— Comandante, eu vou explicar — Disse Mary rapidamente — Esse é...
— ATENÇÃO! — Cortou o comandante
Os Unicórnios bateram seus cascos.
— PREPARAR! — Exclamou ele novamente
Os chifres dos Unicórnios começaram a brilhar intensamente.
— APONTAR! — Exclamou ele mais uma vez
Os Unicórnios apontaram seus chifres para Nico e Mary.
E o comandante teria dado a última ordem, se não fosse por uma Fada acordada que abriu sua janela para ver que confusão era aquela.
— É a princesa?! — Exclamou a Fada
— A princesa? — Perguntou um vizinho abrindo sua janela
— Os Unicórnios resgataram a princesa — Disse um terceiro
Rapidamente mais e mais Fadas se juntavam àquela plateia indesejada.
— ALTO! — Exclamou o comandante fazendo os Unicórnios recuarem — Levem a princesa para o castelo
— O que fazemos com a fera, senhor? — Perguntou um dos Unicórnios
— Deixem ele comigo
O comandante apontou seu chifre para Nico e o laçou com um raio de energia.
— Esperem, não machuquem ele — Pediu Mary
Mas ela foi ignorada.
...
O rei estava em lágrimas quando reencontrou sua filha. Qualquer tentativa de Mary dizer alguma coisa foi abafada pelo abraço apertado de seu pai.
— Pai, eu preciso muito dizer uma coisa — Disse Mary
— Depois querida, agora eu tenho que lidar com uma coisa — Disse o rei — Tragam o prisioneiro!
Dédalus entrou na sala do trono trazendo Nico suspenso por sua corda mágica. O Lobisomem estava desacordado e com algumas escoriações pelo corpo, indicando que o comandante não tinha feito qualquer esforço para baixá-lo onde o corredor fosse mais baixo.
— Qual o relatório? — Perguntou o rei
— O prisioneiro é um Lobisomem — Disse o comandante — Por alguma razão essa fera estava mantendo a princesa cativa nas cavernas sob o palácio
— Pelo crime de sequestro eu condeno a fera à morte ao amanhecer. Ele deverá ser mantido no calabouço até lá
— O quê?! Não! — Exclamou Mary — Pai, ele não é uma fera e nem me manteve como refém. O Nico é meu amigo
— Quem é Nico?
— Ele é o Nico!
— O Lobisomem? Você deu um nome para isso?
— Ele já tinha um nome. Foi ele quem me disse
— A criança está confusa, majestade — Disse o comandante — Como uma fera poderia ter um nome?
— Eu já disse, ele não é uma fera! Ele me ajudou e nós conversamos bastante, ele é tão inteligente quanto qualquer um
— Um Lobisomem inteligente? — Perguntou o rei — Isso é extraordinário
— Não pai, toda a espécie é assim. Tudo o que a gente sabia sobre os Lobisomens estava errado
— Creio que a princesa esteja falando a verdade, majestade — Disse o comandante — Isso o torna ainda mais perigoso
— O quê?! Como assim?
— Explique-se comandante — Pediu o rei
— Com todo o respeito majestade, não é óbvio? — Perguntou o comandante — Ele sequestrou a princesa e a manteve como refém. Certamente esse é um plano muito bem elaborado para atingi-lo através de sua filha. Os Lobisomens podem estar tramando tomar o reino nesse momento, então nós devemos marchar sobre eles para exterminá-los antes que possam fazer isso conosco
— Você está louco! — Exclamou Mary — Como ele poderia ter me sequestrado com tantos Unicórnios patrulhando pela minha torre?
— Obviamente ele escalou até seu quarto
— Odeio escalar — Murmurou Nico ainda desacordado
— Ele odeia escalar — Disse Mary — Como poderia ter feito isso?
— Desde quando as palavras de um vilão podem ser consideradas? — Perguntou o comandante
— Não, você está distorcendo tudo
— Majestade, não acho que seja apropriado para uma princesa tão jovem acompanhar uma conversa de adultos
— Tem razão — Disse o rei — Mande um dos seus homens acompanhar minha filha até o quarto
— Mas pai... — Murmurou Mary
— Amanhã conversaremos, querida
— Sim, senhor! — Exclamou o comandante — Tom, leve a princesa
— Sim, comandante! — Exclamou Tom
Sem alternativas, Mary seguiu cabisbaixa até seu quarto com Tom em seu encalço.
Mas ela não parou de pensar pelo caminho.
...
— Boa noite princesa — Disse Tom ao deixar Mary no quarto — Amanhã esse pesadelo vai ter acabado
— Foram vocês, não foram? — Perguntou Mary
— Princesa?
— Vocês Unicórnios tramaram tudo isso. Por que?
— Princesa, pelo seu bem, fique no seu quarto
E então Tom fechou a porta.
Mary suspirou e olhou seu quarto. Estava como ela se lembrava, o que quer que tivesse acontecido ali tinha sido revertido, exceto por um detalhe: grandes grades de ferro preenchendo sua janela.
A Fada estava convencida do que precisava fazer para salvar Nico.
Ela pegou sua varinha sobre a escrivaninha e a balançou sobre o ombro, curando a asa machucada. Em seguida ela tocou uma das grades com a varinha, fazendo a estrutura toda desaparecer.
E então, sem pensar duas vezes, ela pulou pela janela.
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O Lobisomem e a Fada
FantasyDentre as histórias do reino de Hiera, as mais tenebrosas são aquelas que falam sobre Lobisomens. As feras terríveis que se escondem em cavernas durante o dia e saem para caçar à noite vivem nos pesadelos de todos os habitantes. A missão principal d...