R.I.P

Ｆｒａｇｍｅｎｔｏ ³

Aviso:Isso é uma lembrança da primeira linha do tempo, não da atual.

🌼

Não podia deixar as coisas mal resolvidas entre mim e Tae,porém após aquele soco,eu não vi mais ele na escola,nem na cidade,procurei na praia também e ele não estava lá.
Como faria ele acreditar em mim?Eu realmente não tinha nada a ver com a quela maldita foto,decidi que se Taeyong me pedisse para bater em todos os envolvidos eu não hesitaria nem um segundo.
Foi cinco dias depois que tomei coragem de ir até o apartamento em que Taeyong vivia com o pai. Já era um final de tarde,respirei fundo em frente a ultima porta do oitavo andar,então toquei a campainha.
Cinco minutos se passaram e quem atendeu foi o Sr.Lee,o delegado ridiculamente irritado.
-Hm,o Taeyong está?-Disse envergonhado,sem saber explicar muito bem o porque estava ali.
-Não,mandei ele pra casa dos avós por uns dias-Ele me lançou um olhar profundo-Mas que bom que está aqui,precisamos conversar.
-O que?-Recuo ligeiramente surpreso.
-Entra-Ele da espaço,mas continuo parado-Moleque,não tenho o dia todo!
Então entro no pequeno apartamento com o peito apertado,sentia que coisas ruins estavam por vir.
Ele se senta no sofá e eu o mais longe possível,do outro lado da sala. Sr.Lee me entrega um panfleto em silêncio,é de uma escola militar e tem um outro de uma clínica psiquiatrica para jovens.
Olho para ele confuso.
-O que é isso?-Pergunto deixando na mesa de centro.
-Estou pensando em colocar o Taeyong em uma dessas instituições.
PUTA MERDA.
-Não...o que?Não!Porque faria isso?-O encaro indignado.
-Porque quero que meu filho se cure e vire um homem de verdade. Não quero você perto dele,Jaehyun.As pessoas na cidade...estão comentando coisas-Ele suspira-Coisas horrendas sobre meu filho e você.
Eis o problema de uma cidade minúscula,é claro que um boato de escola se espalha rapidamente e chega até os pais dos alunos.
-Isso...é um mal entendido.
-Sabe o tamanho da vergonha que estou passando?
-Mas...Taeyong tem amigos aqui,tem Mark .Não pode decidir algo assim de uma hora para outra.
-Não tenho opção,minha familia vai virar piada na cidade toda.
-Se quer punir alguém,puna a mim-Digo com a voz embargada-Mas não estrague a vida dele,por favor...
O delegado fica em silêncio durante muito tempo,até dizer:
-Se você nunca mais falar com ele,não vou manda-lo para longe-Ele diz me encarando firme-Mas se eu ver você olhando para o meu filho,ou no mesmo ambiente que ele...pode ter certeza que vai ser o ultimo dia de Taeyong na cidade.
Respiro fundo,ser internado a força ou enviado para uma escola militar...seriam traumas que o acompanhariam paro o resto da vida.Já um namoro é superável,em dois anos ele vai ser de maior e posso esperar por ele,esperaria cada segundo se precisasse.
-Ok,eu não vou mais me aproximar,mas traga ele de volta para o irmão.Sei que Mark sente muita falta dele-Digo me levantando pronto para encerrar aquela conversa trágica.
-Você é um rapaz sensato...
Quando saio porta a fora já está de noite.
Algo não está certo em meu peito,como um buraco enorme e desesperador. Me cai a ficha de que não seria beijado por ele,não teria sua companhia e muito menos a chance de defende-lo dos idiotas da escola.Eu nem poderia pedir perdão...
Na quele dia eu achava que por mais doloroso que fosse,eu estava protegendo Taeyong,mas o que eu não percebi na verdade era que eu estava o abandonando,ele iria desabar e eu não estaria lá para o apoiar, na verdade,eu tinha dado o golpe final com aquela escolha, o golpe que o quebraria.

🌼