O SOM DAS BATIDAS CONTRA A PORTA, INSISTENTES E CONTIDAS, JÁ ESTAVAM ME IRRITANDO.Levantei-me da cama com os pés arrastados, não muito afim de sentir o contato do chão frio contra meus pés. Paro em frente a madeira branca e bem polida, ainda escutando as batidas e estico o braço, sentindo uma pequena dor latejante que se esticou sobre meus nervos no processo.
Uma pequena careta de dor surge em meu rosto, mas disfarço assim que giro a maçaneta, vendo minha mãe, uma mulher bonita, cabelos castanhos claros como os meus e curtos, aproximadamente quarenta e oito anos.
Sua expressão não está das melhores.
— Sim? — Inquiro, colocando meu melhor sorriso angelical, retirando a franja dos olhos.
— Aonde você vai, Junko?
Fofoqueiro de merda.
— Do que está falando, Elisa? Não sai do quarto o dia inteiro e ainda estou de pijama..
Começo a citar ao que levanto os dedos, porém seu olhar de relance mostra que minha explicação barata não irá me ajudar dessa vez.
— Não está pensando em ir para lá de novo, está?
Mentir para minha mãe não era uma boa opção. Ela sempre descobriria no final, seja por um olhar, uma pose meio torta ou uma fala um pouco desconfiada.
— Não.
Estou.
Mas mesmo assim, eu adorava mentir para Elisa, pois eu sabia que era a única que conseguia enganar seus olhos castanhos que se tornavam pretos quando estava com raiva.
— Hm.. — A mulher murmura, e eu me escoro no batente da porta, como se dissesse que ela poderia olhar o que quisesse no meu quarto, a dando passagem.
No entanto ela não o faz, apenas me lança um par de olhos franzido, e eu dou graças por isso, porque não era muito boa em esconder as coisas.
— Só isso? — Ela consegue ver meu pequeno e quase imperceptível sorriso de descaso, eu tinha vencido dessa vez afinal.
— Só... — Concorda, um pouco sem graça. Ela se vira e começa a descer as escadas, não sem antes gritar para eu arrumar meu quarto.
E realmente, o cubículo estava uma bagunça. Roupas espalhadas pelo chão e fora do cabideiro, folhas de papel jogadas pela mesa e fios de carregadores perdidos, os quais não eram meu e Ren provavelmente iria gritar comigo por pega-los depois.
Suspiro, mais tarde eu poderia lidar com tudo aquilo.
Me jogo novamente na cama, um dos braços sobre a minha cabeça em quanto o outro estava se esticando para pegar meu celular na escrivaninha ao lado do móvel.
A tela de bloqueio brilhou e uma notificação de Kazumi chama minha atenção. Desbloqueio o aparelho rapidamente, entrando no aplicativo e indo na sessão de dm.
kazumi: Você ainda vem?
Claro que eu iria, eu sempre vou. Digitei um "encontro você em frente à porta em meia hora" me levantando indo em direção ao banheiro.
Deixei o celular na bancada enquanto ligava o registro, pensando se lavaria ou não o cabelo hoje. Decido que não, já que estava atrasada, entrando no box amarrando os cabelos e sentindo minha pele fazer contato com a água quente.
Depois de fechar o registro e ignorar minhas olheiras ao passar pelo espelho, visto um roupão e me pus a procurar uma roupa limpa dentro da bagunça do meu armário.
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CHEATER:; alice in borderland - chishiya
FanfictionTRAPACEIRA ┊ Junko não pediu para estar naquele maldito mundo, onde tudo se resumia em roubar, trair, mentir e matar, céus não, ela adorava jogar, mas jogar quando se envolvia dinheiro, não a sua cabeça! Por mais que odiasse o que estava fazendo, ir...