CAPÍTULO UM

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        A imagem do sangue de Gerard em meus dedos não saia do meu pensamento, por mais que eu me forçasse contra Izobel era impossível, o feitiço de ressurreição de Genevieve consumiu parte das minhas forças para lutar contra o controle dela sobre mim. Mas fui forte o suficiente para impedi-la de trucidar minha família e meus amigos, fiz com que desaparecêssemos antes que ela pudesse fazer algo.

            Agora me vejo incapaz de tomar o controle de meu próprio corpo, vivendo como mera espectadora do espetáculo de horrores do qual eu sou protagonista contra minha vontade. Perdi a conta de quantos phentions eu, ou melhor, Izobel já matou, me fazendo observar a vida esvaindo-se de seus olhos, e sentir o prazer que ela sente em matar.

            Tento com todas as minhas forças, resistir as suas tentativas em ir a Terra, e consegui impedi-la em todas elas. Em alguns momentos de lucidez, quando Izobel descansa, tento comunicar-me com Gerard, ou minha mãe, mas é muito difícil. Queria poder dizer a ele que sinto muito, que estou com medo e que preciso dele, mais do que nunca. Toco o pequeno medalhão que ele me deu e fecho os olhos, tentando manter a sanidade e me sentir segura novamente. Lembro-me do que ele me disse naquele dia na floresta, que nós estávamos conectados, e eu faço disso minha única esperança de que ele me encontre e me salve dessa loucura em que me encontro. Me sinto constantemente cansada de tanto lutar contra Izobel, raras vezes consigo resistir a um ou outro assassinato, travo as pernas e as mãos, impedindo que ela prossiga com os atos de horror. Gerard é minha última esperança.

            Fecho os olhos e aperto o medalhão em minhas mãos, tentando me lembrar do calor do toque dele em minha pele, da maciez de seus lábios e da urgência de seu beijo, de repente me sinto como se estivesse ao lado dele, sentindo o calor de seu corpo e a segurança que me transmite, retiro as mãos calmamente do medalhão e me permito descansar, aproveitando o frio da brisa que toca minha pele, fazendo-me arrepiar.

            Marzyah era um lugar agradável, frio e aconchegante, me permitia descansar nos momentos em que Izobel dava uma trégua, e eu finalmente relaxava e me sentia livre, apesar de enclausurada em minha própria mente.

Phentions: O confronto finalWhere stories live. Discover now