1. me proponha sua confiança

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bem vindes a 'vulgar'!

essa história tem um lugar muito especial no meu coração, espero que vocês gostem ♡

se curtirem, deixem um fav aqui embaixo e comentem o que acharam, blz?

boa leitura.
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Busan, 1999

Os olhinhos brilhantes se abriram em milésimos de segundos, analisando se o campo estava seguro ou não. Assim que concluiu que a luz do corredor estava apagada, jogou longe seu edredom do Buzz Lightyear e levantou as perninhas até estarem fora da cama. Sustentou os braços magros para conseguir pisar no chão gelado, e assim que conseguiu procurou por suas pantufas verdes e fofinhas do Rex.

Não se foram muitos segundos até que tivesse os dedinhos envolvidos pelo tecido felpudo e já estava de pé. Tirou as cortinas finas da frente da grande janela e escutou um trincado de fora do quarto, virou o rosto imediatamente, desconfiado. Entretanto nada aconteceu, então voltou sua atenção para a paisagem do lado de fora.

Se abaixou com o rosto grudado no tapete colorido e também temático, tateando no escuro debaixo de sua cama, respirando fundo com medo de encontrar algum monstro tenebroso das histórias que seu irmão mais velho contava. Assim que sentiu a textura emborrachada, puxou o equipamento para si e se levantou com aquilo nos braços.

Dando mais uma olhada para a porta, suspirou e decidiu que não precisava mais temer coisa alguma, sua mãe estava definitivamente dormindo.

Abriu a janela e abriu o suporte, sentindo os olhos brilharem corajosos com o grande telescópio. O pegou, sentindo o peso dificultar seu trabalho, e o posicionou certeiro, já sabendo para onde olhar pelos seus vários dias de treinamento antes da noite que escolheu especialmente para este tipo de tarefa.

Tirou o tampão da lente e posicionou o olho esquerdo ali, mirando-a entre as diversas outras impostoras até que a grande lupa apontasse certeira na sua luz particular.

Sua pupila dilatou e a grande estrela pareceu ampliar seu brilho, como se lhe estivesse dando um saudoso "oi".

O garotinho sorriu quadrado, expondo a boca banguela. Se afastou por um momento para dar pulinhos de alegria por ter a achado tão facilmente e voltou a olhar pelo vidrinho.

— Eu disse que ia te ver hoje...

Sussurrava eufórico devido ao horário, mas seu coraçãozinho tão pequeno parecia inchar de emoção a cada batida. A estrela falhava por alguns momentos apenas para voltar a brilhar mais intensamente.

E entre seus espectros luminosos, o menino viu ela mudar de cor.

— Roxo? — as sobrancelhas se ergueram, incrédulo — Como sabia, papai?

E o roxo pareceu se transformar em púrpura, arrancando mais um suspiro encantado do garoto. O astro se comunicava com o pequeno e este entendia como um fluente da língua das constelações.

— A mamãe não queria me dar meu skate na cor que eu queria, ela me deu ele todo vermelho — baixou o olhar, como se lembrasse da sensação tristonha ao receber o presente. — Eu fiquei muito feliz, porque eu queria muito um. Mas roxo era a sua cor, papai.

O astro perdeu toda a sua intensidade, se transformando em um mero ponto de luz, descarregado quanto a sua felicidade quando notou a tristeza do garoto.

— Eu já tinha contado para o Jimin que eu iria ganhar um skate roxo, ele ficou muito ansioso também. Jimin é sempre ansioso com tudo. — sorriu mais um pouco, lembrando do amigo baixinho de bochechas coradas. — Ele ia amar te conhecer. Eu já contei de você pra ele, sabia?

VULGAR ↬tkkOnde histórias criam vida. Descubra agora