Parte 3: O encontro em você

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PARTE III: O encontro em você

Eles combinaram viajar para a Busan naquele mesmo fim de semana, dando tempo para que Chanyeol negociasse a sexta-feira de folga e para que Baekhyun resolvesse as questões de onde ficariam hospedados. O Byun também havia se oferecido para dirigir até a outra cidade e custear a viagem — o que o mais alto não gostou muito, mas, após uma leve insistência do pintor, ele acabou se rendendo.

Dessa forma, eles partiram.

Aqueles haviam sido os quinze dias mais insanos em toda a vida de Chanyeol. Enquanto Baekhyun acelerava ao seu lado, as janelas abertas soprando os cabelos curtíssimos do Park, ele não conseguia parar de pensar nas reviravoltas que tinha passado nos últimos dias. Desde o susto do desaparecimento de sua irmã e todo o desespero que sentiu em decorrência dele, até o momento em que Baekhyun simplesmente surgiu em sua vida. Quanto mais pensava sobre isso, Chanyeol percebia que jamais seria capaz de expressar quão grato ele se sentia ao pintor, por ele estar com ele, por estar o ajudando e, bem, por ele ser ele.

Baekhyun que havia sido nada além de compreensível, gentil e absurdamente amável consigo. Baekhyun que estava sendo paciente desde as primeiras crises de choro do mais alto. Chanyeol não era inconsequente, ele tinha plena consciência de que não tinha sido nada fácil para o Byun nos primeiros dias, mas o artista pacientemente lidou com ele e o ajudou a voltar ao seu melhor estado, ainda que toda a confusão não tenha sido resolvida.

— Eu aluguei um quarto com duas camas separadas para nós — em dado momento, o Byun começou a falar, tirando Chanyeol de seus pensamentos. O mais alto sorriu, de repente feliz em apenas escutar sua voz, passar tempo com o outro estava se tornando cada vez mais agradável. — Espero que não se importe em dividir o quarto comigo, me desculpe por não ter te avisado antes.

Fazendo que não, o Park riu, encostando a nuca no banco. Ele fechou os olhos, como sono devido a viagem de carro, ao responder:

— Nada que você faça iria me incomodar, Baekhyun.

Surpreso com as palavras relaxadas que escaparam dos lábios do mais alto, o pintor estancou, a boca aberta em choque, mas acabou rindo logo em seguida, igualmente relaxado. Talvez fosse a praia, ele pensou, estavam próximo o bastante do litoral para que já fosse possível sentir o perfume da água salgada. Parecia estar saindo de férias, era a sensação que tinha e o que seu agente havia lhe dito no início da semana quando soube dos planos de Baekhyun para o fim de semana.

Ele ainda não havia concluído a última tela para a exposição, não conseguiria sem a modelo, por isso o Byun havia simplesmente desistido da pintura. Iria começar algo novo, completamente diferente, por essa razão também estava levando todo seu material de pintura no porta-mala do carro. A garantia de que retornaria daquela viagem com o trabalho concluído foi o que tranquilizou, ao menos um pouco, o empresário que trabalhava consigo.

Chanyeol também havia visto seus materiais no instante em que entrou no carro há cerca de uma hora atrás, ficara empolgado com os tubos de tinta e os estojos de pincéis, lápis especiais e solventes. Juntos, ambos tiveram de espremer as próprias mochilas com suas roupas, a bolsa repleta de panfletos de desaparecida que Chanyeol havia imprimido e os materiais de Baekhyun no pequeno fundo do automóvel. Durante a uma hora seguinte inteira, o Byun se viu desculpando-se pelo tamanho do cavalete de pintura.

Após mais três horas de viagem, o carro finalmente estacionou em uma pequena pousada intimista de poucos andares logo à frente da praia. Era bonita e parecia o lugar perfeito para famílias com crianças pequenas tirarem as férias. O próprio Baekhyun havia conhecido o estabelecimento por recomendação de seu irmão mais velho, que pertencia, de fato, a uma família com crianças pequenas.

ela (outro eu, que é você)Onde histórias criam vida. Descubra agora