Longo caminho até você

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  Marri passou praticamente a tarde toda com ela contando tudo, que aquele era um mundo de outro universo, que estavam muitos distantes, que foram levadas por uma fenda estranha que ainda ninguém sabia o porquê surgiu, e como fazia e sumia.

Mas apesar de toda a coisa sobrenatural, o mais louco era que realmente a amiga estava mesmo feliz com o ocorrido. Ela acreditava piamente que aquele era seu destino e não queria voltar.

Sami começou a sentir uma espécie de desânimo com surpresa.

Desânimo porque a amiga estava irredutível e não queria saber da possibilidade de retornar, se essa surgisse, e surpresa porque sentia que no fim, parecia mesmo que a amiga estava feliz e quem era ela para acabar com isso?

Amar não era deixar ir? Não era querer o melhor para quem se amava?

Marri estava mesmo feliz ainda que mal fizessem um dia inteiro de toda aquela loucura.

Mas não era o seu caso.

Depois daquilo, Sami escolheu o caminho de ser amiga de verdade e concordou com ela, se era o que ela queria e estava feliz. Então ok.

Mas esse não era seu caso.

Ficar em um mundo com gente voando para lá e para cá e morando em casulos, não era o que queria para sua vida, não mesmo.

Assim ficou à espera do tal deus de branco fofinho que nunca lembrava o nome, descobrir como lhe levar de volta para casa. Nesse meio tempo se tornou a 'hospede' do Yoongi de asas negras e como aparentemente ele era o único que podia dividir os aposentos com uma estrangeira, o motivo ela nem quis saber, seus dias se tornaram uma sucessão de dormir exausta depois de andar para lá e para cá com a amiga em seu novo lar, comer, dormir e tentar usar seu pijama sempre que possível enquanto Marri já tinha aderido à moda local.

Não podia reclamar de ninguém naquele lugar também, fora as loucuras do Tae, a presença silenciosa do Jimin grudado na sua amiga e os voos com Yoongi de manhã para sair do casulo e a noite para voltar, ela vivia seu período mais vagabundo de vida, só comendo, relaxando, passeando.

Era como umas férias bizarras em algum livro de contos de fadas ao reverso.

Mas a verdade era que queria mesmo voltar para casa e não queria que levasse anos para isso.

Sua vida era emocionante? Não mesmo, trabalhava em uma empresa comum, em um trabalho comum, tendo dias comuns, contudo eram seus dias comuns.

Eram seus.

E Sami os queria de volta.

Com o tempo começou até que fazer amizade com o cisne negro 'baba', Yoongi e em um dia que perguntou sobre a caverna onde ele fazia armas e coisas afins, ele resolveu levá-la e ali foi que ficou mesmo surpresa.

Era uma caverna que dava para um rio de lava e onde tinha forjas e todo tipo de coisa de jogo de RPG – Ela jogou aquilo na infância – E que uma coisa em especial lhe chamou atenção sem entender muito bem o porquê: Uma espada de lâmina branca estranha, pequena e curvada e que parecia reluzir naquele ambiente de penumbra.

Foi até a lâmina e tocou o metal gélido com a ponta de dois dedos, sentindo seu corpo se arrepiar até o âmago.

Se afastou em um pequeno pulo e viu a espada brilhar como uma lâmpada led estranha e então se apagar.

Piscou muito e se voltou para o cisne só para vê-lo encará-la de um jeito estranho.

— O que foi?

Cisne NegroOnde histórias criam vida. Descubra agora