015.

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NOELLE

Havia quase 1 mês desde que vi Vinnie sumir naquele corredor, horas mais tarde ele me mandou a mensagem dizendo que tinha chegado bem em Seattle. Nós temos nos falado bem menos desde que eu voltei para a faculdade por causa dos horários, as streams dele vão na maioria até o fim da noite que é quando eu fico com meu tempo livre, às vezes nos falamos de madrugada e nos tempos vagos que tenho entre as aulas e na minha pausa na cafeteria. 

Nesse momento eu estou finalizando um trabalho sobre efeitos especiais usados em filmes e seriados, já se passava de uma da manhã e é sexta feira, o que significa que eu vou ter que terminar depois que chegar da cafeteria e eu não queria fazer isso porém minha mente já está cansada e implorando para dormir. Solto um suspiro e me levanto da cadeira, me arrasto até a cama e me cubro com as cobertas azul escuras e então fecho meus olhos que já estavam pesados.

Quando eu estava quase pegando no sono meu celular começa a tocar. Solto um gemido de preguiça e solto um suspiro, no terceiro toque eu me levanto e pego o celular na escrivaninha. É o nome de Vinnie que está na tela e eu o atendo e coloco o celular no ouvido.

- Oi. - ele diz com a voz preguiçosa e um pouco rouca.

- Oi. - me arrasto de volta para a cama.

- Feliz aniversário. - suas palavras são meio arrastadas e eu sei que ele também está com sono, eu abro um sorriso lentamente ao saber que ele lembrou que hoje é o meu aniversário e me ligou antes de qualquer um.

- Obrigada, Vincent. - digo por fim e nós ficamos em silêncio por um momento. Queria que ele estivesse aqui, queria poder abraçar ele e sentir o seu perfume que eu fico maravilhada.

- O que você vai fazer para comemorar? - imagino ele deitado na cama com o celular no viva-voz com preguiça de ficar segurando ele no ouvido.

- O mesmo que faço todo ano desde que me mudei: janto com minha família. Meus pais vão vir pra Chicago e nós vamos sair para algum restaurante e vamos colocar o papo em dia, depois vamos cada um voltar pra nossas casas. - conto a ele.

- Isso é legal, um dia quero conhecer eles. Eu te acordei? 

- Eu estava adiantando um trabalho da faculdade, ele vence semana que vem e eu não quero ter que deixar para cima da hora. - me sento na cama, percebi que perdi um pouco do sono e conseguiria ficar acordada com ele falando comigo. - O que você fez hoje?

- Sei que você gosta quando eu descrevo meu dia. Bom, de manhã eu só comi e fiquei assistindo TV, de tarde eu fui ver uns apartamentos por Seattle com meus pais, detalhe: não curti nenhum, e agora de noite fiz mais uma stream. Amanhã tenho sessão de fotos com a Nike. 

- Nike? - me empolgo - Tipo, a Nike? - dou ênfase no "a". 

Ele solta uma risada, ele sabia que eu iria ficar assim. 

- Sim, a Nike. Eles até que vão pagar bem. - ele fala e com certeza está sorrindo no momento. É claro que vão pagar bem Vinnie, é a Nike. 

- Eu estou orgulhosa de você, Vinnie. - falo calma, percebi um segundo depois que no meu rosto há um sorriso bobo, completamente bobo. Que merda, eu estou realmente criando sentimentos sobre isso, sobre ele e eu queria de verdade que ele morasse mais perto.

Ficamos em silêncio novamente. Eu deito minha cabeça na parede escura atrás de mim e olho para a parede cheia de fotos na minha frente.

- Você vem no fim de semana que vem, certo? - ele quebra o silêncio e sua voz está serena. 

- Vou na sexta a noite mas volto no domingo de noite. Vamos ter apenas 48 horas. - queria poder ter mais tempo com ele, muito mais, mas não sei se vou ter alguma pausa da faculdade por agora.

- Então nós vamos ter que aproveitar bem. - ele diz e eu sinto um duplo sentido, o que me faz sorrir de lado. Eu sinto falta do corpo dele no meu, dos beijos, dos olhares... Eu quero ele.

- Eu poderia falar contigo a noite toda mas eu preciso acordar cedo amanhã. - arrasto minha mão pelo tecido do cobertor e espero uma resposta vinda dele.

- Tudo bem, vai lá. Bons sonhos e boa noite, Elle. - ele, pela primeira vez, me chama pelo apelido. Basicamente ninguém além da minha família me chama pelo apelido. Isso me causou um quentinho e ao mesmo tempo um frio na barriga. 

- Boa noite, Vincent. - sorrio mesmo sabendo que ele não pode me ver nesse momento. 

A ligação é encerrada e eu deixo meu celular jogado na cama, me deito e por um momento eu imagino probabilidades do que pode acontecer quando eu for para Seattle semana que vem. 

𝐎𝐌𝐄𝐆𝐋𝐄 ─ 𝘷𝘪𝘯𝘯𝘪𝘦 𝘩. Onde histórias criam vida. Descubra agora