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∶ ⑅ ꠴ ★ STEAL AND RUN ¡! ──────────────── ❁
❛As vezes precisamos fazer a coisa errada, pois só assim podemos alcançar a próxima etapa.
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As primas Mary e Dorothea, mais conhecidas como as meninas Winchester, não conseguiam dormir, não importa o quanto tentassem, o sono não vinha. Se alguém perguntasse, Mary diria que era preocupação com Chuck e o mundo, mas ela sabe que é uma mentira, ela se importa, sim, com todas as vidas que podem ser perdidas mas não tanto quanto sabia que deveria.
No momento o que tirava seu sono era seu pai, que estava se perdendo aos poucos nessa luta, a forma como ele Simplesmente desistiu na luta contra Chuck a deixou preocupada. Quando seu pai se jogou de joelhos no chão destruindo a única chance que eles tinham de prender Chuck, havia mostrado para ela uma possibilidade que nunca pareceu tão verdadeira como agora.
Eles podiam perder, isso era uma possibilidade, uma realidade, eles estavam perdendo. Sendo uma Winchester, perder nunca foi realmente uma opção, eles não desistem, nunca, isso é claro até a última luta. Essa foi a primeira vez desde que se entende por gente que Mary viu seu pai desistir de algo, e o sentimento não era bom.
Ela olhou para sua prima, Dorothea, que estava sentada no pé da cama rodeada por livros de magia. A loira estava focada em achar uma novo plano, ela tinha certeza de que sua magia podia ajudá-los a sair dessa situação, não importa o que seu pai dizia, Dotty estava focada em achar uma solução.
Millie estava deitada ao seu lado, ela dormia profundamente e Mary a invejava por isso, devagar, ela sentou na cama. Por poucos segundos, seu olhar se cruzou com o de Dotty -que forçou um sorriso- antes de voltar a seu livro. Um barulho abafado vindo do fim do corredor chamou a atenção da duas garotas que se levantaram e seguiram o som.
Mary segurando sua pistola e Dotty com seus olhos brilhando com seus poderes, as duas andaram em passos silenciosos até a fonte do barulhos. Elas perceberam que não estavam em perigo quando viram seus pais conversando, cada um com uma cerveja na mão, sentados na mesa. Mary estava começando a fazer o caminho de volta para o seu quarto quando ouviu seu pai mencionar o nome de sua mãe.
- Nós não podemos cara. - Dean respira fundo. -Eu sei que quer avisar Nat sobre Chuck, eu também quero, mas não podemos. O mundo dela é o próximo a ser destruído, e não há nada que possamos fazer.
- Dean, eu..
- Sammy, você prometeu a Natasha que cuidaria da filha de vocês. Para falar com a Nat precisaríamos do Castiel ou algum tipo de feitiço, fazemos isso, é igual a colocar um alvo no nosso peito. - As meninas se encaram apreensivas. - Ela vai morrer, assim como todos no universo dela e não há nada que possamos fazer.
Natasha. Mary sempre gostou de sussurrar esse nome, testar como o som seria se dito por seus lábios, mas não costumava ter a coragem de o falar na frente de seu pai. A Wintchester costumava acreditar que algum dia não vai mais estremecer ao escutar o nome de sua mãe, só que não aconteceu daquela vez.
Dean e Sam falavam da iminente morte de Natasha como se não fosse nada, só que para ela era tudo. Não ter sua mãe por perto sempre pesou muito, mas ao menos sabia que existiam grandes chances dela estar viva, agora nem mesmo com o conforto Mary poderia contar. Dorothea -como se lesse seus pensamentos- acariciou suas costas e a ruiva sabia que tinha alguém a seu lado, mas seu corpo a traí e as lágrimas começam a rolar por seu rosto.
As meninas Wintchester sabiam que não poderiam fazer barulho ou seriam descobertas, mas para Mary não importava, ela deu alguns passos para trás, tomando cuidado para não esbarrar em nada ou cair devido a seus passos trêmulos. A Romanoff Wintchester conhecia aquele bunker como a palma de sua mão, então não teve dificuldades em se esgueirar pelos cantos escuros e correr em direção a saída, era quase automático, seu cérebro não precisava se esforçar para a guiar até o lado externo do bunker.
Seus pés descalços tocaram a terra e mesmo assim Mary não parou, correu para a floresta onde um dia as meninas Wintchester brincavam sem preocupações. Era uma época feliz, onde não precisavam se preocupar com o futuro de universos.
Mary parou quando sentiu o ar se esvair de seus pulmões, então se encostou em uma árvore para tentar recuperar o fôlego e tentar controlar seu choro que agora já não era mais controlado. A Wintchester não costumava chorar, podia jurar que passaram-se anos desde a última vez que o fez, mas dessa vez simples não pode controlar as lágrimas e os soluços.
- Mary...
Era a voz de Dorothea, a ruiva apertou seus olhos e secou seu rosto.
- Você os ouviu, ela vai morrer e eles não vão fazer nada.- Mary disse com a voz trêmula devido ao choro compulsivo.- Ela vai morrer...
- Não sabemos se é verdade, seu pai sempre contou histórias sobre os heróis daquele mundo. Eles são fortes.
- Não tente ser tão otimista, Dotty. Não combina com você, nem de longe.
Mary falou olhando a prima que só suspirou, entendendo que a sua melhor amiga não estava no melhor de seus momentos. A ruiva fechou o robe que deveria cobrir sua camisola branca e logo estava encarando um ponto qualquer.
- Eu sinto muito, Mary... você sabe que eu faria qualquer coisa para ajudar, mas...
Foi como ligar uma lâmpada após um longo período de escuridão, Mary sorriu e olhou para a prima com seus olhos azuis brilhando.
- Quem disse que você não pode? Você escutou o tio Dean: "Precisamos do Castiel ou de algum feitiço".
- O que? Você está louca? Quer ir lá sozinha?
Dorothea falou rápido, vendo a prima dar de ombros em seguida.
- Você sabe que eu faria o que eu pudesse se fosse a sua mãe, não sabe?- Mary questionou e Dotty revirou os olhos antes de concordar.- Não vou pedir que vá comigo, mas só você pode me ajudar. Castiel nunca o faria sem o aval dos dois cabeças-ocas ali dentro.
- Mary, é perigoso demais. Não temos chances sem uma equipe.
- E quem disse que não temos uma?
Mary sorriu e arqueou as duas sobrancelhas deixando a pergunta no ar, Dorothea ficou boquiaberta e negou com a cabeça.
- Você só pode estar louca, quer roubar um bando de adolescentes e ir para outra dimensão?
- Eles desistiram,- Mary falou séria. -mas eu juro que não irei desistir até que não tenha mais oxigênio nos meus pulmões e você sabe tão bem quanto eu o quão difícil é matar um Wintchester!
Mary falou e Dorothea sorriu fraco concordando, ela podia ver o fogo no olhar de sua prima e não negava amar isso.
- Okay, se formos fazer isso...
- Vamos fazer isso.
Mary corrige e dá de ombros.
- SE formos fazer isso, não adianta nada roupas só adolescentes. Precisamos de armas, e de um meio de transporte para nós levar até o monólito.
- Eu tenho algo em mente e ele não vai ficar nesse universo, vai conosco.
