"and i can't ignore (you)"

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Acontece tão de repente que Harry pensou que por um momento, um buraco de minhoca havia aparecido em seu quarto e transportado ele para outra dimensão. Mas hey, é assim que você espera que Louis haja, certo? Tão imprevisível como o mar em seu momento extremamente calmo.

Para falar a verdade, você deve se preocupar quando um mar está mais calmo do que o normal, quando ele está pacífico demais. Você sabia que o oceano fica extremamente parado e calmo antes de uma grande tempestade? Quando isso acontece, você deve saber que o que se seguirá será destruição. Devastação.

E esse é Louis, a calma antes da tempestade. Ele é a calma. Mas ele também é a tempestade.

As vezes Harry esquece que apesar de conhecer o menor, ele nunca sabe o que irá acontecer em seguida, ele nunca sabe quais serão as consequências que se seguirão depois da calma ser quebrada e o mar se revoltar em sua fúria insubjugável.

Em momentos como esse, a sua memória volta a tona.

Vividamente.

Em um momento Louis está em seus braços, se aninhando neles como um filhote de gato, no outro, ele dá um pulo e se solta deles, como um gato já velho e astuto, acostumado com a vida nas ruas e pronto para atacar sem pensar duas vezes.

"Louis?" Harry pergunta, sua voz pesada com a confusão do porque o menor estar andando pelo quarto freneticamente, como se não tivesse rumo, o desespero claro em sua expressão facial e suas mãos trêmulas. "Louis?" Ele tenta novamente.

"Isso não deveria ter acontecido!" A voz de Louis está mais fina do que o normal, trêmula e ao mesmo tempo firme, como se estivesse indeciso do que sentir mas soubesse exatamente o que deve fazer. Suas mãos estão recolhendo suas roupas do chão e todo o seu corpo está tremendo.

"Por que?" Harry pergunta enquanto suas mãos puxam sua cueca, colocando seu membro dentro da mesma e começando a se levantar, percebendo as intenções do menor quanto ele começa a colocar suas peças de roupa rapidamente, sua camisa do lado avesso e ele parecendo não notar.

"Louis! Por que?" Harry fala com a voz mais firme, começando a aumentar seu tom, se levantando da cama e pronto para caminhar até Louis, que está abotoando sua calça com uma mão e seus sapatos estão sendo segurados na outra. "Por que?" Ele repete quando perceber que o menor parece não ter escutado ele, e se escutou, não parece fazer questão de respondê-lo.

Louis se vira na direção das portas, sua mão livre pronta para deslizar uma delas e escapar do pequeno pedaço de purgatório em terra que ele parece ter se enfiado.

"Por que?" Harry repete uma última vez quando Louis está de costas para ele, o maior se aproximando lentamente com medo do que uma atitude repentina faria com que Louis respondesse no momento.

"Porque, Harry," Louis começa, sua voz saindo como se estivesse lutando para conseguir ser pronunciada, como se um bolo na sua garganta o impedisse de respirar. "Porque não irá demorar muito para você acordar do seu sonho, abrir seus olhos e perceber que você não está no país das maravilhas. Perceber que você está na sua insípida realidade e esquecer que ele existiu." O menor continua, e se Harry não conhecesse Louis, ele diria que o menor está à beira de lágrimas.

Mas ele não está, certo? Ele não está porque Harry sabe que ele é como aquela música daquele desenho que ele tanto gosta. Esconder, não os deixe entrar, não os deixe ver. Se tem uma coisa que Louis despreza, essa coisa é demonstração de fraqueza. E chorar, pelo menos nessa situação, para Louis, seria uma demonstração de fraqueza.

Harry está tão perto de Louis agora, sua mão estendida quase alcança o braço em que o menor segura seus sapatos contra seu peito.

"Não irá demorar muito, Harry, para você esquecer de mim e agir como se a minha existência fosse uma criação da sua mente. Não irá demorar muito para você agir como se eu nunca tivesse existido. Como fez da última vez."

fight! • l.sOnde histórias criam vida. Descubra agora