A verdade atrás das palavras

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Capítulo 9 - A verdade atrás das palavras

Quando Snape acordou a primeira coisa que fez foi olhar para a cama e a encontrou vazia e arrumada.

- Lyni!

- Sim mestre? – Respondeu a elfa aparecendo a sua frente.

- Onde está o Potter?

- O mestrezinho está tomando café na sala, senhor. – Informou entregando um robe para Snape. – Está frio senhor.

- Obrigado. – Agradeceu pegando o robe e vestindo por cima da roupa.

- Quer que prepare seu banho senhor?

- Sim, mas primeiro vou ver como está o menino.

Apesar de cansado Snape andava rápido, queria muito vê-lo, ter garantia de que realmente estava bem, ver com seus próprios olhos. Passou pela sala de estar e caminhava-se para a cozinha quando um pequenino detalhe lhe chamou a atenção. Devagar voltou alguns passos e foi até a lareira onde parou alguns segundos admirando a terceira meia vermelha recém pendurada. Seus dedos contornaram a caligrafia feia que escrevia o nome Harry de dourado, possivelmente escrito com a mão esquerda, visto que devido o ferimento seu braço direito estaria fraco. Um pequeno sorriso apareceu no canto de seus lábios e um bem estar instalou-se em seu coração, um bem estar há muito não vivido e há muito esquecido.

Após devolver a meia ao seu lugar caminhou até a sala de jantar adjacente a cozinha e parou no batente da porta observando o menino sentado na mesa. Parecia apenas um garoto, mesmo que tenha derrotado o grande vilão do mundo bruxo, mesmo que tenha passado meses andando pelo país sem proteção com fome e possivelmente momentos de medo, era apenas um garoto. Harry estava com a cabeça baixa, mexendo com a colher o cereal dentro da tigela. Snape reparou no cabelo espetado que claramente não foi penteado, ele trazia o braço direito perto do peito, possivelmente estava com dor. Apenas percebeu que ficara naquele mesmo lugar por vários minutos quando o menino afastou a tigela e retirou do bolso a miniatura de Hogwarts que dera a ele. Os dedos do jovem passavam com carinho pelo vidro, era possível ver o amor que ele sentia pela escola. Snape respirou fundo tentando pensar no que falar com ele, seria a primeira vez desde que conversaram no dormitório da Grifinória.

- Senhor Potter? – Chamou entrando na sala e olhando para o menino que levantou a cabeça o encarando.

- Sim?

- Vejo que já melhorou. Muito bom.

- Sim, um pouco. – Disse baixando a cabeça novamente, era difícil manter o olhar no homem. – Obrigado pelo presente, deve ter sido caro.

- Não se preocupe com isso, se quer saber Lyni custa mais caro que você.

- Mas, se der presentes a um elfo, ele não vai querer, pode pensar que será libertado.

- Não esse presente. Venha ver.

Snape deu alguns passos e empurrou uma porta no final da sala que dava direto para a cozinha. Lyni que já arrumara o banho de seu mestre estava diante de um fogão grande e lustroso.

- Liny, o fogão nem foi usado ainda, não tem o que limpar.

- Claro que tem mestre, tem que estar muito bem limpo para o senhor e o mestrezinho, o fogão de Liny tem que estar perfeito, se não a comida não sai boa e Liny queimara seus dedos no forno por isso.

- Sabe que te proibi de se machucar.

- Eu sei, mas ainda assim, eu iria querer.

- Hermione vai gostar de saber que pode dar fogões para os elfos. – Comentou Harry e por um momento os dois sorriram.

Um segredo Revelado (Severitus)Onde histórias criam vida. Descubra agora