Capitulo 1

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Caminhando assim pela rua, nem parece que sou uma daquelas garotas que saem do reformatório, totalmente acabadas, com olheiras, cabelos secos e desidratados, e cansadas. Ainda tenho aquele brilho nos meus olhos azuis, e meus longos cabelos castanhos, macios e sedosos. Claro, fiz com que as idiotas enfermeiras me descem um bom shampoo e condicionador. Enfim, finalmente livre! Mas agora preciso pensar aonde vou ficar. Meu pai? Infelizmente morreu. Mesmo me entregando a esse inferno, eu continuo o amando. Também tenho que começar a planejar minha vingança a Carmen, minha madrasta filha de uma puta. Eu tenho vagas lembranças de um garoto - Alan... Eu acho - que se eu me lembrasse de como era, ou se tivesse alguma informação a mais sobre ele, poderia até pedir ajuda. Mas não tinha nada, nem roupas, nem casa.

Fui do centro da cidade para a praia, já que não tinha nada para fazer. Não me lembrava de como tudo isso era tão agradável. Acalmava meu ódio, por pouco tempo, mas acalmava.

Ao chegar na praia, não havia ninguém. Caminhei pela beira do mar observando e pensando onde vou passar a noite. Até que após uns 20 minutos eu vi um surfista alto, de cabelos loiros e olhos azuis claros. Na hora paralisei observando melhor o seu rosto. Notei que ele também me olhava.

- Alan? - Perguntei. Neste momento, um furacão de lembranças se apoderou da minha mente. Era ele.

- Gabrielle? - Perguntou ao mesmo tempo em que perguntei seu. Sorri em resposta e Alan retribuiu.

Conversamos um pouco sobre o que aconteceu das nossas vidas desde a nossa infância. Ficou meio surpreso pelo fato de eu ter acabado de sair de um reformatório. Acho que ele não se importou muito, já que também participou de uma das mortes. Ele acabou oferecendo um quarto reserva em seu apartamento. Como não tinha outra opção acabei por aceitar.

Fomo andando até o edifício, já que era perto. Alan colocou sua prancha na garagem e subimos pelo elevador.

POV Alan

Fiquei observando-a um pouco. Ela me encarava e vivia desviando o olhar.

- Algum problema. - Perguntei curioso.

- Não, nenhum. - Ela disse nervosa. E exatamente nesse momento o elevador abriu em meu andar.

- Esse é o seu quarto. - Apontei para o quarto extra, ao lado do meu. - Eu estou aqui ao lado, caso precisar.

- Ok. Mas meio que eu não tenho roupas nem nada...

- Tudo bem. Esse era o quarto da minha irmã mais nova e como ela foi morar com o namorado... Pode ficar. Ela não vem buscar as coisas há muito tempo. - Sorri.

Ela entrou em seu quarto e eu no meu. Coloquei uma camiseta branca e deitei de barriga para na cama. Ela mudou tanto, não consigo imaginar que era a mesma garota de antes. Lembro-me da vez que a salvei. Não sei como pude matar, mas meu instinto me levou a fazer loucuras por Gabrielle. Mesmo sabendo de seu passado ela ainda me atrai.

- Alan. - Uma voz feminina chamou-me, indo na minha direção, sentando, por fim, beira da minha cama.

- Oi.

- Por que esta me ajudando? - Ela se aproximou mais de mim sentando ao meu lado. - Tipo, eu matei e torturei várias pessoas quando pequena, passei 8 anos em um reformatório... Não podia imaginar que uma pessoa, como você, me ajudasse.

- Gabrielle, eu...

- ALAN VOCÊ NÃO VAI ACREDITAR! - Mike apareceu gritando desesperadamente. - Desculpe, eu não sabia que você estava com uma garota. Vou sair agora. Não se esquece de arrumar a cama depois. - Mike é meu amigo gordo e retardado que muitas vezes aparecia sem aviso. Acho que depois disso vou ter mudar esse seu hábito.

- Vai se foder seu gordo miserável. - Falei com vergonha e raiva.

- Não vão destruir a cama! - Advertiu Mike rindo e saindo do meu quarto. Gabrielle ficou o olhando como se quisesse o enforcar.

- Voltando ao assunto. - Me endireitei e sentei, ficando mais próximo. - Gabrielle eu estou te ajudando porque eu sinto necessidade disso. Eu não sei exatamente o porquê, mas eu quero.

Ela sorriu para mim. Nossos olhos se encontraram e íamos cada fez nos aproximando, até que colei seus lábios nos meus. Foi um beijo lento e calmo, seguido por um longo e apaixonado. Ela cortou o beijo e respirou um pouco. Não só ela, mas eu também estava ofegante.

- Nossa. - Dissemos em um uníssono.

POV Gabrielle

Se não fosse por aquele gordo idiota o momento seria perfeito. Na hora que ele apareceu me deu uma enorme vontade de estrangulá-lo ou simplesmente amarrá-lo com uma cadeira e cortar dedo por dedo, mas Alan me conteve voltando ao assunto anterior. Acho que ainda gosto dele, como na época da nossa infância, só que agora muito mais.

Sorri para ele em resposta. Trocamos olhares por vários minutos e estávamos cada vez nos aproximando mais. Estava nervosa, não sabia o que fazer, então repeti seus atos. Logo nossos lábios se encontravam em um beijo lento. Aquele foi meu primeiro beijo. Rapidamente ele me puxou para outro beijo, só que mais longo. Parei-o para respirar.

- Nossa. - Falamos ao mesmo tempo.

-----------------------------------Nota do Autor-----------------------------------

Para pessoal que não gosta de romance, desculpa, mas tive que colocar. Ela ainda é uma garota e eles podem ser um casal de assassinos!

Vai ter terror e romance ao mesmo tempo, okay.

Se reclamarem tudo bem, reclamem com a mente não nos comentários, pois isso não vai mudar o jeito que vou escrever a história. tive que fazer uma segunda temporada com a Gabrielle com 16 anos... Não vou mudar de novo!

Obrigada por lerem!

O Retorno da AssassinaOnde histórias criam vida. Descubra agora