Vinho da prostituta

15 2 0
                                    

Caraça!
Vindo da praça
Disse graça.

Gritou e
Se sentou
Tocou o rosto, contou.

Quando a vinha tocada
Bailava na taça
Graça nossa.

Ria em gesto fingido
Brilhava o olho faminto
O riso rimava com o olho faminto.

O nariz cheirava o cobiçado
Verdadeiro sangue pintado
Mar açucarado
Balançava a cabeça e suspirou.

Suspirou satisfeito
Minha nossa! disse
Elevou a taça à porta do cemitério.

A cova pressentia o sabor
Mexia o corpo no caixão
A taça segurava
Enquanto a lingua anseava.

Em fim, os olhos fechou
Suspirou balançando a taça
Driblou o sangue pintado.

Incestou na cova o mar açucarado
Bebeu do vinho
Sua mente se mentia.

Seus lábios,
A porta do cemitério sentia
A lingua desejava não ser
Acredito que revirava-se...

Os lábios se rachava
Revirava-se a lingua na cova
Bebeu do vinho da prostituta.

Poemas da almaOnde histórias criam vida. Descubra agora