Aviso: As partes em itálico são flahsbacks
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Jooheon parecia distraído depois de saírem da paróquia.
O modo perturbado como estava agindo, mesmo depois de voltarem à delegacia, fez Hyunwoo questionar se estava tudo bem e se tinha percebido qualquer coisa suspeita.
— Nada, infelizmente — o Lee respondeu, suspirando — É só que... Esse lugar está me trazendo uma sensação estranha.
— Em que sentido?
— Parece que... tem alguma coisa escondida.
Hyunwoo o encarou por alguns segundos e então sorriu.
— Ainda bem que você é um investigador, então.
Jooheon sorriu de volta, relaxando os ombros e perguntando se o mais velho não queria comer alguma coisa. A resposta foi, obviamente, positiva e os dois seguiram para fora da delegacia, indo até a mesma pensão de sempre.
Embora o mais novo parecesse menos tenso do que antes, ainda tinha o olhar um tanto perdido e, por isso, Hyunwoo achou que uma dose de soju não faria mal. Afinal, a pressão de concluir aquele caso era grande uma vez que não parecia ser um caso isolado.
Uma nova vítima poderia surgir a qualquer momento.
— Você não gosta de religião? — o mais velho perguntou em dado momento.
— Não vejo nenhum problema em manter a fé — respondeu — Por que?
— Fiquei em dúvida... — remexeu a bebida no copo — Parecia respeitoso na paróquia, mas... Está tenso desde que saímos de lá.
— Está me investigando agora? — Jooheon indagou divertido e escorou-se na cadeira em seguida — Meus pais adotivos eram pessoas que mantinham a fé, então eu aprendi. Mas moramos distante da cidade por um longo tempo, então era difícil irmos à igreja.
Hyunwoo assentiu, absorvendo a informação.
— Então você foi adotado? — perguntou, bebendo um pouco mais.
— Sim... Quando criança — pensativo, Jooheon mordeu os lábios e olhou para o lado de fora — Eu não sei...
— Não sabe... — Hyunwoo quis saber a conclusão.
No entanto, Jooheon apenas crispou os lábios e negou com a cabeça.
— Nada... Não sei de nada.
Percebendo que a conversa estava indo para um lugar onde Jooheon não queria chegar, Hyunwoo retrocedeu. A conversa voltou às piadas ruins que o soju permitia que eles achassem engraçado e, desse modo, terminaram seu jantar.
— Você precisa de carona pra casa? — Hyunwoo perguntou quando estavam prestes a sair da pensão e o mais novo deu de ombros, assentindo.
— Acho que sim — respondeu, emendando em seguida — Você está bem pra dirigir?
— Estou porque as estradas estão vazias a essa hora. — Sorriu; estava apenas um pouco alterado, mas era difícil haver tráfego naquele horário.
— Vou confiar em você dessa vez, hyung.
Os dois entraram na viatura e, ao invés de irem em direção a delegacia, Hyunwoo perguntou onde Jooheon estava ficando desde que havia chegado à cidade. Passado o endereço do motel modesto, os dois seguiram o trajeto em silêncio até chagarem diante da construção bege.
— Descanse — Hyunwoo pediu, sabendo que aquele havia sido um dia cheio — Nós vamos conseguir algo mais amanhã.
Jooheon sorriu, soltando o cinto e lambeu os lábios enquanto se virava para o mais velho. Gostava do modo como ele parecia sério, mas também fazia questão de manter os ânimos calmos e se preocupava em cuidar dos que trabalhavam com ele.
Já havia reparado em sua liderança natural e tranquila durante aqueles dias e o olhar de Hyunwoo sobre si agora não tinha o peso do ego ferido que já havia visto tantas vezes. Sua juventude no cargo que tomava não o intimidava e ele, ainda assim, o tratava com cuidado e respeito.
— Obrigado, hyung — pediu, tocando a perna do outro homem de modo instintivo e natural e o mais velho não teve nenhuma reação a não ser morder os lábios e assentir, com um meio sorriso.
O Lee saiu do carro em seguida, acenando pela janela quando fechou a porta do veículo e observou Hyunwoo partir, ainda em frente ao prédio. Não saiu de sua posição até que o Son sumisse de vista da estrada.
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A família estava reunida para o jantar.
O clima nunca foi ameno quando todos se juntavam daquela maneira, mas era necessário em todas as refeições porque aquele era um momento sagrado.
Naquele dia, no entanto, o ambiente estava ainda mais pesado. O olhar da mãe era baixo, vermelho e carregava olheiras profundas. Ainda estava fraca, tanto física quanto psicologicamente, e não ergueu a cabeça até que o esposo chamasse sua atenção e pedisse que ela fizesse uma oração pela refeição.
A voz era baixa e ela agradeceu com as mãos trêmulas juntas diante do peito. O marido, o único que parecia confortável diante daquele cenário, apenas olhou para os filhos e para a esposa, com grande orgulho.
— Não se entristeçam — pediu com a voz suave — O Senhor dá e ele também tem o poder de tirar.
As crianças à mesa poderiam suspirar aliviadas, mas a postura da mãe denunciava que seu discurso ainda não tinha acabado.
— Diante de tanto pecado, devemos nos lavar e oferecer a Deus um sacrifício com cheiro suave. O que temos de melhor.
Os olhos do pai voltaram-se ao filho mais novo e o garoto estremeceu. Um sorriso surgiu no rosto do patriarca e os ombros do menino se encolheram enquanto ele sentia o coração parar de bater. Em breve, aquela seria uma sensação real, ele sabia.
— Não tenha medo — disse, ainda sorrindo — Porque Deus ama aquele que dá com alegria.
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Pela manhã, o padre caminhou pelo jardim como fazia todos os dias. A paróquia ainda estava vazia e os primeiros fiéis chegariam apenas dali alguns minutos. Ele conhecia cada um, afinal, assim como sua rotina espiritual.
Um cheiro forte chamou sua atenção e o homem levou seus passos em direção ao mausoléu. Parou, alguns metros adiante do local e notou a mancha escarlate escapando do mármore dos degraus da frente. Enquanto caminhava de forma lenta até lá, desviando do líquido que escorria para fora da construção, ele rezava.
Porque o pecado havia invadido até mesmo o lugar de pura santidade.
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Não esquece o votinho <3
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Burned | ShowHeon
FanfictionUma onda de assassinatos leva o investigador Lee Jooheon a Mulbang-ul, na intenção de ajudar a polícia local a desvendar quem está por trás dos crimes. Ele só não esperava se envolver em um emaranhado de pistas que trazem à tona uma tragédia que mar...