I am not your Brother

Capítulo 25

POV. Justin Lennon

Por favor, querida, entenda-me.

Entenda que preciso de você, mais do que como minha irmã, mais do que nossa amizade. Entenda, meu amor, que preciso da tudo vida inteira.

Não sei dizer quantas vezes supliquei internamente. Quantas vezes tentei me aproximar e ela se esquivou, não sei o que eu estava pensando, que um beijo mudaria tudo e a colocaria nos meus braços.

Ah, Elly, você é a droga de uma maldição.

Como me sentia preso, como me sentia sem esperanças, como me sentia doentiamente dela. E, bem, ela não parecia sentir nada além de rancor. Interpretá-la ficou mais difícil do que estudar em Yale. Era como se não falassemos o mesmo idioma, como se ela ainda estivesse longe de todas as respostas.

— A gente precisa conversar, Elly — insisti naquilo.

Bem, eu não queria conversar. Eu queria beijá-la e deixar que isso resolvesse tudo, mas parece que não seria tão simples assim.

Nada era simples com aquela garota.

— Não quero — provocou. — Se conversarmos isso se torna real.

— Acorda, Elly, quando não foi real, me diz? — Indaguei. — Me diga uma única vez.

— Éramos crianças — respondeu com acidez.

Ri seco, ela só podia estar brincando com a minha cara.

— Você era — meus dentes rangeram, ela me tirava do sério. — Eu não era uma criança, Elly. Eu era a droga de um adolescente apaixonado por você. Você tem ideia de quão difícil foi estar do seu lado e ter que ignorar isso? Eu não consigo, coelhinha, por favor não finja que nada aconteceu agora.

— O que disse? — A loura disparou. — Repete, Justin!

— O que?

Suas bochechas estavam coradas feito maçãs maduras, seus olhos piscaram em minha direção e apesar da baixíssima iluminação, pude ver o quanto ela estava linda. Não parecia uma movimento intencional quando ela se aproximou, não sei dizer, mas sentia como se a atmosfera nos impelisse a ficarmos mais próximos. Segurei-me para não beijá-la, apesar da proximidade, Elly não parecia disposta ou à vontade para um segundo beijo, ainda que eu quisesse muito.

— Sei que é errado, eu não queria que acontecesse — pronunciei-me antes que sua mente criasse nojo de mim. — Ao menos não tão cedo.

— Estava apaixonado, Justin? — Sua voz quase não saiu, eu balancei a cabeça, estranhando que ela não achasse tão óbvio quanto eu. — V-você ficava com outras garotas! Amanda, Christa, a Fran... eu sei lá quantas já ouvi naquela droga de escola que saíram com você. C-como poderia estar apaixonado?

— Acha que é fácil querer alguém que não pode ter? — Voltei a perguntar. Ela parecia perplexa. — Qual é, eu estava tentando te esquecer. Todas as malditas vezes, tudo que eu fiz foi pra esquecer você.

A loura respirou lentamente, mordeu o lábio inferior e ali ficou, sem pestanejar ou murmurar qualquer coisa.

— Sinto muito.