer, gostava de conseguir compreender pelo menos metade apenas para não me sentir tão inútil - o sono estava a deixar-me mole e empurrei o meu corpo da porta e deitei-me na minha cama era pequena e tinha lençóis frios para o tempo que estava.

adormeci mas acordei horas depois com klaus a bater na porta do quarto.

"heather" gritou com a voz mais grave que o costume - virei-me na cama para olhar para o despertador 07.12 am "a anne está lá em baixo" ele diz antes de o ouvir a afastar-se - a renda - levanto-me rapidamente prendendo o cabelo com o elástico no pulso, destranco a porta.

a luz do sol faz-me serrar os olhos e desço rapidamente as escadas, o cheiro a torradas quase me fez parar na cozinha mas corro para a porta de entrada.

anne estava de braços cruzados e quando me viu avançou alguns passos.

"heather querida eu preciso do dinheiro" ela diz e consigo ver a tristeza dos olhos dela.

"eu não tenho anne" confesso "não tenho tudo" emendo e ela fecha os olhos e respira fundo.

"dá-me o que tens" ela diz e viro-me para entrar na casa novamente - agarro a minha bolsa em cima do sofá e tiro todo o dinheiro que tenho dentro da carteira, viro-me olho para as notas na minha mão e tiro um nota de vinte - entrego o dinheiro a anne e ela vira-se sem dizer mais nada entra no carro e arranca.

entro dentro da casa e respiro fundo - a roupa espalhada as cervejas por todo o lado, esta casa nunca vai estar arrumada, começo por agarrar a roupa espalhada pelo chão sofá até às escadas - vejo emma na cozinha sentada à mesa com klaus.

"preciso da vossa parte" digo e atiro a roupa para dentro da maquina de lavar.

"não tenho nada" klaus defende-se e viro-me ficando encostada à maquina e cruzo os braços e olho para emma esperando pela resposta.

"já te dou" ela revira os olhos e volta a olhar para o telemóvel - inclino a cabeça para o lado e as minhas sobrancelhas juntam-se "o que foi" ela diz atirando o olhar para klaus quando este lhe bate com o cotovelo, ela olha para ele que olha para mim.

respiro fundo antes de falar.

"não tenho e já te dou não foi aquilo que eu pedi" digo calmamente "eu não tenho de trabalhar e pagar por tudo" descruzo os braços e avanço para a mesa onde eles estão sentados "mas já que isso acontece, quando eu peço a vossa parte" paro durante alguns segundos passando o olhar de um para o outro "vocês fazem o que eu digo" termino.

emma levanta-se rapidamente e desaparece pelas escadas acima, klaus fica a olhar para mim e consigo ver o olhar de surpresa a passar para um de tristeza - sinceramente não sei mais que fazer com eles.

subo as escadas em direção ao meu quarto e de olhos fechados mando-me para a cama - devia de tomar banho e ir trabalhar - o meu corpo está tão cansado e não consigo tirar de mim o cheiro a nicotina e cereja.

a mão fria dele na minha e a força que fez para eu descer, mesmo que depois tenha sido um idiota, é a razão pelo qual estou aqui.

abro os olhos e olho para o teto com vários posters suspiro e levanto-me dispo-me visto uns collans uma saia uma camisola preta de alças e um casaco, agarro as minhas coisas numa mão e saio do quarto tranco a porta e desço as escadas.

chaos + hsWhere stories live. Discover now