Dedicate Your Heart • Shingeki No Kyojin

Capítulo 1

Amelia
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       Dei a volta no titã, escapando da sua mão e me lançando em direção à sua nuca.
O equipamento gasto dificultou o corte, mas foi fundo o suficiente e o titã começou a cair. Era o último.

         Observei o sangue quente evaporando da lâmina, depois olhei para os outros titãs, ainda evaporando. Três deles. De uma vez. Foi mais difícil do que eu esperava.

         Escorreguei até estar sentada no tronco da árvore. Alguns pontos escuros e esbranquiçados pintavam a minha visão e eu me sentia tonta.
O cansaço da noite sem dormir começava a me cobrar.

        No geral, minha situação era meio crítica; Eu não tinha pistolas sinalizadoras e como estava em uma floresta, não via nenhum dos sinais que os outros davam. Consequentemente, não sabia a localização deles.
Não restava muito gás e minhas lâminas estavam muito gastas, era arriscado demais ficar ali. Mas meu cavalo fugiu na tarde passada quando dois titãs me cercaram, e até agora não voltou — mesmo depois de eu ficar assobiando por quase 30 minutos.

        No todo, eu não iria muito longe se saísse dali. Estava cansada, com fome, com sede e temendo pela minha própria vida.

        Sabia o destino que a tropa seguiu, mas sem um cavalo e o gás, eu não podia fazer absolutamente nada, ir andando nem era uma opção.

        Faltava pelo menos duas horas para o sol começar a se pôr, e mesmo assim, não tinha muito o que fazer. Uma fuga durante a noite não era uma opção também, na situação em que eu estava, não conseguia andar nem um quilômetro.

        Suspirei, levantando a cabeça. A distância para a outra árvore era grande. A queda seria dolorida se o gás acabasse, só que a árvore que eu estava era muito baixa, qualquer titã poderia me alcançar sem muita dificuldade.

        Bati minha cabeça algumas vezes contra o tronco, reprimindo um xingamento.

        Eu só estava naquela situação por causa do desespero do capitão inexperiente, que saiu correndo quando avistou um grupo de quatro titãs em nossa direção.

        Se ele tivesse se acalmado, poderíamos ter derrubado o que estava mais perto sem dificuldade. Isso nos daria alguns segundos para nos agruparmos novamente e dois de nós derrubaria os mais baixos, que também eram muito lentos. O último estava distante o suficiente para que conseguíssemos colocar mais uns bons metros entre nós.

        Dava para ter voltado para a formação, lançado um sinal para o comandante mudar o percurso e evitar confronto.

        Caramba, era tão simples...

        Mas, sem as ordens de Kennedy, ninguém soube o que fazer. Tivemos que agir por conta própria e como fugir parecia a opção mais lógica, foi o que a maioria fez.

        Estávamos próximos à floresta e as árvores altas dariam vantagem, então eu segui nessa direção.

        Nenhum dos quatro titãs que nos cercou ficou perto de mim, os outros serviram de isca, inconscientemente. Eu só esperava que alguém tivesse sobrevivido.

        Dois titãs surgiram da floresta naquele momento, e quando deixei o cavalo para usar o DMT, ele relinchou e saiu em disparada. Imaginei que voltaria quando me livrasse deles, mas não aconteceu. A essa altura, eu duvidava que fosse acontecer.

        Aquele já era o segundo esquadrão em que me colocavam. Em quatro meses. O antigo foi massacrado e este, que provavelmente foi feito no improviso, perdeu um membro na última expedição.

        Me jogaram nele de última hora, mas era temporário de qualquer jeito.

        Perdida nos meus próprios problemas, não consegui perceber os passos barulhentos do titã até que ele estivesse perto demais. Como o galho era baixo, se ele esticasse o braço, conseguia me alcançar.

        Olhei para a árvore à frente, era distante...Mas o gás tinha que aguentar. Eu não podia ficar sentada esperando ele me comer viva.

        Apertei o gatilho e o gancho do DMT prendeu na árvore, usar o gás para dar impulso não era suficiente, estava longe demais.

        Me joguei da árvore e o gás me lançou em direção a outra.

        Faltava meio metro, estava quase lá…E o gás parou de sair.

         — Merda! — Meus dedos escorregaram, quando tentei segurar o galho. As lascas da árvore fizeram cortes na minha mão, mas isso nem me incomodou.

        Meu coração pulsava tão forte que eu conseguia sentir a pulsação nos ouvidos e meu cabelo tapava parte da minha visão, mas ainda assim, eu tinha consciência de que o solo estava próximo. Próximo demais.

        O forte impacto contra o chão me fez gritar de dor, senti minha perna molhar e a dor aguda veio antes de eu processar o que aconteceu. Mas não foi difícil. A lâmina do DMT estava enterrada na minha coxa.

        Vi o titã andando calmamente em minha direção, como se soubesse que agora eu não poderia mesmo correr. Puxei a lâmina com tudo, contendo outro grito, pressionando como podia a ferida. Não que fosse adiantar, eu estaria morta em menos de cinco minutos.

        Não demorou para o sangue banhar minhas mãos e calça, escorrendo e criando uma pequena poça abaixo de mim.

        Minha visão escureceu, quando eu me senti fraca, os olhos pesando.
Larguei a ferida e esfreguei o rosto, não importando se estava me sujando ainda mais.

Estava com tanto sono...

        Encarei os olhos azuis enormes e o sorriso estranho no rosto do titã. Sua mão veio em direção ao meu rosto e eu larguei as lâminas, desistindo de uma vez. 

         A última coisa que eu pensei não foi em Ethan, foi que eu havia falhado como um soldado.

        Então, eu ouvi o som do DMT, as lâminas e o gás A mão do titã parou no meio do caminho e ele foi caindo para o lado. Foi rápido o suficiente para eu, naquele estado meio morto, não conseguir registrar direito o que estava acontecendo.
Mas um homem baixinho pousou na minha frente, havia sangue evaporando de toda a sua roupa.

        Ele resmungou observando as lâminas, antes de se virar para mim. Eu não tive tempo de falar ou fazer nada, nem de ver seu rosto, tudo escureceu e a sensação calma foi seguida de um silêncio absurdo.

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Ai, ai, voltei com capinha nova (eu que fiz, obrigada) e título novo, como se simplesmente não tivesse desaparecido por meses.