3.acronychal

252 40 39
                                    

— Acho que já exploramos o bastante por hoje, pessoal — Jimin disse para a câmera, parecendo cansado. — O vampiro deve estar por aqui em algum lugar… Com certeza tem um esconderijo secreto. Mas vamos continuar a caçada amanhã, porque agora preciso comer e descansar.

Ele guardou a câmera e foi até a sala de jantar para comer, mas parecia estranho sentar sozinho e em silêncio total naquela enorme mesa de ébano vazia.

Então subiu as escadas e entrou no primeiro quarto que apareceu em seu caminho, se jogando na cama macia e soltando uma exclamação de satisfação ao finalmente tirar os tênis e relaxar os músculos.

O quarto era escuro, assim como o resto do castelo. Jimin mal podia distinguir os móveis das sombras que cobriam o aposento.

— Cara, esse trabalho cansa! Hora de uma refeição digna, porque eu mereço — disse alegremente, tirando da mochila um pacote de salgadinhos de cebola. Ele amava aquilo, apesar de meio fedido e esfarelento.

Abriu o pacote e quando estava prestes a abocanhar o primeiro anel de cebola, sentiu algo se mover na escuridão.

— Veio me fazer companhia pro jantar? — perguntou ao ser escondido atrás da enorme cortina branca com bordados em azul.

— Não seria mais prudente jantar à mesa? — a voz rouca perguntou.

— Por que?

— Não seria adequado comer neste local. Além disso, esta coisa é um tanto… Mal cheirosa — sua voz se encheu de repulsa. 

Jimin pensou um pouco e riu.

— Não quer que eu suje seus lençóis, é isso?

Sem resposta. Ele entendeu o silêncio como um "sim".

— Se eu for comer na mesa, você vem comigo?

Ele esperou mais algum tempo, ainda sem resposta, somente um silêncio profundo; só sabia que o vampiro ainda estava ali porque podia ver seus olhos escarlates brilhando em sua direção.

Jimin deu de ombros e começou a comer, julgando que o ser não se importasse tanto assim já que sequer lhe respondeu.

— Está bem! — a voz disse em um tom aflito, rendendo-se.

Jimin sorriu, imaginando estar fazendo algum progresso, mas ainda sentia que havia um longo caminho pela frente.

Percebia que o ser jamais baixava a guarda enquanto o observava silenciosamente. Era como se estivesse se sentindo ameaçado com sua presença ali.

Park desceu sozinho e quando chegou à sala de jantar, logo avistou os olhos do vampiro na extremidade mais escura do cômodo.

Sentou em uma das cadeiras e começou a comer. O monstro apenas o observava, sem sequer piscar.

Estava confuso, acuado. Como Jimin entrara ali? Um ser humano normal jamais conseguiria e isso o intimidava, apesar de considerar vergonhoso se sentir assim diante de um mero mortal.

— E então… Por que gosta tanto das coisas limpas e bem arrumadas? Eu imaginei o lar de um vampiro como algo um pouco… Diferente.

Sem resposta.

Jimin suspirou e recostou o tronco nas costas da cadeira, colocando os pés em cima da mesa.

O vampiro grunhiu.

— Poderia demonstrar modos ao menos quando está à mesa — reclamou em um tom quase gutural.

— Desculpe. Eu sei, deve ser chato alguém entrar na sua casa, mexer nas suas coisas… Mas eu quero me aproximar de você e não sei como. Você só se dirige à mim pra me dar bronca — lamentou, tirando os pés da mesa.

amaranthine ★ jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora