Capítulo 24

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Dedicado a DearTorres pelo seu aniversário. Obrigada por ler minhas fics e ser uma leitora fiel. Seja feliz e muito Calzona na sua vida 💕

Flashback

Calliope não aguentava mais ficar trancada naquela cabana, como seu pai e sua avó tinha coragem de deixá-la ali reclusa do mundo, apenas porque tinham vergonha dela. A morena tocou em seu ventre que já estava quase explodindo de tão grande. Apesar de tão jovem, e que o fato que a levou a essa gravidez não foi um ato de amor e sim um abuso, ela havia escolhido ter aquela criança, afinal aquele bebê não tinha culpa de nada. Porém grávida aos 17 anos e sem nem saber quem era o pai direito, já que ela nem conhecia o cara que a embebedou na festa, aquilo era uma vergonha e uma afronta a sua família tão tradicional. Sua avó nem conseguia olhar para ela e seu pai, só sabia dizer que nunca aceitaria um neto ou neta bastarde. Nem ao menos pôde fazer o pré-natal, seu pai a tinha como prisioneira naquela cabana nas montanhas e a única pessoa que havia ali era uma senhora, que lhe fazia comida e que seria a parteira quando chegasse a hora.
A noite já havia caído, uma chuva fina caia do lado de fora e a morena apenas fazia observar as gotas que batia na janela. Sua única companhia era aquele bebê que nem sabia se era menino ou menina, mas sua intuição dizia que seria sua menininha. Ali olhando a chuva e acariciando seu ventre, a morena começou a cantar uma música que sua mãe lhe cantava quando era criança. Ah como sentia falta de sua mãe, ela nunca permitiria o que seu pai e sua avó estavam fazendo. Ela não era nenhuma criminosa para estar trancada naquele lugar. De repente ela sentiu uma pintada na barriga e sentiu um líquido escorrer por suas pernas. O medo tomou conta de si e um grito forte e agudo ecoou naquele quarto. Não demorou para a senhora que a acompanhava ir socorre-la.
Está na hora...essa criança vai nascer - diz ajudando-a deitar-se - vou pegar uma bacia com água e panos limpos e avisar seu pai
Não por favor, não o chame - suplicou
Sinto muito, são as ordens - disse saindo do quarto em seguida

{...}

O dia já estava clareando quando por fim, Callie deu a luz ao seu bebê. A senhora limpou e cortou o cordão, enrolou em uma manta e entregou a mãe. Os olhos de Callie brilhavam ao ter pela primeira vez sua filha no colo, como ela sentia, era uma menininha. Seu coração batia mais forte por tê-la ali em seus braços, sentiu seu cheirinho e beijar sua testa. Tudo parecia perfeito até o momento em que seu pai chegou.
Já era de manhã, Callie havia conseguido amamentar pela primeira vez sua pequena Lúcia, havia escolhido o mesmo nome de sua mãe, a amaria e cuidaria dela assim como sua progenitora havia feito. Porém quando seu pai chegou, seu pesadelo começou. Ela estava sonolenta, seus olhos estavam pesados quando Carlos entrou com tudo pela porta em direção a cesta que estava a criança.
O que está fazendo? - ela reuniu forças para sentar na cama
Vou fazer o certo - ele diz ríspido ao pegar a criança no colo - levar esse bebê para um lugar onde encontrarão uma família
O que? Não - disse desesperada - é a minha filha papai, eu tenho direito de cria-la
Por Deus Calliope você é apenas uma adolescente irresponsável, que não cuida nem de si. Eu nunca aceitaria um neto bastardo. Acredite é o melhor para essa criança
Não... não por favor papai - a morena já estava em prantos
Eu e sua avó já decidimos.
Carlos já estava pronto para sair do quarto com a criança quando Callie reuniu forças para dizer.
Posso pelo menos me despedir? Por favor - ela implorou
Carlos teve uns segundos de compaixão e deixou que a filha se despedisse da criança enquanto arrumava o carro.
5 minutos apenas - Callie assentiu quando ele colocou sua filha em seus braços
Lúcia, minha princesinha, eu te amo tanto. Eu sinto muito por não poder impedir isso, mas eu prometo que um dia eu vou te achar e vou provar a você que eu sempre te amei. Que Deus te guarde sempre minha menininha - a morena disse emocionada
Callie então beijou a filha e sentiu seu cheirinho pela última vez. Foi então que teve a ideia de tirar a correntinha que sua mãe havia lhe dado e colocou no pescoço da filha, mesmo ficando um pouco grande e escondeu com a manta.
Para que você tem uma lembrança minha meu amor - disse olhando para sua filha que dormia - um dia vamos nos encontrar, eu sei disso. Eu vou te achar
A porta então se abriu e sem dizer nada, Carlos pegou a crianças dos braços dela. Callie ainda chorou e rogou ao pai que.nao fizesse mas ele não olhou para trás. Callie ainda estava fraca pelo parto, mal conseguiu andar até a porta, e apenas ouviu o barulho do carro saindo. Foi ali o pior dia da sua vida, o dia que foi separada de sua filha.

Fim do flashback

{...}

Calliope dirigia em alta velocidade, Amélia havia lhe passado o endereço que provávelmente Emilly estava presa e ela precisava salva-la. Lembranças dela com a garota passaram por sua cabeça como um filme, como podia ter tido sua filha ao seu lado esse tempo todo?
Sloan estava preocupado com toda aquela fúria de sua parceira mas decidiu não falar nada. Logo chegaram até o local que se tratava de um galpão abandonado perto das docas da praia. A agente estacionou de qualquer jeito e pulou para fora do carro, indo até o porta malas e vestindo seu colete a prova de balas e pegando outra arma e prendendo em sua perna.
Callie devemos esperar reforços - Sloan diz preocupada colocando o colete
Não temos tempo. Esse cara vai matar a minha...vai matar Emilly - ela diz nervosa
Olha só - ele se aproxima - eu sei que você gosta dessa menina, que ela é irmã da sua namorada mas temos que agir racionalmente
Eu sei que você tem razão mas eu não posso - fecha os olhos respirando fundo - você não entende Sloan, é a minha menininha. Eu a encontrei e não posso perde-la
Callie o que você está falando?
Antes que ela pudesse responder algo, eles escutam um tiro vindo de dentro do galpão. Callie sentiu todo seu corpo gelar, já imaginando o pior.

Destino ou Acaso - 𝑪𝒂𝒍𝒛𝒐𝒏𝒂Onde histórias criam vida. Descubra agora