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NOELLE

Três dias. Faziam três dias desde que eu tinha esbarrado com o garoto no Omegle, Vinnie, se for esse mesmo o nome dele porque afinal, se eu dei um nome falso ele poderia muito bem ter feito o mesmo. Não consegui encontrar ele através do instagram, afinal, existem muitos Vinnie's em Seattle.

— De novo no Omegle, Noelle? — Lauren me se senta na cama e fica me encarando mas assim que ela percebeu que eu não iria responder sua pergunta ela solta um suspiro alto. É uma pergunta retórica mas eu sei que ela queria alguma resposta vinda da minha parte. — Você está passando muito tempo nesse site, sério.

— Eu sei, eu só... — eu me interrompo ao desistir de falar e respiro fundo. Sei que se eu começar a falar ela vai acabar me falando pra eu desistir pois existem milhares de pessoas aleatórias do mundo inteiro que entram no site todos os dias e se ela falar isso eu vou realmente desligar o notebook e parar de procurar pelo garoto.

Minha irmã mais nova suspira novamente antes de se levantar da cama e sair do meu quarto, fechando a porta em seguida para me deixar sozinha mais uma vez. Em 10 minutos eu preciso me arrumar para ir no mercado pois esse mês quem iria fazer as compras seria eu mas eu preciso encontrar esse garoto o quanto antes. Eu senti uma conexão com ele... Não sei como e até parece loucura dizer isso mas a vida é uma loucura e nunca podemos entender 100% do que se passa nela. Clico outra vez no botão azul e, como se minhas preces fossem atendidas, o garoto, que agora veste uma blusa com a estampa da Nirvana e usando apenas uma corrente dessa vez, aparece na minha tela.

Um certo alívio percorreu meu corpo só percebi que um sorriso estava estampado no meu rosto quando observei a expressão dele, um sorriso indo de orelha a orelha em seu rosto no outro lado do ecrã.

— Eu finalmente te encontrei, meu Deus, eu nem acredito! — ele diz com certa animação e alívio.

— Primeiramente, eu também não acredito, estou aqui por 3 dias seguidos tentando te achar. Segundamente, por quê existem tantos Vinnie's em Seattle? Seattle não é tão grande assim. — paro para respirar enquanto ainda encarava o garoto com um sorriso nos lábios na tela do meu notebook.

— Um: não sei. Dois: por quê existem tantas Louise's em Chicago? Chicago nem é tão grande assim. — rebate e eu coro.

Eu menti pra ele e ele provavelmente estava me procurando como eu estava por ele... Isso é bizarro pra caralho. Por um momento eu imagino ele stalkeando todas das Louise's que existem em Chicago.

— Meu nome não é Louise. — falo baixo porém alto o suficiente para que ele pudesse ouvir.

— Eu sabia! — se exalta em sua cadeira e chega mais perto da câmera — Sabia que era um nome falso! 

— Pois é — solto uma gargalhada de sua reação entusiasmada — Eu peguei a inspiração do meu livro favorito mas, na real, me chamo Noelle.

Ele morde o lábio inferior antes de sorrir e dizer: — É finalmente um prazer, Noelle. — ele estende a mão como se eu pudesse realmente pegar ela.

Solto uma risadinha antes de estender minha mão para não deixá-lo sozinho nessa. Ficamos em silêncio por alguns segundos antes de eu acordar de um certo transe.

— Enfim, me passa seu Snap antes que eu acabe esquecendo. — pergunto para em seguida eu morder minha bochecha pelo lado de dentro.

Ele escreveu no chat. vvhacker.

— Agora eu estou com medo de você realmente ser um hacker. — eu semicerro meus olhos e arqueio uma sobrancelha ao fingir desconfiança.

Ele solta uma risada, me fazendo conter um sorriso ao morder meu lábio inferior mas logo volto a suavizar minha expressão e mandar uma foto aleatória pra ele no Snapchat.

— Sofro com meu sobrenome, parece um apelido de criança de 11 anos criando um canal no YouTube. — ele comenta me fazendo rir, o que faz ele rir também.

𝐎𝐌𝐄𝐆𝐋𝐄 ─ 𝘷𝘪𝘯𝘯𝘪𝘦 𝘩. Onde histórias criam vida. Descubra agora