Um Domingo Qualquer

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                                       Andy 

 Estava tendo um pesadelo terrível, fanstasmas do meu passado ainda vinham me assombrar, suava frio e sentia que aquilo iria me sufocar; me debatia na cama e acordei gritando com um grito de dor de nada mais nada menos que o do Erick, que se encontrava sentado no chão com as mãos no abdômen com uma cara de dor. 

 - Você está bem, Andy? Pareceu ter um pesadelo muito ruim. - Ele perguntou mesmo estando no chão aparentemente após eu tê-lo machucado. 

 Reparei que eu estava suando e ofegante, minha cabeça doía e longo vi as meninas entrarem. Liz ajudou o Erick e Luna veio e me abraçou. 

 - Aconteceu novamente, não foi Andy !? - Luna diz enquanto me abraça e tudo o que eu faço é chorar, fazendo ela entender que aquilo era um "sim".

[…]

                                        Erick

 - É melhor você dar o fora daqui, bonitão - Liz dizia enquanto me acompanhava pra porta. 

 - Ele está bem? O que houve? - Perguntei preocupado, parecia que todos sabiam de algo, menos eu. 

 Liz abriu a porta e quando eu sai ela disse : - Só...só dê um tempo a ele, tem coisas que você só irá saber quando ele estiver preparado para contar - Ela parecia seria e sem mais brincadeiras, eu me despedi e desci pra casa. 

 Desci as escadas na madrugada e abri a porta lentamente para não acordar meu pai, que ao entrar reparei que estava sentado na varanda vendo a noite se tornar dia

 - Por onde esteve mocinho? - ele disse com num tom alegre e logo se levantou e veio até mim - Como você cresceu, sua mãe estaria orgulhoso de você, meu filho! - colocou a mão no meu ombro enquanto dizia aquilo. 

 - Obrigado, pai, sei que ela iria estar feliz - digo com um sorriso e lhe dou um abraço - Sabe pai !?...sinto saudades dela... 

 - Sentimos meu filho... - Senti o peso da sua fala e logo tentei mudar aquele situção. 

 - Já está amanhecendo, sabe do quê a mamãe gostava? - falei indo pra cozinha depois do abraço e pegando os ingredientes e utensílios - Panquecas com frutas vermelhas e mel, sabe que também amo né?

 - Claro, Erick, vocês comiam aos montes quando era pequeno - O ouvi dando altas gargalhadas enquanto sentava na bancada e me via preparar seu café. 

[…]

 Após o café eu estava no sofá lendo um livro qualquer e tomando chá enquanto nevava um pouco lá fora, mas não conseguia me concentrar no livro, apenas no Andy, eu não sabia como ele se encontrava mas sabia que não estava bem, mas decidi dar um tempo a ele mesmo, sem nem mandar mensagens. 

 Meu pai havia ido comprar algumas coisas e eu me encontrava sozinho em casa, estava com uma camisa de manga comprida e um short folgado, o tempo estava frio e quis verificar a caixa do correio para ver se haviam correspondências, então calcei minha sandália e fui com minha xícara na mão. 

 Sai da minha porta e olhei escada acima para o último andar onde Andy e as meninas moravam, "é Domingo e está tudo quieto" pensei comigo mesmo, mas decidi seguir meu caminho e desci as escadas até o térreo onde fui até a caixa do correio onde tinha correspondências. 

 Ouvi uns passos e umas conversas exaltadas vindo da direção da porta de entrada do prédio, me parecia o Andy e a Elizabeth, não sabia como reagir a não ser esperar elas entrarem. 

 - ...eu não preciso de vocês, estão sempre tentando controlar minha vida. - Vi o Andy entrando e falando com uma voz melancólica, ele estava querendo chorar, logo atrás vinha Elizabeth e Luna. 

 - Não é querer controlar sua vida e você sabe bem disso, Andy, então se controle e nos deixe ajudar pois sabe que pode contar conosco nessas situações, então não seja idiota! - Elizabeth disse firme a ele. 

 - Vocês dois, parem de brigar, por favor... - Luna dizia como se não soubesse o que fazer. 

 Era como se eles não tivessem me notado, o Andy ignorou as duas e foi em direção as escadas, foi quando coloquei as coisas que estavam em minhas mãos numa mesinha e Luna me olhou assustada me dizendo algo como "É melhor você deixá-lo ir", mas ignorei e quando ele começou a subir as escadas o segurei pelo braço direito. 

 - Hey, o que está havendo?  - Perguntei sem entender mas ele logo fez um movimento brusco fazendo eu largar seu braço, ele chorava e parecia com raiva. 

 - Não está havendo nada, só porquê assistimos um filme juntos ontem não significa que pode saber tudo o que está havendo. Sinceramente, acho que foi pena, tudo isso foi pena, eu fiquei com você pois não aguentava ver se humilhar pra mim, não aguentava ver esses olhos implorar algo que nunca vai ter para chamar de seu - Ele dizia aquilo e chorava, mas meu coração estava sendo esmagado, por uma pessoa que eu tentei confiar e entregar, não acreditava que aquilo estava a se repetir, meu olhos estavam cheios de lágrimas mas não queria chorar na frente dele. - Sinceramente, Erick, você não pode ter tudo o que quer só...

 - Tudo bem, Andy, você já explicou o bastante, eu fui um tolo ao tentar me envolver com alguém do seu estilo e caráter... - Subi as escadas em silêncio, parecia que meu coração ia se rasgar, eu fui enganado mais uma vez, me senti um nada, não era como se eu conseguisse tudo o que eu quisesse. 

 Entrei em casa e bati a porta, meu pai apareceu do corredor olhando para mim preocupado esperando uma explicação. 

 - Não foi nada Pai, apenas o vento que bateu a porta rapidamente e não deu para impedir - Falo pra ele com um sorriso no rosto e logo me dirijo a cozinha, ficando de costas na pia - Melhor fazer o almoço, não é velho? Se mamãe soubesse que deixei o senhor com fome ela iria....

 Logo sou surpreendido pela mão quente do meu pai no meu ombro a me virar e logo em seguida ele põe meu avental em mim - Eu não sei qual o motivo de não estar bem, mas sei o que lhe faz ficar bem - Ele me deu um abraço com uns tapas nas costas, meu pai sabia o que estava fazendo - Meu filho, não o vejo triste por nada e quando vejo sei que não é por algo ou alguém qualquer, não se precipite, você é jovem e talentoso, use seu talento para espairecer. - Ele me soltou do abraçou, olhou em meus olhos (os meus e os dele estavam marejados) e deu um sorriso como se quisesse dizer "faça logo esse almoço e ponha logo um sorriso, Erick" e imediatamente foi o que fiz. 

[…]

O almoço foi tranquilo e a tarde seguiu bem, estava no meu quarto pesquisando alguns destinos de viagem, coisa que sempre fazia, me peguei pensando no Andy mas me joguei na cama e fiquei a olhar o teto. Estava quase pegando no sono quando meu pai bateu a porta. 

 - Erick, queria lhe contar algo, não quis contar mais cedo que...[…]

 Meus olhos arregalaram e senti meu coração palpitar em meu corpo, não acreditava que ouvi aquilo, não poderia ser que este é um Domingo qualquer que o universo escolheu para me massacrar, manti a calma e suspirei sentando na cama com os cotovelos apoiados no joelho com minha face ao chão. 

 - OK, Pai...que dia ele chega? 




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⏰ Última atualização: Jan 05, 2021 ⏰

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