4. amigo&companheiro

52 7 13
                                    

Voltei meus amores <3

dêem um fav se gostarem e comentem bastante, adoro conversar com vocês ;) 

🦋

Os dias não se passaram tão rapidamente como Kim Taehyung esperava. Na verdade, seus minutos se transformaram em horas no momento em que sua mãe passou a ter mais interesse em gastar seu afeto com seu irmãozinho pequeno.

Este gesto, mesmo que bondoso, lhe incomodava por partes e ele não queria admitir tal coisa, mas desconfiava da própria mãe. Não deveria, mas todos os quase dez anos que se sucederam após a morte de seu pai lhe causaram tal pensamento. Desde quando foi obrigado a assumir o papel de responsável por Hyuk.

Desconversou, porém, dizia para os outros que eram as aulas lhe tirando a paz.

Como uma fumaça distorce a visão quando está no ar, seu nervosismo lhe distorceu a vida e sua tranquilidade enquanto batia o pé contra o carpete em tons de bege do seu quarto. Acordou cedo naquele dia, especialmente naquele dia. O celular era apertado entre os dedos cheios de anéis e o Kim olhava para um ponto aleatório na sua parede, apenas até seu alarme tocar.

Iria para a faculdade, e despretensiosamente, esperaria pelo de cabelos cor de cereja na portaria.

E assim o fez. Puxou a mochila pesada de cima da cadeira da escrivaninha de madeira envernizada, lhe dada pelos avós anos e anos atrás, tanto que tinha partes onde o tempo lhe provocara partes descascadas e algumas bolhas infladas nas pontas, e saiu corredor afora. Assim que pisou os tênis pretos de cano alto na sala, sentiu um cheiro amanteigado chegar até si. Deu uma fungada breve e foi até a cozinha, dando de cara com a mais velha da casa com as mãos segurando a frigideira de onde preparava um ovo mexido.

Quase deixou o queixo cair, mas se aproximou quando os seus olhos caíram sobre si, e a mulher sorriu.

— Filho! Bom dia!

— Bom dia — não era a intenção, mas seu tom terminou por sair um pouco abaixo do comum, por ter recém acordado ou pela latência de algo gelado entre os dois naquela cozinha apertada.

Se sentou na mesa e notou o avental amarrado na sua cintura.

— Eu pensei que seria melhor te ajudar, sabe, fazendo seu café — disse a mais velha, e desligou o fogo. — Você não deve se atrasar.

— Ah, obrigado, mas não precisava. Eu nunca me atrasei, e o Hyuk dorme essa hora, então...

— Veja se está bom — ignorou a fala do filho. — Nem me lembro a última vez que acordei a esta hora para preparar algo, meu cérebro pode ter confundido as coisas, são os remédios, querido.

Taehyung assentiu expondo um sorriso amarelado e pegou uma torrada. Estava levemente queimada nas bordas e seu gosto lembrava o de papelão, entretanto degustou com educação, não deixando transparecer através do sorriso simpático o quanto a repulsa lhe atingiu com aquela gororoba. O ovo estava frio e meio cru. Bom, nada mal para uma iniciante no ramo dona-mãe-nova-cozinheira. Partiu o pão tostado em pedaços e juntou-os aos ovos, deglutindo o bolo sem sabor.

Era um prato simples, mas sua mãe pareceu atenta em relação à reação do filho, ela esperava veemente aquilo, com os dedos arrastando a franja preta como carvão para trás das orelhas nuas, em um claro sinal de ansiedade.

O garoto apenas acenou com a cabeça e engoliu tudo, lhe causando um arrepio na nuca que mal foi notado pela mulher, que sorriu satisfeita e orgulhosa de si. Ela foi até a geladeira e a abriu, puxando de lá um suco de laranja de garrafa. Taehyung comia mais quando ela pôs um copo daquilo e o ofereceu, o qual aceitou de bom grado.

VULGAR ↬tkkOnde histórias criam vida. Descubra agora