O amor é Rosa. NejiSaku [ CONCLUÍDO ]

Respire fundo.

A noite tinha chegado e estava maravilhosa, o calor em Konoha é bem exagerado no verão, que faz com que eu curta a maioria dos meus dias de folga na praia que ficava a meia hora da cidade.

Optei por uma calça jeans clara e um cropped branco. Ondulei as pontas do meu cabelo e passei uma leve maquiagem, nos pés calcei um vans branco.

— Estou pronta. — Sentei no sofá e fiquei esperando por Naruto.

O loiro estava com uma calça preta e uma camisa da equipe de luta em que ele atuava.

— C-caramba, 'cê ficou linda com essa roupa — Ele sorriu ao me ver e voltou sua atenção para o celular.

— Obrigada cabeção, mas vamos logo antes que eu desista, estou exausta — Peguei meu celular e guardei por dentro do cropped

Entramos no carro de Naruto e não demorou muito para que chegássemos na academia de lutas. Havia uma fila enorme e logo na entrada avistamos Obito e Shikamaru, os amigos de Naruto.

— Porra, vocês demoraram. — disse Obito impaciente — Vem, vamos logo.

Entregamos os ingressos para um segurança e seguimos para uma sala nos fundo. A porta era pequena por sinal, mas havia um salão enorme, provavelmente é aqui que acontece às lutas.
Havia alguns homens malhando mais ao fundo, olhei ao redor meio perdida e notei que aqui é diferente de uma única vez que compareci á lugares assim no dia do incidente que aconteceu com Naruto.

Quando finalmente nos acomodamos em uma arquibancada improvisada, as luzes se apagaram e dois lutadores apareceram no ringue, a gritaria era imensa e comecei a me sentir sufocada no meio dos baderneiros.

Os dois caras começaram a trocar socos pesados, um dele caiu no chão sem ter tempo para respirar. O outro nocauteou sem esforço algum com um chute em seu abdômen. O sangue escorria pelo chão me deixando enjoada.

— Isso não é justo, que covardia. — exclamei

— Isso não é uma luta justa gatinha, sem regras. — Disse Obito

— Então quer dizer que...

— Mortes podem acontecer aqui sem problemas. — Ele voltou a atenção para o ringue

— Naruto, vamos embora. — O segurei pelo braço

— O próximo é o Fúria, estou começando a gostar disso aqui. — Ele disse empolgado

Respirei fundo tentando manter a calma nesse lugar, o que estava começando a ficar difícil.

O cara ensanguentado foi arrastado para fora e o outro começou a comemorar batendo em seu peito como se fosse o dono da coisa toda, ridículo!

Após seu desfile patético, outro lutador entrou no lugar do nocauteado e todos começaram a gritar.

— Neji vai acabar com a raça desse desgraçado— Disse Shikamaru

O apito soou e Fúria recebeu o grandalhão com um chute certeiro na cabeça num rodopio, não deu tempo nem de analisá-lo direito. O cara de cabelos castanhos estava com um calção preto e tinha um olhar neutro, não sei descrever qual era a sua sensação naquele momento, talvez descreveria como 'matador'.

Isso... essa é a palavra certa.

— Moleque filho da puta. — O grandalhão gritava no chão

Fúria deferiu socos em seu rosto até que ouvimos o barulho do nariz do oponente quebrar. Me arrepiei inteira, estava horrorizada com tudo aquilo.

Fúria fazia o homem a baixo dele sangrar, o oponente foi uivado quando bateu a mão três vezes no chão desistindo da luta. Se tudo é liberado, com certeza ele seria esmurrado até à morte.
A luta acabou e apareceu um homem levantando o braço de Fúria, ele não parecia humano, não demonstrava um pingo de piedade em seu olhar.
Era notável sua respiração ofegante, talvez isso o descreveria como um humano e não uma máquina de socar pessoas.

— Cara, isso foi melhor quando ele quebrou seu nariz Obito — Shikamaru zombou

— Maldito, o braço dele também não ficou intacto. — Obito franziu a testa

— Claro, ele tropeçou e caiu em cima do braço seus idiotas. Vamo lá falar com ele — Naruto tomou a frente e nos levou até uma sala afastada, havia dois seguranças na porta. Ambos cumprimentaram Naruto e deram passagem para que entrássemos.

Em seguida havia uma multidão atrás da porta, e atrás dela estava Fúria com uma toalha secando o suor.

— Dattebayo, você não teve piedade Neji — Naruto o cumprimentou com um abraço que foi retribuído pelo mesmo.

— Digamos que foi fácil, o cara se acha dê mais. — Ele sorriu de lado sem mostrar os dentes, acho que esse é o máximo que ele consegue.

— Você quase o matou. — Exclamei

— Hm — Ele me olhou — Isso não é da sua maldita conta.

O ambiente ficou pesado, todos ficaram nos olhando esperando que eu respondesse alguma coisa.

— Desumano, isso é patético.

— Sakura.. — Naruto me repreendeu

— Foda-se, o que você está fazendo aqui? Cai fora. — Fúria se irritou

— É o melhor que faço mesmo, 'Fofúria. — Levantei uma mão e mostrei o dedo para ele, bem infantil.

Sai batendo os pés pela saída e senti meu braço ser puxada por Naruto que xingava Fúria irritado.

— Naruto, por favor. — Exclamei com os olhos cheio de lágrimas

— Me espera, vou com você. — Ele envolveu o braço em meus ombros me abraçando e me acompanhou.

Caminhamos até o carro e quando entramos não consegui segurar as lágrimas. Eu teria mil razões para listar e dizer a todos que não precisava de tanta violência assim.

— Me desculpe, queria que a véspera do seu aniversário fosse legal.. — Limpei a lágrima com a costa da mão.

— E quem disse que não foi? A noite ainda não acabou Sakura. — Ele sorriu e ligou o carro. — Você se importa se eu ligasse para uma pessoa? — Balancei a cabeça negativa e ele pegou o celular discando números.

Olhei para a porta da academia e vi Shikamaru e Obito caminhando em nossa direção, logo atrás Fúria se escorou na porta e os olhavam.
Os dois entraram no carro e por mais que quisesse evitar, acabei olhando para Fúria.
Ele olhava através do carro e me encarava, seu semblante continuava neutro, incapaz de ser descrito.
Minha atenção voltou para os dois que entravam no carro fazendo bagunça.

— A Temari está indo para o bar, disse que chega em cinco minutos. — Disse Shikamaru

— A Hinata concordou e estará lá também — Naruto sorria de ponta a ponta enquanto desligava o celular

— Sério? Só casal? — Revirei os olhos

— Então eu vou fazer companhia para a Sakura. — Obito sorriu para mim e eu retribui um pouco sem graça.