Cap 8 - Funeral

306 41 39
                                    


Chovia. Chovia forte.

Midoriya estava sem guarda-chuva debaixo de uma árvore, em um cemitério. 

Ele usava um terno completamente preto, e com a chuva que caía levemente era difícil dizer se chorava.

-- Ei, vamos. - Uma garota com um guarda-chuva pôs a mão no seu ombro, ela era um pouco mais velha que ele.

Izuku apenas assentiu e a seguiu.

Eles andaram em silêncio compartilhando o guarda-chuva até o destino.

Eles entraram em um dos enormes salões brancos no final do cemitério, onde era o único lugar onde o chão não era grama fora os pequenos caminhos em pedra que ligava todas as coisas ali. Dentro havia vários bancos acolchoados e na frente um pequeno memorial ao falecido.

Midoriya entrou com a moça, analisando o local. 

Lá na frente, tinha um quadro com uma foto de Inko, um caixão e um grande arco de flores do outro lado com um "Obrigado por tudo", escrito no meio.

O caixão não possuía uma parte transparente, Midoriya não sabia se o corpo de Inko Midoriya sequer fora achado após aquele desastre. 

Midoriya sentou-se atrás, no último banco do local. Haviam uma ou duas pessoas desconhecidas no local, provavelmente amigos da Agência de Inko. Midoriya reconheceu alguns rostos como alguns vizinhos mais próximos de Inko, como um senhor de idade, que sempre conversava com Inko sobre plantas, já era viúvo e não tinha com quem falar na maior parte do tempo, via em Inko uma amiga. Ou uma senhora que às vezes ia até o apartamento de Inko para conversarem e tomarem chá, além de alguns outros vizinhos.

Ele sentou- se no último banco do local.

-- Ah não, não mesmo Izuku. - Falou a moça - Venha para a frente, nem mesmo virão pessoas suficientes para preencher esse salão por completo, então venha para a frente comigo.

Ele não queria ir para a frente, ele não queria ver tudo aquilo de perto, não queria ter de olhar para os rostos tristes, não queria olhares de pena sobre ele.

-- Tudo bem. - Disse e se levantou, seguindo-a.

A garota guiou-o até a primeira fileira, onde um senhor e uma senhora estavam sentados. A senhora limpava lágrimas com um lenço. 

Oh não, a primeira fileira não. É onde se sentam os familiares.

Talvez porque você seja um familiar.

Midoriya assustou-se um pouco com a volta repentina da voz.

Você tem estado calado.

Não sou obrigado a falar nada. Agora cale a boca e preste atenção.

-- Ah, você voltou, Naomi. - Falou a senhora assim que se aproximaram.

-- Sim, e eu trouxe Izuku. - Respondeu Naomi apontando para ele.

Midoriya deu um leve aceno.

-- Meus pêsames querido, isso também está sendo difícil para mim. - Disse a senhora.

-- Tudo bem, tia. - Izuku respondeu sorrindo com o rosto meio triste.

Naomi sentou-se ao lado da mãe e Midoriya logo ao seu lado.

Logo, mais pessoas foram chegando.

Chegaram amigas modelos de Inko, amigas da direção da agência, alguns amigos antigos, vizinhos e vizinhas.

Logo, o salão estava cheio pela metade, porém todos estavam espalhados.

Só havia uma característica em comum entre todas as pessoas daquele salão. 

Você NÃO pode se tornar um Herói Onde histórias criam vida. Descubra agora