Capítulo III

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- E aí, meninas, já estão cheias de tarefas e trabalhos?

- Não viaja, Felipe. – Respondeu a Mariana, fechando a porta do carro.

- Na verdade, os professores só falaram sobre vestibulares, perguntaram qual curso estamos pensando em fazer e nos botaram pilha de como esse ano passa voando. – Respondi.

            O Felipe suspirou e disse:

- Poxa, lembro bem do meu Terceirão, os professores cobram muito dos alunos, é uma pressão gigante, mas logo isso passa, só manter a calma.

            A Mariana deu uma risadinha irônica e aproveitou para voltar ao debate do começo da manhã:

- E você dizendo que sentia falta do Ensino Médio...

            Consegui ver pelo retrovisor o olhar indignado do Felipe, então, antes que uma discussão novamente começasse, eu disse:

- Mas e aí, Fê, como foi sua manhã?

            O Felipe acabou dissolvendo a cara de sério e começou a me contar:

- Ah, depois de levar vocês para o colégio eu fui para o escritório e fiquei ajudando o pai, passei no mercado para pegar umas coisas que a mãe me pediu e de lá fui direto buscar vocês.

- Nossa, sua manhã rendeu hein. – Brinquei. Ele concordou com um sorrisinho, enquanto me olhava pelo retrovisor.

            Os pais da Mari e do Fê são advogados e, por isso, o Felipe resolveu honrar suas origens e fazer direito, agora ele já está no 4º ano da faculdade. Já a Mari é diferente, ela domina o campo de exatas e odeia humanas, mesmo indo bem em todas as matérias. Ela ainda está em dúvida sobre qual faculdade seguir, mas acredito que vá escolher engenharia. Já eu, sempre sonhei em cursar jornalismo, mesmo o meu pai sendo médico e minha mãe nutricionista, profissões bem distintas da qual eu quero seguir, mas sempre tive o apoio deles para fazer essa faculdade.

            Cheguei pontualmente às 13h em casa, agradeci o Felipe pela carona e falei para a Mariana que ligaria mais tarde para conversarmos. Meus pais só chegariam em casa às 19h, como sempre, então peguei a chave de casa na minha mala, abri a portão e em seguida a porta.

- Snow! Cadê você, lindinha? – Eu disse, enquanto colocava minha mala no sofá da sala.

            E lá veio ela, me abaixei para pegá-la no colo. Como eu sou filha única, meus pais não quiseram me deixar a tarde toda sozinha em casa, então compraram uma cadelinha maltesa para me fazer companhia já fazia uns 4 anos. Antes a mãe atendia os pacientes dela aqui mesmo, mas com o passar do tempo ela achou melhorar abrir um consultório.

Depois de fazer alguns carinhos na Snow, fui comer alguma coisa, esquentei a comida, almocei e lavei a louça, então organizei um pouco a casa, conversei por ligação durante uma meia hora com a Mariana e comecei meu planejamento de estudos para aquele ano tão importante, o ano do temido e esperado vestibular.

Memórias do meu Ensino MédioOnde histórias criam vida. Descubra agora