Capítulo 2

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--Raquel,você entende a sua condição?Saiba que,qualquer coisa,basta me ligar--tranquilizou Jordana,a assistente social.

Estavam no carro,que o serviço público,disponibilizava para o transporte de crianças órfãos.

--Tudo bem.Obrigada Jordana--agradeceu realmente de coração,ela foi uma das poucas pessoas que se sensibilizaram com sua condição.

--Você ficará por alguns meses morando com o seus tios ou até que alguém a adote,definitivamente--sua voz era calma,chegava a dar até sono.

A menina corcondou apreensiva.Nunca os tinha visto em vida,sabia que eram da alta sociedade da capital,por que era o que as pessoas se enchiam de orgulho para dizer.

--Estamos chegando...Raquel,seja uma boa menina!Se eles gostarem de você podem adota-lá legalmente--comentou esperançosa.

A menina suspirou baixinho quando o carro adentrou enormes portões de uma das maiores mansões do Jardim Europa.

Estampado momumentalmente em cada canto que olhava,via-se o logo dos The Rodriguez,composto por um enorme círculo e um "R" escultural no centro.

--Boa sorte!--desejou a mulher loira.

A menina sorriu tristonha e desceu do carro.Sendo recebida por vários empregados do casarão.

--Bom dia Senhorita Raquel--desejou a governanta,Marina,a jovem menina--Me acompanhe por gentileza.

As duas adentraram a enorme casa,que esbanjava em qualquer mísero detalhe,luxo e riqueza.

Cada cômodo cabiam cerca de 10 casas populares,modéstia parte.

--Vou lhe mostrar o seu quarto,vestir roupas boas em você--comentou analisando suas roupas de quinta categória--E depois você irá tomar café da manhã com os seu três tios--sorriu simpática.

--Eles são legais?--perguntou curiosa,com medo de acharem que não era digna.Motivos tinha,não estudou em melhores escolas,mas se achava inteligente,não possuía currículo notável e não tinham sequer um real no bolso.

--Menina...não faça perguntas difíceis.

A mulher a guiou por enormes corredores,até parar em uma grande porta--Esse é seu quarto.

Quando adentraram o local,a menina teve de se segurar,para que seu queixo não caísse.O quarto era inteiro rosa com vários bichos de pelúcia.Ficou encantada.

--Desculpa pela decoração--comentou a mulher constrangida--Achavamos que era uma criança...mas te olhando de perto,só consigo ver um mulherão...

As desculpas foram interrompidas por um abraço surpresa.

-- Eu amei,muito obrigada!--agradeceu,seus olhos,chegavam a brilhar.

--Não agradeça a mim,agradeça a seus tios...

-- Eu vou--concordou.

--Bom vamos te trocar rápido,para que tome café com eles.Já devem estar te esperando.

--A pobrinha tá demorando,tô morrendo de fome!--comentou Lorenzo,sempre reclamão.

Estavam os três no Jardim da mansão,esperando para conhecer a sua sobrinha.

--Ela deve estar se arrumando--comentou Lucas entretido no jornais da cidade.

-- Nem a melhor roupa a deixará elegante!--comentou Luiz.

A empregada,se aproximou da mesa farta do café da manhã--Senhores,a órfão....Quer dizer,a senhorita Raquel já está vindo--anúnciou Carlota.

-- Não precisa ter inveja Carlota--zombou Lorenzo,sorrindo.

A mesma corou e saiu apressada.

--Acho que ela gosta de você--comentou Luiz sorrindo adorávelmente,cafajeste.

--Irmão,nem as mais belas mulheres da nata de São Paulo conseguiram me conquistar,imagina uma empregada classe baixa...Eu sou duro de roer!

Luiz sorriu com as gracinhas do Lorenzo,quando pela porta dos fundos passou Marina e uma bela jovem.

Luiz pigarreou,fazendo assim os três olharem a bela jovem,caminhar,com um ar de graciosidade até eles.

--Você não disse que a pobrinha era feia?--susurrou Lorenzo,admirado.Uma das mais belas jovens que já tinha visto.Um ar angelical.

A menina se aproximou e sorriu tímida,colocando os cabelos para trás--Oi,eu sou a Raquel--apresentou-se docemente ao rapazes,esticando um das mãos em comprimento.

--Sente-se--mandou Luiz--Não precisa de formalidades querida,estamos em família--sorriu galante.

--Ok--puxou a mão que ficara no ar por segundos,carente de cumprimento,e sentou-se na cadeira confortável.

--Raquel,permita-me,me apresentar--Lorenzo,pegou uma de suas delicadas mãos,depositando um beijo--Eu sou Lorenzo,o mais bonito e encantador dos irmãos...

A menina sorriu em direção ao belo homem,que mais parecia um modelo de capa de revista e corou.

--Não deixe a menina sem graça Lorenzo--repreendeu Lucas,olhando a jovem vermelha.

--Desculpa,não era minha intenção...--riu canalha.

-- Eu queria agradecer por me receberem e pela decoração do quarto...

--Você gostou?--questinou franzindo o a testa--Pedi que fosse todo rosa por que achei que fosse uma criança...mas olhando agora...--analisou lentamente o corpo da menina,fazendo-a prender o ar automaticamente--Vejo que me enganei...

-- Não seja indelicado,querido irmão...--tentou Lorenzo--Ele só quis dizer que,achou que,não era tão gostosa...

A menina corou violentamente,nunca achou que,homens tão bonitos,a elogiariam dessa forma,ainda mais seus tios.

-- Eu não sei quem é pior!--comentou Lucas,dobrando os jornais,depositando em uma bandeija,que o empregado estendeu.

--Com certeza,o hipócrita!--envenenou Luiz.

Lucas o olhou curioso e antes que pudessem se desintender a emprega anunciou a chegada de Carolina.

--Carlota,tem novidades?--perguntou a elegante moça a empregada,antes que chegassem aos jardins.

-- Não senhora,só que chegou a sobrinha deles na casa--Corolina,filha de pais riquíssimos da alta sociedade,pagava um acréscimo no salário dela para que vigiasse Luiz Miguel,seu futuro marido.

--Sobrinha?--questionou confusa--Achei que eles não tinham mais nenhum parente vivo...

--Então senhora.É uma garota do interior,uma pobrinha...

--Odeio gente dessa laia!

A mulher passou pela porta dos fundos,vendo seu futuro marido,elegantemente vestido,tomando café.

--Amor!--comprimentou selando os lábios dele--Olá,rapazes.

--Sente-se Carolina--pediu Luíz--Essa é minha sobrinha Raquel--apresentou-as.

--Oi--comprimentou tímida.

--Prazer,mulher do Luiz--encheu a boca,orgulhosa em dizer.

--Bom Raquel,foi um prazer em te conhecer--disse Lucas,levantando-se e saindo para ir ao trabalho.

--Raquel,gostaria de te convidar para hoje a noite nos acompanhar no primeiro baile da alta sociedade da temporada--convidou Lorenzo.

--Tudo bem--sorriu envergonhada,talvez eles não fossem tão ruins,quanto imaginava.

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