O grande problema com velhos hábitos é que, não importa o quanto você tente fugir dele, de uma forma ou de outra, você sempre será tentado a voltar para eles. É como um comodismo, uma situação cômoda na qual o indivíduo já está tão acostumado a viver que, apenas resistir aquilo é como resistir a uma enxurrada de sentimentos que parecem que irão te sufocar, que irão pegar o seu pescoço de forma tão forte e azucrinante que enquanto você resistir, mais difícil será de sair da situação.
Só que não importa o quanto o destino seja tendencioso e violento, o quanto faça suas mãos tremerem para falar algo, não importa o quanto ele respirou fundo mil vezes e engoliu as palavras como uma semente espinhosa em sua garganta, Louis Tomlinson é a pessoa mais decidida do mundo e quando ele toma uma decisão com todo o seu coração, é quase impossível voltar atrás dela.
Louis acredita que sim, um homem sábio muda de opinião, mas um homem sábio também sabe a hora certa de não mudar sua decisão apenas porque o outro lado da equação vetorial está tentando fazer com que o mesmo responda. É por isso que quando chega a notificação do conselho falando que ele deve se apresentar em uma reunião urgente na terça-feira, ele ignora, porque ali, no papel impresso em letras garrafais e maiúsculas, está o remetente.
Harry E. Styles.
Louis sabe o que Harry está tentando fazer, ele conhece o cacheado como a palma de sua mão e sabe que o silêncio de sua parte corrói o presidente da Kappa da forma mais excruciante possível. Harry quer que Louis responda, ele quer voltar aos velhos hábitos nos quais eles brigam durante horas a fio, ele quer dar um tiro no joelho de Louis e receber um de volta no braço, ele quer que Louis fale, que ele reaja, que faça qualquer coisa para que sua atenção seja desviada novamente para o cacheado.
Mas Louis não fará isso, porque sua decisão foi o silêncio, porque ele está cansado de andar em círculos com Harry e sempre voltar para os mesmos hábitos claramente tóxicos e abusivos. Louis não é idiota, ele sabe que sua relação com o cacheado não é a melhor relação do mundo, ele sabe que em partes a culpa é sua por deixar chegar onde chegou, mas ele também sabe que grande parte dessa culpa é de Harry.
É claro que existem dois lados, mas a verdade é que nenhum deles está certo. Ele errou em muitos quesitos, ele foi infantil em milhares de outros quesitos, ele empurrou quando não devia empurrar, ele quebrou quando não devia quebrar. Mas Harry? Harry deixou que ele fizesse isso, o cacheado queria que ele fizesse isso, porque não importa o quanto ele tente negar, Harry se alimenta de toda e qualquer atenção que Louis deposite nele. Harry provocou quando não deveria provocar, agiu escondido para todas pensarem que o errado era Louis, criou debates e mais debates com pessoas conhecidas apenas para mostrar que Louis era o desequilibrado da situação, apenas para fazer com que o menor se estressasse e provasse essas mesmas pessoas a exata situação que ele estava falando.
Não é falando que não houve momentos bons, é claro que houve momentos bons. Louis pode se lembrar de quando eles se conheceram, pode lembrar dos cachos de Harry caindo em seus olhos de forma tímida enquanto Louis, na época capitão do time de futebol, ria e falava que estava tudo bem o garoto ter furado a bola de Louis com os pneus de seus carros enquanto Louis e alguns outros jogavam despreocupadamente em uma das ruas do campus.
Ele se lembra de sentir uma compreensão do seu ser nos olhos de Harry, como uma escuridão que o puxava para perto do cacheado, como quem dizia: 'Se aproxime do abismo e o sinta piscar de volta para você. Se jogue na escuridão, e seja abraçado por ela.' Louis se lembra de apenas rir, dar um empurrão em Harry de forma que o garoto se balançasse e quase caísse de joelhos e então sair correndo. Era o primeiro ano de Harry na Universidade de Londres e o segundo de Louis.
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fight! • l.s
FanfictionEu só quero começar uma briga, garoto. Ninguém pode estar certo sempre, garoto. Não aguento mais você sempre ser pacífico. Cansado para caralh* de você sempre tentando bancar o bonzinho, garoto. Eu só quero começar uma briga! ou Aquela em que Harr...