Capitulo 5- Medo

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         Acordou em um quarto totalmente desconhecido, olhou atentamente tentando saber onde estava, um hospital talvez, mas pelas cores das paredes, era impossivel. As paredes eram azul escuro, com grandes janelas com cortinas brancas, e o cômodo então, era enorme, com mobílias que parecia ter custado uma fortuna.

         Lia olhava para todos os lados assustada, sua cabeça ainda doía muito, sentia ainda um forte zumbido em seus ouvidos.

       - Hummm... Finalmente você acordou, estava mais do que na hora.- Falou uma voz masculina.

          Lia olha para o canto mais escuro do quarto, e vê alguem escorado na parede com os braços cruzados. Se esforça mais para ver quem era, e quase não acreditou quando viu. Era o mesmo cara daquele outro dia, o mesmo cara bonito e misterioso. " O que ele quer comigo?" "Quem é ele?", queria falar mas sua voz estava engasgada na garganta.

       - Como posso ver você já esta bem.-Disse frio, dando as costas.

       Lia não sabia se devia acreditar ou não nele, na verdade não sabia de mais nada. Lembrou então da sua mãe, do que tinha acontecido naquela noite, aquele horror bateu novamente, lágrimas se formavam em seus olhos.

         - Minha mãe...ela...- Disse sentindo um nó apertar sua garganta.

        Ele parou no mesmo instante, e olhou para ela, desviando o olhar para o nada, no mesmo momento Lia já sabia o que tinha acontecido com ela. Não foi apenas um sonho.

      - Não, não... Minha mãe...- Falou desesperada, se levantando da cama.

.        Uma tontura tomou conta de Lia, suas pernas falharam, mas ela tentou se manter no controle.

      - Durma, apenas durma, vai ser melhor.- Falou o cara, agora a pegando no colo e colocando-a na cama.

         Lia não discutiu e acabou caindo no sono.

         Quando acordou, viu um homem e uma mulher, perto da porta, conversando. Ao verem que Lia estava acordada, eles se aproximaram. Lia olhou para o homem, tinha grandes ombros, cabelos escuros um pouco grisalhos, e era alto, e charmoso. Olhou então para a mulher, mas a mulher ela conhecia, e ficou até um pouco assustada, era Anelise, a amiga de sua mãe. Sentou-se rapidamente, sem entender o que estava acontecendo ali.

         - Olá.- Cumprimentou Anelise sorrindo.

         Lia ficou observando, não sabia o que fazer nem o que falar. Notando seu desespero Anelise sorri ternamente, e se senta no canto da cama.

        - Bom, acho que já nos conhecemos, então deixe eu lhe apresentar meu marido.- Disse ela olhando para o homem.- Esse aqui é meu marido, Heitor.- Apresentou ela.

       - Olá Lia.- Disse Heitor que assim como Anelise sorriu ternamente.

        

         O desespero só aumentava em Lia, ela ainda não acreditava que sua mãe tinha falecido, ou não queria acreditar. Ainda queria entender o que aquelas pessoas tinham a ver com essa historia, como a acharam e trouxeram para ali, e onde ela estava. Tentou então se erguer, mas não conseguia sua cabeça ainda doía.

       - Calma querida, você ainda está um pouco frágil.- Disse Anelise acariciando sua mão.

        - Onde estou? O que vocês tem a ver com essa historia? Cadê a minha mãe?- Perguntou quase gritando.

       - Acalme-se, você está em nossa casa, fique tranquila, cuidaremos de você.- Anelise falou, tentando acalma-la.

       - Não, não preciso que ninguém cuide de mim, não preciso de vocês, preciso resgatar a minha mãe. -Falou Lia tentando se levantar.

          Anelise a segura, e coloca a mão em sua testa, Lia estava queimando em febre.

       - Ela está queimando em febre Heitor. Precisamos fazer algo.- Falou Anelise a analisando.

        - Vou buscar minha maleta de pronto socorro.- Disse ele se levantando e saindo.

             Anelise ficou ali a observando. Heitor não demorou muito para voltar com a maleta. Tirou de dentro um termômetro, para medir a temperatura de Lia. Quarenta graus de febre, a essa altura ela já estava delirando.

           - O que aconteceu com ela?- Perguntou aquele mesmo cara, entrando no quarto.

             - Ela está queimando em febre, meu filho.- Respondeu Anelise.

              - E o que estão fazendo? Temos que dar um jeito.- Falou o cara se aproximando, nervoso.

             - Calma Henric, vou preparar uma medicação com ervas naturais, ela vai ficar bem, acalme-se.- Disse Heitor.

          Heitor saiu e Henric sentou em seu lugar, agora observando Lia mais de perto.

         - Será que ela vai ficar bem?- Perguntou Henric pensativo.- Foi uma grande tristeza para ela.

           - Foi uma grande tristeza para nós também, mas quem sabe com o tempo ela vai ficar melhor.- Disse Anelise distante.

        Os dois ficaram ali com ela, meia hora depois Heitor volta com a medicação em uma seringa e injeta na veia de Lia. Minutos mais tarde, Lia começa a pingar suor e a delirar ainda mais.

         - Ela esta piorando.- Disse Henric se levantando nervoso.

        - Calma é apenas a medicação dando efeito, vai subir um pouco a febre mas depois baixa.- Explicou Heitor.

         Quando a febre já havia baixado um pouco, Heitor e Anelise resolveram deixa-la descansar em paz, mas Henric não saiu dali, passou a noite toda ali, acordado observando Lia, para se caso ela não melhorasse.

      

Lua de Cristal- O começoOnde histórias criam vida. Descubra agora