1 ano depois.
O dia começa como qualquer outro dia começa.
O céu opaco e cinzento é tomado por pequenos raios ultravioletas que brigam com as nuvens carregadas por um espaço. A luz, por mais obscura que ela seja, retira a escuridão da noite anterior.
Agora, parcialmente iluminada, a atmosfera diurna assume o lugar da atmosfera noturna, que era completamente irrepleta de estrelas, a poluição grande demais no centro da cidade de Londres para que seja possível visualizar qualquer resquício de nuvens de gás interestelar interagindo com a poeira há baixas temperaturas no vácuo do espaço.
Sem moléculas e átomos de nuvens de poeira estelar e hidrogênio que viveram há milhares de anos luz, uma noite escura, parada no tempo, gélida e sem estrelas que morreram e que estão apenas sendo observadas de um passado tão, tão distante.
O dia começa como todo dia começa, um dia cinzento e monótono, sem nada realmente especial acontecendo.
O nosso protagonista, no entanto, observou o céu mudar do azul royal para o branco com tons de grafite antes mesmo que o dia começasse. Seus cabelos caem em seu rosto, e da sacada de seu quarto, é possível observar as pessoas se movimentando para fazerem o que elas estão acostumadas a fazer.
A sua rotina.
A mesma coisa.
Todo santo dia.
Todo dia santo.
Sempre as mesmas coisas. Em um looping infinito, como um paradoxo de bootstrap. Quando elas começaram a fazer o que fazem? Porque elas começaram? Onde elas começaram? Suas rotinas são realmente suas, ou você está fazendo ela a tanto tempo que parece pertencer a você, quando na verdade, você pertence a ela? Onde você começa? Onde a sua rotina acaba? E vice-versa? Quando tudo começa e quanto tudo termina?
Está vendo, é como dito anteriormente. Como o nosso protagonista saberia onde algo acontece e algo termina, quando a maior porcentagem da sociedade nem ao menos consegue responder simples perguntas? Ele é como qualquer uma dessas pessoas.
Parado no tempo. Sem saber onde ele começa. Ou onde o que lhe falaram que ele era termina. Como estrelas que morreram há tantos anos, é possível apenas vislumbrar o que lhe foi dito ser o que era.
O paradoxo de bootstrap, ou paradoxo ontológico, é um paradoxo da viagem no tempo em que as informações ou objetos podem existir sem nunca terem sido criados. Eles apenas existem, soltos entre o passado, presente e o futuro. Existindo. Orbitando. Mas sem realmente possuírem origens.
Então aqui está ele, o nosso protagonista, talvez não tão amado e esperado como a maioria dos protagonistas é, mas quem é ele para tentar te fazer entender quem ele é, quando nem ao menos mostrou sua face durante tanto tempo?
Quem o nosso protagonista pensa que é, quando sempre manteve uma postura exemplar e ereta, um sorriso singelo em seu rosto, nunca atingindo os seus olhos que permaneciam abertos, mas obscurecidos a todo o momento?
Quem ele acha que é, se nem ao menos a única pessoa que conseguiu estender as suas mãos e arrancar a máscara que cobria o seu rosto, a única pessoa que conseguiu despedaçar a sua carapaça, a única pessoa que o encontrou em um farol em um mar turbulento, nem ao menos ela, foi capaz de o entender?
Então aqui está Harry Styles, o nosso verdadeiro protagonista, e essa é a sua versão da história onde duas estrelas, dois astros, dois mundos diferentes colidiram e formaram uma supernova.
[...]
Quando novo, Harry Styles nasceu com um choro estrondoso e pulmões tão fortes que poderiam te fazer querer colocar tampões de ouvido para escapar. Ele nasceu tão vermelho quanto o planeta Marte com duas areias vermelhas onde o óxido de ferro predominante em sua superfície lhe dá uma aparência avermelhada.
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fight! • l.s
FanfictionEu só quero começar uma briga, garoto. Ninguém pode estar certo sempre, garoto. Não aguento mais você sempre ser pacífico. Cansado para caralh* de você sempre tentando bancar o bonzinho, garoto. Eu só quero começar uma briga! ou Aquela em que Harr...