Os três cavaleiros, desciam cuidadosamente as trilhas na serra. Era noite de lua cheia, mas a vegetação ocultava armadilhas. Utilizavam-se de lanternas e lampiões. Jennie estava vestida com seu grande capote pantaneiro que lhe protegia totalmente o corpo do sereno noturno e do frio que a neblina trazia consigo. Na cabeça, seu companheiro, o velho chapéu de couro de abas largas. Jonas aceitara que ela os acompanhasse muito à contragosto.
- Isto aqui não é o pantanal, senhorita Jennie! Isto aqui é serra e serra tem lá suas peculiaridades. De um lado parede, do outro abismo...
- Vim preparada! Trouxe bússola e um mapa, além de uma mochila de sobrevivência...
- Tudo bem! Mas hoje mesmo tive que soltar dona JiSoo de uma armadilha de caçador. Parecia um coelho raivoso! Imagine que um caçador armou a tal armadilha bem na trilha da Pedra Lascada? Que imprudência e irresponsabilidade...
- É?
- Agora veja só! Dona JiSoo some na mata em noite de assombração...
- Assombração?
- Sim! Noite de Lobisomem...
- Ah!Jennie que crescera ouvindo estórias dos peões no pantanal, não se surpreendeu da cisma de Jonas. Aliás, não acreditava nestas criaturas da noite e se acreditasse, naquele momento pouco lhe importava. JiSoo estava naquelas matas e ela tinha que encontrá-la.
Em certo momento, a trilha se bifurcou.
- Vou por aqui! Conheço bem estas bandas... Vocês vão por lá. Temos que nos separar. – Sugeriu Tonhão.
- Tudo bem! – assentiu Jonas.A trilha que Jennie e Jonas tomaram começou a se enveredar serra abaixo. Em certos lugares, tiveram que apear e continuar a pé, puxando as montarias. Novamente outra bifurcação. Jonas coçou a cabeça, preocupado. Jen adiantou-se:
- Vou por esta! Você segue aquela.
- Não posso permitir isso!
- É a saúde de sua patroa que está em jogo! Ela saiu transtornada da Quinta! Não deve estar com equipamento algum e muito menos agasalhada...
- Mas...
- Olha aqui! Seria muita burrice descermos os dois juntos por uma trilha. E se ela tiver seguido a outra? Tenho aqui comigo agasalhos e provisões para três dias... Se me perder, espero amanhecer e sigo a bússola...sou experiente nisso...
- Tudo bem moça! Só espero não me arrepender por isso...
- Não se arrependerá!Jennie desceu sua trilha, com o coração opresso. Temia pela vida de JiSoo. Se tivesse que dormir por ali, teria que fazer uma fogueira para espantar os animais selvagens...
Certo momento, porém, ela ouve o vento lhe trazendo vozes sussurradas.
- Estou perto de algo!
Aproximou-se mais e do ponto elevado onde estava, pôde vislumbrar luzes de lampiões no vale abaixo. Pessoas caminhavam para um ponto qualquer oculto pelo arvoredo. Ela só podia ver as luzes e vultos como de minúsculas formigas.
Desceu o mais rápido e cautelosamente quanto pode e aproximou-se, ocultando-se.
Amarrou o cavalo por perto e observou o grupo. Eram pessoas vestidas com enormes capas escarlates ou negras. Na mente de Jen, sobreveio tudo que Chaeyoung lhe dissera de certas orgias secretas. Pensou em sair dali e ir ajudar Jonas na outra trilha, mas seu instinto lhe dizia para averiguar melhor. Como seu longo capote negro lhe emprestava aspecto semelhante aos convivas, aproveitou para se aproximar mais e mais.
Deparou-se com uma clareira toda calçada de pedras e com pilares circundando-a.
- O Templo de Afrodite! – exclamou baixo.
Uma pessoa passou por ela na escuridão e deu-lhe uma máscara.
- Use! Garoto! É a regra. Ninguém entra no Templo sem a máscara.
- Ele me confundiu com um garoto! – pensou Jen, encaixando no rosto uma vistosa e colorida máscara. Retirou o chapéu e entrou cautelosamente. O que viu a fez estacar. Por todos os lados, uma profusão de corpos desnudos debaixo das capas, se amando de todas as formas possíveis na natureza. Tudo era permitido e corpos masculinos e femininos se encaixavam por todos os lados. Jen sentiu a excitação borbulhar em sua garganta, qual champanhe espumante. Não conseguia tirar os olhos daquela cena totalmente nova e carnal. Porém, a um canto, em um banco de pedra, uma criatura vestida de escarlate jazia como se adormecida. Jen sabia que eram mulheres as que se vestiam de escarlate e percebeu a aproximação de um mascarado de elevadíssima estatura, com sua capa negra. Este sentou-se ao lado da mulher de escarlate e começou de forma suave a lhe abrir as vestes. Jen aproximou-se e viu quando o mascarado lhe desnudou os seios e passou a tocá-los de forma lasciva. As auréolas eram rosa-chá e Jennie reconheceu o corpo de JiSoo. Isso a enlouqueceu.
- O que JiSoo pretendia? Queria se entregar ao mascarado desconhecido? - pensou - Não toque nela! - gritou.O enorme mascarado levantou-se e empurrou Jen.
- O que é fedelho? Você a quer? Poderá tê-la, depois que eu me satisfazer...
JiSoo pareceu despertar de seu torpor e fechou seu roupão e a capa. O mascarado voltou-se para ela e falou:
- Vamos minha Dama! Não deixe que este moleque imbecil nos atrapalhe...
Dizendo isso, aproximou-se para retirar totalmente a roupa de JiSoo. Esta levantou-se e tentou sair dali, ao que foi impedida pelo marmanjo que a apanhou pelo pulso.
- Quem veio na chuva é pra se molhar e eu não vou te largar até ter o que quero...
O sangue subiu na cabeça de Jennie e ela pulou no pescoço do mascarado. O tamanho dos dois era tão desproporcional que quem presenciasse o embate, acharia que um cãozinho Chiuaua atacava um Dog Alemão.
O grandão, girou o corpo várias vezes e Jen não lhe largou. Estava iniciada a balbúrdia pois, logo, focos e focos de brigas foram se formando e ninguém mais sabia quem batia em quem. As mulheres separaram-se a um canto e os homens se socavam e distribuíam pancadas por todos os lados. Jen, que fora confundida com um rapaz, fora jogada ao chão e quanto mais tentava se levantar, mais recebia golpes. A certo momento, ela, já com os dois olhos inchados, percebeu que o grandalhão havia apanhado JiSoo e ela se debatia, tentando se livrar.
Jen apanhou um pedaço de lenha que encontrou perto e baixou na costa do bruto, que furioso, lançou JiSoo como uma boneca para um lado e voltou-se contra sua agressora. Iria massacrá-la.
Repentinamente, dois tiros ecoaram no vale e o povo começou a correr e a fugir. Jen estava tentando manter-se em pé. Tinha o corpo todo moído. Procurava por JiSoo e o local, iluminado apenas por lampiões, dificultava sua busca. Não se importava mais, se seria flagrada ali ou quem atirara.
Tateava o chão em desespero, até que encontrou uma mão macia e acetinada. Puxou o corpo morno contra si e viu que sua amada estava desmaiada. Seus cabelos claros, agora eram de um vermelho vivo.
- Sangue!
Um vulto enorme aproximou-se.
- Temos que levá-la urgente daqui!
Jen reconheceu aliviada a voz de Jonas.
- Acho que bateu a cabeça em uma pedra! – gaguejou, Jennie.
Sentia-se desfalecer da dor física e da angústia, mas tinha que resistir.
Jonas levantou o corpo de sua patroa, como se apanhasse uma criança ao colo.
- Ainda bem que atirei para cima! Mais um pouco e dariam cabo de você. Animais no cio são perigosos! - Temos que tira-la urgente do vale. Ela ainda respira. Talvez haja tempo de socorrê-la...
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E aí amores, preparadxs para a reta final?
Sim, esse é o último capítulo, mas será dividido em mais duas partes (se não me engano)
Se pá sai tudo hj
Um grande beijo e obrigada por acompanharem a adaptação de um dos meus contos favoritos, devo tudo a Lara Lunna ( a autora original) fez uma imensa diferença na minha vida ❤️
Beijos amores e mais uma vez obrigada
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Pour Elle
Fanfic(ADAPTAÇÃO) O sonho de Jennie sempre foi ser uma grande pianista, mas para isso ela primeiro terá que entrar para uma das mais famosas escolas de artes, porém nada para ela será fácil, ainda mais depois de conhecer a filha da dona da escola de artes...