fight! • l.s

"so tired of you always tryna play it nice, boy"

Falar que Louis está fumegando de raiva é pouco.

Ele está dando uma caminhado pelas chamas do inferno enquanto o capeta o premia por ser a imagem do pecado capital da fúria. É, isso parece descrever melhor a forma como ele está se sentindo.

Essa é uma das características de Harry que mais irritam Louis, ele sempre age como se estivesse no controle de tudo. Do ambiente, da situação, das pessoas ao redor dele e dele próprio, como se esperasse que o mundo se curvasse ao seus pés.

Ele sempre tem uma resposta extremamente calculada, como se tivesse pensado nisso anteriormente e agora só estivesse constatando fatos e nada iria abalar aquilo. Mesmo que, inicialmente você está certo, você sempre sairá como o culpado.

Harry, de uma forma ou de outra, sempre sai por cima, mesmo que para isso não precisasse aumentar a voz, a mantendo sempre mansa, como se estivesse constatando um fato, não ouvindo nada do que a pessoa que está falando com ele fala, como se o comportamento da pessoa já estivesse sido previsto.

Tudo o que você fala, passa pelos ouvidos de Harry como se fosse uma brisa, algo tão leve que ele não sente nem o vento soprando seus cabelos e permanece indiferente, imutável e inabalável.

Ele sempre tem uma desculpa que ele solta de forma gentil, manipulando a pessoa a acreditar que quem estava errada, inicialmente, durante o tempo inteiro, era ela. Sempre agindo como o bom moço, sempre saindo como 'O Agradável Harry Styles, tão sempre amável e gentil'. Nunca pagando pelos atos dele e muito menos os membros da fraternidade.

Mas Louis conhece Harry, ele conhece Harry melhor do que as pessoas idiotas e ingênuas que ele engana diariamente com a sua pose de príncipe encantado dos filmes da Disney.

Louis consegue ver a sombra calculista, manipuladora e sagaz que envolve Harry, consegue ver o modo como pequenos tiques aparecem na pose robótica do maior, pequenos vislumbres que apenas os olhos mais atentos conseguem enxergar.

Louis bate a porta com força ao sair, pisando forte no chão e olhando ao redor. Ele olha para as duas portas a esquerda, desejando mais do que tudo que alguma delas seja um banheiro para ele jogar uma água no rosto e se acalmar antes de descer.

Ele está cansado de Harry e sua fraternidade fazerem as merdas que fazem e nunca receberem mais do que um tapinha nas costas, alguém sempre passando pano para eles. Harry não é nenhum príncipe encantado da Disney que é sempre disputado por alguém, que nunca é o culpado (por mais escroto que seja), que sempre termina com o que quer. Chega! Tá na hora de alguém fazer eles pagarem por isso.

Ele anda até as portas e abre a primeira, notando que sim, de fato é um banheiro, ele entra. Quando ele vai fechar a porta, percebe uma porta oposta a essa, no corredor do outro lado do corrimão da escada e percebe uma placa escrita 'permitido a entrada apenas de membros ' escrita em vermelho, com um símbolo de proibido.

Ele levanta uma sobrancelha, se perguntando o porque daquilo estar escrito ali, no último andar, o lugar da casa onde pouquíssimas pessoas tem acesso e que sempre fica restrito durante as festas da fraternidade.

[...]

Quando Louis chega ao primeiro andar, depois de ter respirado fundo algumas vezes para se acalmar, e derrubado alguns quadros da parede só para provar seu ponto, ele já consegue deixar seu rosto em uma expressão neutra.

Niall, que está andando de um lado para o outro na frente da escada, o olha de forma cautelosa quando Louis desce o último degrau.

"Tudo bem?" Ele pergunta a Louis cautelosamente, tentando desvendar o que se passa na cabeça do pequeno diabo da tasmânia.