Zona De Perigo 《Reescrevendo》

Capítulo 4

Nunca em toda a sua vida,Raquel havia presenciado um assassinato.

Chorava desesperada,sangue escorria pelo piso da grande sala,manchando quase 1/4 do chão.

Tentou sair para pedir ajuda mas estava em estado de choque com a terrível cena.Suas pernas não lhe obedeciam,sua respiração e pulsação só aumentavam.

--Eu...preciso de a-ajuda!--susurrou baixinho,com os lábios trêmulos.

Quase que coincidentemente Lorenzo e Luiz apareceram na sala onde a menina estava,milésimos de segundos depois.

--Raquel,o que aconteceu?--perguntou Lorenzo,aproximando-se da menina pálida.

--M-mataram e-ela!-- a garota não conseguia olhar para o chão,só encarava os olhos escuros de Lorenzo.Apontou com os dedos para o local onde o corpo se encontrava.Impossivél não terem visto até aquele momento.

Luíz franzio o cenho--Que corpo?--questinou cercando todo o perímetro.

A menina exasperou-se,e lentamente virou-se para constatar o corpo no chão,mas não havia nada lá.

Não havia mais sangue,nem rastro,nem o corpo da mulher.

A menina se derramou em lágrimas mais ainda,em estado eufórico.

--Ela estava aqui!--apontou para o local aonde deviria estar o corpo sem vida.

--Calma Raquel--pediu Luíz--Não tem nenhum corpo aqui,além de nós!--comentou achando que sua sobrinha estava tendo um surto psicótico.

--Você bebeu demais?Aceitou bebida de pessoas estranhas?--perguntou Lorenzo sério.

--N-não,eu só tomei aquele copo de champanhe!Eu juro que tinha uma mulher pedindo por socorro!--esclamou aos dois homens.

--Eu vou te levar para casa--argumentou Lorenzo--Não tem nada aqui!--abraçou a pequena menina confusa.

--Vou avisar Carolina e nós também já vamos!--comentou Luiz saindo da sala.

--Você acredita em mim,não acredita?--perguntou limpando as lágrimas.

--Claro que sim,mas as vezes a nossa própria mente prega peças com a gente.Você passou por vários traumas,não é impossível imaginar,que sua cabeça esteje brincando com você--a menina suspirou e concordou.

--É,pode ser isso!

Luiz Miguel andava apressado pelos corredores do museu,atônito pego o celular de dentro smoking,ligando para Lucas.Chamou por 5 vezes antes de atendê-lo.

--Caralho,onde você está?

-- Eu estou em um hotel com a minha namorada fazendo coisas de namorados...--comentou brincalhão.Normalmente, as gracinhas ficavam para Lorenzo.

--Agora deu pra comediante?--perguntou revolto--É melhor estar onde diz estar!

--Por que?Aconteceu alguma coisa?

--Não aconteceu nada irmão...Boa foda--desligou o aparelho,indo em direção a Carolina,que conversava futilidades com outras pessoas de elite.

--Amor,nós vamos embora--puxou-a da roda de amigas.

--Mais já?--perguntou sorridente bebericando do líquido alcoólico.

--Agora!--arrastou a mulher bêbada encontrando com Lorenzo e Raquel na porta do evento.

--Por que a pobrinha está com essa cara de choro?

--É melhor você ficar quietinha.Pro seu próprio bem--avisou Lorenzo antipático,não era segredo para ninguém que ambos se odiavam.

Saíram do ambiente festivo,para o ar seco de São Paulo aquela noite.Raquel andava no automático até  o carro,mas só conseguia pensar na mulher que pedia para que fugisse.

Mas fugir do quê?

Talvez sua mente não estivesse das melhores depois que sua mãe havia falecido.

Chegaram algum tempo depois,não muito,o trânsito não estava em seus piores dias.

--Vamos comer alguma coisa?--perguntou puxando a menina para a enorme cozinha--Como esses eventos chatos não servem comida?--questionou abrindo a geladeira repleta de condimentos.

A menina sentou-se na ilha,no meio da cozinha,enquanto ao seu lado Lorenzo preparava dois lanches.

--Não pense muito nisso Raquel--comentou observando a bela jovem,que parecia retraída demais.

Ela suspirou,colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha--É que parecia muito real...

--Mas não foi real,se não eu e Luíz teríamos visto.Sabe o que é real?--perguntou encarando a menina.

--O que?--questinou o olhando.Era tão bonito que parecia mesmo irreal.

--A minha fome--sorriu arrancando uma mísera risada dela,mas que,era alguma coisa--Se Antonela descobrir que estamos mexendo na cozinha dela,nós matará!Principalmente você,que está sentada onde ela cozinha.

A menina decidiu descer para não haver problemas mas foi impedida por uma forte mão--Pode ficar,se ela tentar te matar,eu te protejo!--disse verdadeiro entregando um dos lanches para ela.

Raquel sorriu e deu uma grande mordida no lanche,esfomeada,se lambuzando inteira de maione e ketchup.Não tinha mesmo modos de dondoca.

Lorenzo apreciou a cena,rindo,seria mesmo muito bom ter alguém que quebre os padrões que a alta sociedade construía.

--Bom,eu já vou indo...Amanhã tenho uma aula bem cedo!--disse o moreno se levantando--Termine de comer e trate de dormir,amanhã começam suas aulas.

Raquel concordou,ficando sozinha na cozinha terminando de lanchar,quando ouviu passos pesados em direção a cozinha.

Os cômodos estavam com ausência de luz,a única iluminação presente eram aonde a menina estava.

Por entre a escuridão surgiu Lucas,com seus grandes cabelos bagunçados,vestindo-se casualmente,mas sem deixar de ser elegante.

--Você está aí?--questionou observando a menina toda suja de molho.

--Você quer?--ofereceu,mas o homem negou com cabeça.

--Já estou bem alimentado.Enfim boa noite Raquel--o nome saiu mais arrastado do que deveria.

--Boa noite--analisou o homem sumir pela escuridão,como Lorenzo,porém uma coisa chamou a sua atenção rapidamente.

Ele passou pela cozinha em direção a seu quarto,como a iluminação era precária,mais ainda sim existia,Raquel pode observar o grande homem sumir,reparando em uma coisa suspeita...

As mangas abarrotadas de sua blusa branca estavam manchadas.As duas.De um tom avermelhado...talvez sangue?