Lua de Cristal- O começo

Capitulo 17

- Eu preciso entrar.- Falou Lia perdida.

- Lia eu...

       Henric até tentou falar algo, mas Lia saiu dali antes que ele pudesse tentar dizer qualquer coisa.
       Alicia e Peter que estavam passando ali por perto, viram toda a cena, ficando espantados e felizes.
         Lia foi para seu quarto, enquanto Henric continuava ali no gramado, só que agora bravo com o que acabara de fazer.
     
        Durante a noite Lia desceu para jantar, mesmo não tendo fome, todos estavam sentados a mesa menos Henric. De alguma forma, ela se sentia culpada, com esse pensamento deixou a comida de lado e decidiu ir para o seu quarto.

- Já acabou? Você mal mecheu na comida, querida.- Disse Anelise a observando.

- Estou sem fome.- Disse Lia.

- Você está bem Lia? Está sentindo algo?- Pergunta Heitor preocupado.

- Não, está tudo bem, eu só estou com um pouco de dor de cabeça e cansada, só preciso dormir um pouco.- Disse ela se retirando da mesa.

       Alicia lança um olhar a Peter, eles sabiam o motivo de Lia estar assim, e o porque de Henric estar trancado em seu quarto. Depois de terminar a janta, Peter e Alícia foram ate a sala.

- Muito estranho esses dois, mas acho que sei o porque.- Disse Alícia, pensativa.

- Sim, só eles que não, ou talvez sabem e não admitem.- Falou Peter se sentando.

- Sei lá, mesmo assim tenho pena do Henric, tipo ele é meu irmão, nunca o vi fazer tudo o que ele fez por Lia, ele merecia ser feliz também.- Disse Alicia olhando para o nada.

- Eu sei, mas tudo depende dele querer, mas ele se recusa a isso.- Disse Peter vendo o olhar triste de Alicia.

- Por um momento pensei que Lia era a luz no fim do túnel.- Disse Alicia suspirando.

- Calma, vou tentar falar com seu irmão.- Disse Peter a abraçando.

      De frente a janela, olhando a lua que brilhava no imenso céu sem estrelas, Henric estava perdidos em seus pensamento. Sua mente girava em torno a tudo que vinha acontecendo, desde o dia em que viu Lia pela primeira vez caminhando sozinha. Lembra te ter sentido seu cheiro e de ter ido atrás de onde ele vinha, foi ai que tudo mudou, depois disso seu cheiro o atormentava todos os dias, era impossível evitar de ir atrás, era mais forte que ele. Por mais que ele tentasse se manter distante dela, ele não conseguia, ele tentava de todas as formas ate mesmo tentando fazer ela ter raiva dele, mas não conseguia.
        
- A lua está grandiosa hoje.- Falou Peter entrando em seu quarto.- Desculpe entrar sem bater cara, mas estavam todos preocupados com você então decidi vim ver se estava tudo OK.

- Eu quero ficar sozinho Peter, se não for pedir muito.- Disse Henric ainda olhando para fora.

- Alicia e eu vimos o que aconteceu hoje.- Admitiu Peter.

       Henric amarrou a cara, e ficou imóvel.

- Não aconteceu nada hoje, agora me deixa.- Falou ele frio.

- Henric, nos conhecemos desde criança, e assim como você eu sei o que esta acontecendo.- Insistiu Peter.- Não há porque você continuar enganando a si mesmo, olha tudo o que você fez por essa garota, todos aqui sabem que você nunca fez e nunca faria isso por garota nenhuma.

- Ela é filha de Marcius Vicentini, nosso maior rival, ela tem o sangue dele, Peter.- Disse Henric se virando para o encarar.

- Isso não quer dizer nada Henric.- Falou Peter.

- Ah não?- Perguntou Henric serio.- E se uma hora ou outra Marcius encontrar ela e a levar com ele? Por que todos nós aqui soubemos que ele sabe sobre ela e que ele esta atrás dela, e que quase a pegou se não fosse por nós.

- Ele não vai a pegar, estamos aqui para protege-la e sem falar que Lia também esta aprendendo a se defender, como você mesmo viu.- Disse Peter.

         Henric pensou por alguns minutos, aquilo tudo era muito complicado para ele.

- Eu não sei se estou preparado para correr esse risco, sei os efeitos que podem causar futuramente.- Falou Henric finalmente.

- Olha quantos riscos você correu por ela.- Disse Peter serio.- Amar é correr riscos a todo momento, cara.- Falou ele deixando o quarto.

       Henric continuou ali, pensando no que acabara de ouvir, talvez Peter tivesse razão, mas tudo era muito confuso ainda.