Capítulo 1 - Um começo tranquilo
Parecia ser um dia normal como qualquer outro para o menino magricela chamado Harry Potter, grande bruxo e salvador do mundo por duas vezes. Já fazia mais de três meses que Lord Voldemort fora derrotado e as cartas ainda chegavam aos montes no dormitório do grifinório onde se amontoavam no canto perto da cama de Simas. O menino tornara-se mais famoso do que nunca, para sua infelicidade, era agora o garoto que sobreviveu e o garoto que salvou o mundo. Ele só queria ser Harry.
Após a coruja branca entrar pela janela aberta e olhar desconfiada para outras três corujas que acabavam de colocar mais cartas em cima do pequeno monte no canto, ela pousou em cima de um outro montinho embaixo da coberta vermelha. Sem remorso bicou três vezes o cobertor e o esperou se mexer. Saindo de um sonho tranquilo Harry abriu os olhos em uma manhã sem sol e logo levou outra bicada, dessa vez na orelha e muito mais delicada que as de antes, sua cabeça ainda sentia as três bicadas de Edwiges. Sem se zangar com a ave Harry sorriu e acariciou as penas da coruja lembrando a sensação maravilhosa que sentiu ao descobrir que sua eterna amiga não havia morrido na perseguição de Londres no ano anterior, mas ficara muito debilitada e fora cuidada por um casal de idosos trouxas, quando curada a ave pegou o caminho de volta para Harry que trocou um pouco de seu dinheiro bruxo pelo trouxa e compensou o casal por ajudar sua grande amiga.
Harry sorriu de novo e viu mais duas corujas deixarem outras cartas no quarto. Edwiges o olhou como se o advertisse que deveria dormir em outro quarto. Mas Harry não sairia da torre da Grifinória, muito menos em seus últimos dias de férias de verão que Dumbledore, que não estava morto, deixou passar no castelo. Foi tão cansativo após o término da guerra, eram tantas entrevistas, fotos, julgamentos que somente em agosto ele se viu livre disso tudo e resolveu pedir para ficar em Hogwarts para descansar. Afinal, ali no castelo, somente as cartas o alcançavam e muitas delas eram ignoradas, algumas lidas e muitas ouvidas obrigatoriamente, não dava para parar um berrador.
Edwiges o bicou novamente e Harry a olhou bravo.
- Está bem, eu já vou levantar. - Disse para a coruja das neves que insistia em bicá-lo.
Era difícil se livrar das cobertas quentes e enfrentar o caminho frio até o banheiro, mas precisava se arrumar logo, só tinha mais esse dia para comprar seus materiais escolares e estar preparado para enfrentar mais um ano de escola. Por si próprio nem voltaria para o ultimo ano, mas Hermione insistiu que ele terminasse seus estudos e a menina conseguia ser bem convincente quando desejava. Devagar tomou banho, escovou os dentes e se trocou para tomar café da manhã. A sala comunal da grifinória estava vazia, mas ele não esperava encontrar alguém ali, além dele, os únicos alunos na escola eram dois lufa lufa, que sendo filhos de pais trouxas que os abandonaram quando crianças não tinham onde ficar nas férias.
Ainda com sono entrou no grande salão onde todos os professores estavam sentados em uma única mesa para o café da manhã. Segundo Dumbledore, como pouquíssimas pessoas estavam na escola não havia a necessidade de ficarem tão longe e separados. Imediatamente se recordou do jantar de Natal em seu terceiro ano.
- Harry, como vai meu caro? - Cumprimentou Dumbledore sorrindo no extremo da mesa. - Como passou a noite?
- Bem, obrigado diretor.
Harry se sentou no meio da mesa e comeu seu cereal em silêncio. Seus pensamentos estavam em seu último ano letivo que começaria no dia seguinte, o seu último ano em Hogwarts, um ano de paz depois de muito tempo. Um ano onde não haveria Voldemort para atrapalhar seus estudos ou tentar lhe matar.
Esse ano seria mais tranquilo.
Pelo menos assim ele imaginava.
Os primeiros a saírem da mesa foram Snape e Dumbledore. Snape continuaria sendo professor de Harry no sétimo ano, e para surpresa do grifinório era na matéria de Poções e não DCAT, mas desta vez Harry tinha a leve impressão de que algo mudaria já que Snape fora inocentado de todas as acusações de assassinato contra o diretor que foi quem planejou tudo desde o início. Após a guerra, Snape foi encontrado com a vida por um fio na casa de barcos da escola, imediatamente foi levado a St'Mungus para tratar a ferida que Nagini fizera e então, quando o Ministério queria levá-lo de seu quarto no hospital diretamente para Azkaban, o diretor apareceu desmentindo toda a cena de seu assassinato e junto com as lembranças do mestre de poções conseguiram que fosse inocentado. Após tudo ter passado, a escola ter sido reconstruída, Snape ter voltado a ser professor e Dumbledore o diretor, a harmonia entre Snape e Harry melhorou quase milagrosamente. Parecia que finalmente a máscara pesada que Snape era obrigado a carregar fora quebrada, o peso do comensal acabara, ele não precisava mais fazer o que era mandado. Mas ele continuaria a ser Snape. Inteiramente Snape e somente Snape.
Após sair da mesa, Harry resolveu caminhar um pouco pela escola, ainda tinha um tempo antes de ter que buscar sua mochila para ir a Hogsmead. O menino caminhou devagar observando os corredores e seus quadros como nunca fizera antes, percebera que apreciava a maioria deles, muitos que lhe sorriam e até mesmo alguns que mostravam uma carranca ao lhe ver. Após descer uma escada encontrou-se nas masmorras e sua atenção foi desviada para o armário de poções particulares de Snape. A porta estava encostada apenas com uma pequena fresta aberta. Sabia que deveria continuar caminhando, já tivera aventuras demais na vida para, mas a curiosidade dentro de seu peito era muito maior do que seu bom sendo, por isso se aproximou com cuidado e olhou dentro do armário encontrando Dumbledore e Snape conversando, os dois com expressões sérias parecendo preocupados.
- E por qual motivo terei que ir? Não tenho chances de ser um dos candidatos a esse cargo "importante" para o mundo bruxo. E não quero. - Disse Snape raivoso.
- Todos terão que ir Severus. Todos, será uma convocação a qualquer hora.
Snape urrou de raiva e se dirigiu a porta. Harry rapidamente se escondeu atrás de uma armadura para não ser visto pelo professor. Snape caminhou rapidamente pelo corredor, sua capa esvoaçando às suas costas, ele estava muito furioso e Dumbledore, que saiu logo atrás, trazia em seu olhar algo como preocupação genuína. Alguma coisa importante estava acontecendo e Harry queria saber o que era.
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Um segredo Revelado (Severitus)
RomanceVoldemort morreu, o mundo bruxo está salvo. Harry Potter acha que vai finalmente viver um ano tranquilo, mas ele e Snape descobrirão um segredo há muito guardado que fará suas vidas virarem de cabeça para baixo. Não é Snarry