Julie Molina
Estava arrumando meu quarto e já passava das 18:00. Alguém bateu na porta de entrada e posso escutar a voz estridente da minha melhor amiga, Flynn. Abro a porta e vendo a morena sorrindo. Com certeza tem alguma coisa perversa em mente, ela é do tipo que gosta de se arriscar e que não liga pras regras, já foi motivo de eu me meter em diversas confusões, mas não sei o que seria de mim sem ela.
- Amiga, você não vai acreditar! - Ela fala empolgada, dou passagem para que ela entre em casa e continue a falar. - Eu descobri um clube onde, podem cantar e tocar! - Ela fala a ultima parte um pouco mais baixo.
-Flynn, isso é contra a lei! Melhor não nos envolvermos nisso ou podemos arrumar problemas. - Falei apelando para que o juízo dela volte ao seu estado normal, nos sentamos no sofá da sala.
- Vamos Jules! Sua mãe amava música, e você tem uma voz perfeita, é a nossa entrada! - Franzo as sobrancelhas confusa. - É que pra entrar você tem que cantar ou tocar algo. - Ela fala sem graça.
- Você sabe que não canto mais! Não desde que... - Ela suspira e me segura pelos ombros, deixando minha atenção toda pra ela.
- Jules, faz isso por mim. A situação lá em casa não está das melhores... - Suspiro pesado. Flynn tem um passado complicado, ou melhor dizendo, uma família complicada. Desde quando éramos crianças, seus pais brigavam dia e noite, até quando eu ia dormir na casa dela os gritos deles ecoavam pela casa inteira, atualmente, estão dando entrada nos papéis do divórcio após Flynn dizer um basta e falar aos dois que não aguentava mais. Já presenciei tantas crises de ansiedade por conta das brigas, então fiz uma promessa a mim mesma, sempre que Flynn precisar de mim, eu atenderei, não importa como.
- Tudo bem, mas como faremos isso? Quer dizer, tem o Carlos e eu não arrumei a casa ainda. - Falo querendo que ela desista, mas isso parece só incentivá-la mais.
- Tenho certeza que se eu te ajudar nós terminamos dez vezes mais rápido! E podemos sair depois que Carlos dormir. - Concordei já arrependida. Então começamos a arrumar a casa, juntas. Depois disso, não demora muito para que meu irmãozinho entre em casa, ele estava brincando de bola na calçada com os vizinhos.
- O que tem pra comer? Tô morrendo de fome! - Ele exclama se sentando na mesa. Coloquei sua janta vendo ele bocejar pelo cansaço, desviei meu olhar para Flynn que piscou pra mim animada e eu apenas revirei os olhos. Após comer, Carlos foi dormir em silêncio.
Flynn e eu corremos pra nos arrumar, tentando não fazer barulho, coloco um vestido bege até os joelho, um pouco colado e um allstar branco nos pés. Antes de sair, abro um pouco a porta de seu quarto para verificar se ele estava mesmo dormindo e sorri fechando a porta em silêncio, ele estava dormindo que nem um bebê.
Saímos de casa às 21:00 em ponto, Flynn pôs um vestido azul e um tênis preto. Quanto mais nós andávamos, mais eu me sentia nervosa, teria que cantar para alguém, algo que não faço a muito tempo.
Chegamos num bar não muito longe da minha casa e antes de entramos vejo alguns olhares em nós, sério? Em pleno século XXI? Quando entramos, o lugar estava totalmente vazio, a não ser pelo barman e algumas pessoas em mesas bem afastadas. Flynn me puxou até o barman e me cutucou, hesitei e vi o cara franzir as sobrancelhas. Começo a cantar uma música de ninar que minha mãe cantava pra mim, o sentimento foi bom na verdade, à muito tempo eu não cantava essa música.
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In another life - A Juke history
Teen FictionEle era um príncipe que fugia a noite para poder tocar sua música com seus leais cavalheiros. Seu pai era um homem rigoroso e muito poderoso, nunca poderia pensar que o sonho de seu único herdeiro era a música. Ela uma menina tímida que trabalhava...