Miragem Inatingível de amor

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Limitais o nosso amor em kwanzas,
Dizeis ser a única esperança,
Confias ser o alicerce no futuro,
Alegais ser o porto seguro!

Não te censuro na tua ansiedade,
Me conjecturo indiciado,
Porque é de minha responsabilidade os teus atos.

Por ser humanamente inútil,
Tirei-te o sossego e plantou-    -se em ti,
A obsessão constante pelo horizonte.

Ah!
Aí vens tu,
Lá vens outra vez.

Sempre dizendo que,
Temos de garantir o amanhã,
É...
Como se só o incerto importa.

Eu tirei-te a quietude,
Mas não fui eu quem semeou,
Essa ganância do mais e mais.

Sou culpado de teres,
Reduzido o que sentimos,
Mas não por o teres  substituído.

Ai, pena não estares...
Na verdade tu nunca estás,
Até mesmo quando estás.

Ter-me-ía despedido,
Dos teus doces lábios,
Ah, há tanto tempo que não os sinto.

O doutor disse que hoje não escapo,
E só queria deixar um recado
Um último recado nos teus lábios.

Mas tu não estás,
Estás a somar kwanzas,
E fico feliz! não irei embrulhado nos panos.

E vou triste por que,
Os teus kwanzas não servirão,
Para trazer-me de volta.

Servirão somente para comprar,
Um caixão luxuoso,
Mas não o tempo perdido.

Por isso,
Irei,
Por isso irei triste.

Poemas da almaOnde histórias criam vida. Descubra agora