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Jinsoul cumprimentou Jungeun com um breve aceno e entrou na garagem de Jiwoo, deixando a gaiola de Carmen no chão ao lado do carro.

—Entra. —Jungeun deu um pequeno sorriso.

Ao entrar na casa, Jiwoo estava assistindo televisão na sala e seus pais na cozinha. As meninas se cumprimentaram e Jungeun e Jinsoul subiram para o quarto de Jiwoo.

As duas se sentaram na cama com edredom colorido e milhares de bichinhos de pelúcia. Jinsoul estava nervosa pelo que poderia ouvir e Jungeun também estava nervosa por saber que ela deveria contar a história para Jinsoul também.

—Quero começar, me desculpando por ter sumido do nada.—Jungeun decidiu iniciar a conversa depois de um tempo de silêncio entre as duas. —Eu realmente não queria ter ido.

—Você deve ter tido seus motivos.—Jinsoul tentou ser compreensiva.

—Eu li todas as suas cartas.—Jungeun sorriu e Jinsoul não esboçou nenhuma reação.

Ela se sentia chateada por tudo que aconteceu. Se sentia abandonada. Escrever por todo esse tempo dava a entender que estava tudo bem entre elas, e não estava.

—Podia ter respondido também.

—Eu juro que eu queria.—Jungeun se aproximou da outra. —Mas meus pais não deixaram.

—Mas você pegava todas as cartas, não podia deixar outra no lugar?—Jinsoul perguntou sem entender.

—Minha mãe estava sempre me olhando.—Jungeun respirou fundo. —Ela estava sempre me observando.

—Vai me contar o que aconteceu?—Jinsoul perguntou curiosa.

Jungeun respirou fundo e se deitou de barriga para cima na cama. Observando o teto estrelado de Jiwoo ela começou:

—Sim. —Ela virou a cabeça para olhar nos olhos de Jinsoul.—Mas você tem que prometer não contar para ninguém.

—Tudo bem.—Jinsoul deu de ombros e esperou Jungeun começar a falar.

—Nós fugimos.—Jungeun voltou a olhar para o teto. —Minha mãe estava com problemas com alguns agiotas e nós tivemos que fugir. Era por isso que eu não podia ter televisão, computador, celular ou telefone, ela temia que eles nos encontrasse. E eles nos encontraram.

—E por que você me pedia socorro?—Jinsoul perguntou preocupada.

Jungeun respirou fundo, pensando se contava ou não aquela parte.

—Era só porque eu me sentia muito solitária. —Ela decidiu ocultar a verdade.

—Onde vocês moravam?

—Em uma casinha perto da praia. —Jungeun se sentou, lembrando de como viveu por aqueles anos. —Era horrível, não tinha nada nem ninguém.

—Você não ia para a escola?

—Não.—Jungeun negou com a cabeça e sentiu seus olhos se encherem de água. —Minha mãe me ensinava em casa.

—E como você voltou agora?

—Meus pais pagaram as dívidas e decidiram recomeçar em Seul.—Jungeun começou a chorar. —Eu senti tanto a falta de vocês.

Jinsoul sentiu algumas lágrimas escaparem de seus olhos também, mas ela foi rápida em secá-las.

—Me desculpa por ter complicado as coisas pra você esses dias.—Jinsoul foi abraçar Jungeun. —É que eu me senti tão confusa por você ter voltado.

—Eu tô feliz que você esteja aqui agora.—Jungeun disse secando as lágrimas.

—Já tá tudo bem pra você agora né?—Jinsoul perguntou se soltando do abraço.

Jungeun não respondeu nada. Ela brincava com as mãos e não encarava Jinsoul.

—Você tem mais alguma coisa para me contar?

Jungeun negou com a cabeça.

Toc toc toc. Alguém bateu na porta.

—Desculpa atrapalhar esse momento.—Jiwoo abriu um pouco da porta e enfiou a cabeça pelo espaço aberto. —Mas a Heejin tá chamando a gente para jogar basquete. Vamos?

—Essa Heejin quer levar todo mundo pro basquete.—Jinsoul revirou os olhos e se levantou.

Jiwoo e Jungeun riram e as três foram para a quadra de basquete.

Love Letter · Jung Jinsoul + Kim Jungeun💌Onde histórias criam vida. Descubra agora