É POSSÍVEL E BIOLÓGICO

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A feitiçaria tem como pressuposto que o Cósmico é um Todo Perfeito e de que, portanto, existem ligações ocultas entre todos os fenômenos naturais, bons e maus, pois há um liame invisível entre todas as manifestações da Natureza e os eventos na escala de tempo.

O bruxo tenta, por meio do seu conhecimento e poder, controlar ou, pelo menos, influenciar essas ligações a fim de produzir os resultados práticos que deseja.

Esses efeitos conseguidos não  passam, necessariamente, pelo crivo da dualidade bem e mal, mas sim objetivam a ateender um desígnio. Bem e mal, portanto, não passa de um ponto  de vista, sem importância alguma para o ser neutro que observa todo  fenômeno.

Jeffrey B. Russell e Brooks Alexander apresentam um estudo completo sobre o tema em História da Bruxaria: Feiticeiras, Hereges e Pagãs. É  um livro  magnífico que relata toda a história das bruxaria sem Julgamentos.

Escreveram com suas vidas uma  história repleta de perseguições e reviravoltas. Feiticeiros, feiticeiras, xamãs, bruxos e bruxos, hereges de todos os tempos construíram uma memória silenciosa, mas não por isso menos verdadeira e devastadora.

Muitos viviam escondidos, outros habitavam palácios e aconselharam rainhas, reis, czares e imperadores, monarcas de todas as épocas  e países.

A citação acima tem o condão de dizer que nada é sobrenatural: tudo pode ser produzido biológica e fisicamente. Santa Joana Darc, o mago  Grigory Rasputin, Madame Helena Brawaski, Jane Seth/Jane Roberts e seu Seth, no Livro "Eterna Validade da Alma", e os dez magos ou bruxos mais famosos do mundo.

Cornéllius Agrippa, Chaim Samuel Jacob Falk, Nicolas Flamel, Paracelso ou Philippus Aureolus Theophrastus, juntamente com o conhecido Gerard Eucausse, de pseudônimo Papus
e Hew Draper, John Dee,Edward Talbot ou Edward Kelley, Eliphas Levi e o mal compreendido Aleister Crowler, todos são de natureza biopsicológica e material, graças à compreensão do Todo Imanente ou à Consciência Criativa.

Aleister fez maldades com seus poderes, mas quem não o fez nas várias encarnações? As narrativas de suas malogradas intervenções no mundo do fenômeno não explica a extensão dos efeitos positivos para a existência de toda a humanidade como ela existe hoje.

Mister Aleister Crowler nos ensinou na senda da própria  vida, com as experiências aprendidas das sombras surgidas, uma preciosa lição de alerta a alumiar outras veredas batidas rumo à iluminação.

O caminho inverso, de São Cipriano, de bruxaria, aprendizado até a santidade, nos revela com detalhes o caminho  oposto da possibilidade de redenção também pela caridade, depois foi aprendizado nas densas trevas da bruxaria.

Nascido no século III, Cipriano logo foi introduzido na irmandade dos magos e, após uma estadia entre os persas, aprendeu as artes da adivinhação e invocação.

São Cipriano,  no entanto,  foi  Bispo de Antioquia, passou à  história como mártir e santo.

Passou de fiel seguidor do ocultismo persa, no Irã,  para se integrar ao Cristianismo de Roma,   numa virada completa na sua busca de transcendência.

Ainda que tenha se livrado  das  artes de bruxaria,  se tornou, no entanto,  menos famoso que o seu grimório de rituais e de encantamentos mágicos: manual escrito pelo mago antes da sua conversão ao Cristianismo, mais conhecido como da capa preta,  Livro de São Cipriano.

Joana D'Arc trouxe encanto ao mundo na sua batalha contra os inimigos na memorável Guerra dos Cem Anos, se encerrando aquele conflito graças  à sua coragem,  angariando então todo o ódio do patriarcado por ser uma mulher que receberia todos os louros da glória.

Mas, este revestimento luzidio de dogmas religiosos para punição de hereges ou guerreiras remonta a tempos imemoriais.

Nascida em 1412, em Domrèmy, França, D'Arc foi considerada heroína da França pelos seus feitos durante a Guerra dos Cem Anos contra britânicos.

O poder do patriarcado foi decisivo para a morte da jovem  de 19 anos de idade apenas.

Havia precedentes de seus poderes, em 1425, aos 13 anos de idade, Joana, ainda adolescente afirmou aos seus pais, Jacques d'Arc e Isabelle Romée, ter visto no quintal de casa os santos de devoção dos franceses da época, as pessoas  de Arcanjo São Miguel, Santa Catarina de Alexandria e  Santa Margarida de Antioquia, pedindo para que ela lutasse contra os ingleses na defesa do Rei Carlos VII.

Ela revestida daquela vaura de poder, mas com corpo  débil  e fragilizado, visitou o próprio Rei, depois de 11 dias de espera, tendo inclusive se despido de sua vaidade única feminina, cortando os  próprios cabelos, e se apresentando como se fosse um soldado.

Após lutar e vencer,  vestida de homem,  quando revelada a sua identidade, 
foi queimada numa fogueira, como sendo bruxa,  unindo,  no sacrifício supremo, ingleses machistas e franceses mal agradecidos, com dupla acusação de bruxaria e heresia, numa união jamais imaginada pela causa romana, ou seja, da Igreja Católica.

O reconhecimento de santidade somente veio séculos depois, tornando-se aquela ex-renegada bruxa a padroeira de toda a França.

Tudo pelo reconhecimento que hoje se tem da dignidade e da força da mulher.

O mundo sem Joana Darc seria outro, talvez a Geopolítica também, pois os ingleses se detivessem os dois lados do Canal da Mancha teriam seu Superego nacionalista  exarcebado.

Poderiam ter os próprios ingleses lutado sozinhos. sem a ajuda da Rússia, Estados Unidos e Aliados contra o III Reich, com resultado incerto para o mundo civilizado.

AS DIMENSÕES DO BRUXOOnde histórias criam vida. Descubra agora