Lembranças de Fúria.

565 64 16
                                    


— Tenho vagas lembranças de quando vivia aqui com meus pais. Até os meus sete anos eu fui feliz pra caralho. Mas aí meu pai teve que fazer uma viagem à trabalho. — Neji se escorou no sofá e apoiando as mãos atrás da cabeça enquanto fechava os olhos. — Ele sempre foi um advogado renomado e muito cobiçado, por isso que minha mãe decidiu abrir a empresa. Eles só não contavam com tamanho sucesso nos negócios. — o Hyuuga abriu os olhos, fintando o teto — Então meu pai voltou de viagem, mas voltou estranho pra caralho. Ele vivia discutindo com minha mãe e me forçava a trabalhar cedo. Com nove anos fui obrigado a saber matérias do primeiro colegial, obrigado a dizer palavras sofisticadas dê mais. Fui proibido de jogar um fut com a molecada para aprender a usar bolsas de valores, muito fora do normal.

— Meu Deus Neji — A olhei espantada, nunca se passou pela minha cabeça que ele tinha passado por tudo isso. — E a sua mãe? Ela não podia fazer nada?

— Podia e fez. Ela tinha muita merda pra jogar no ventilador, mas mesmo assim não fez. E com a porra dos meus vinte e cinco anos, descobri toda a verdade por trás disso. — Ele encheu os pulmões de ar e soltou calmamente. Se ajeitou no sofá e ficou de frente para mim.

— E qual seria essa verdade?

— A verdade é que esse maldito não é o meu pai biológico. Nunca que o meu pai faria eu passar por tanta dor assim. Fui humilhado, obrigado a amadurecer cedo por causa desse merda. O meu pai é Hizashi, o irmão gêmeo de Hiashi.

Fiquei boquiaberta com tantas informações. Como uma pessoa pode mentir por tanto tempo? Fazer uma criança sofrer tanto assim com esses abusos?
Talvez isso justificasse o fato de Neji ter rancor com a Hina ...

— E é por isso que você não se dá bem com a Hina? — Disse com a voz firme e baixa, mesmo que ele esteja se abrindo para mim, tenho receio de pisar no seu calo e dizer coisas que não devo.

— Longe disso Sakura. — Ele sorriu — Ela não tem culpa das merdas que o pai fez e continua fazendo. Hinata é cabeça fraca de mais e vai muito pelos outros, por ela ser tão sensível e querer a aproximação da família, prefiro que ela não saiba de toda a verdade. Muito menos que o próprio pai matou o irmão para ser sucessor da empresa.

— Espera aí, então ele matou o seu pai para comandar tudo? — Perguntei. Minhas mãos estão suando frio, estou tão nervosa à ponto de ter um colapso com toda essa conversa.

— Não ele diretamente, mas foi planejado por um dos piores filhos da puta dessa cidade de merda. — Neji se aproximou de mim e tirou os fios de meu cabelo que estava sobre meu rosto, os colocando atrás da orelha. — Mas a vingança que busco não é apenas por meu pai e minha mãe, mas também pôr Lee.

— Você não deveria ficar envenenando essa sua mente doida com ódio Neji, prefiro a parte em que você é totalmente grosso e fala várias merdas sem sentido para mim. — Tentei desviar o assunto quando senti o seu toque.

— Ah, é mesmo? — Ele tirou o casaco e jogou para longe do sofá, me fazendo dar um pulinho de susto com seus movimentos. — Não vou te agarrar gatinha. Vem que vou te mostrar o resto da casa.

Eu estava com a respiração ofegante, até que ele se levantou e eu o segui.
Subimos a escada do sobrado, tudo aqui está extremamente limpo.

— Aqui está muito organizado por ser uma casa vazia. — Exclamei

— Quem disse que é vazia? Sempre estou por aqui quando posso.

— Hum, e aonde você fica?

— Eu fico aqui. — Ele abriu uma porta de madeira escura e eu entrei.

O quarto é mediano e confortável, os móveis rústicos combinam com o restante da casa. Tudo aqui é maravilhoso... o espaço, as cores vivas que se chocam com as roupas pretas dê Neji, o jardim, a calmaria que é esse bairro... tudo perfeito.
Se passava um filme pela minha cabeça de como a infância de Neji foi boa em certa parte.
Os carrinhos que estavam em sua prateleira, era como se tudo estivesse em seu devido lugar depois de anos que se passaram.

— Meio infantil e não combina totalmente com o meu estilo de hoje. — Ele coçou à nuca — Na verdade eu durmo no outro quarto.

— Poxa, por um instante eu achei que você ainda brincava de carrinhos.

Neji arqueou as sobrancelhas enquanto eu gargalhava de sua feição. Ultimamente ele tem esboçado caras e bocas, totalmente o oposto do cara marrento de meses atrás.

Ele abriu a penúltima porta do cômodo e me deu passagem para entrar primeiro.
Era um lindo quarto dê casal.
A cama era enorme e tudo aqui é de porcelanato, parece ter sido reformado a pouco tempo.
Cheguei próximo à janela e a abri, me impressionando com a linda vista que ela dava.

— Se você quiser, podemos pedir algo pra comer e ficar aqui essa noite, ou eu posso cozinhar. — Disse Neji um pouco acanhado.

— Você cozinhar? Fala sério, eu não perderia isso por nada.

Senti meu coração ficando confortável.
Cada centímetro que Neji se aproximava, até mesmo cada palavra que ele dizia, me fazia admira-lo mais.

Eu o quero tanto ...

O amor é Rosa. NejiSaku [ CONCLUÍDO ]Onde histórias criam vida. Descubra agora