capítulo 4

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Merda, merda, merda. Por que
tenho que ser tão desastrada?
Levanto rápido, tão rápido que
quase caio novamente. Ajeito meu
vestido no lugar... Sim, meu vestido
subiu e minha calcinha bem sexy
ficou toda a mostra, eu tinha que
ter vestido essa maldita calcinha
horrorosa logo hoje? Queria um
buraco para me enfiar dentro e
sumir daquela sala.

Quando reparo melhor quem está
sentado em uma cadeira atrás de
uma mesa de vidro é ninguém
menos que o bonitão ogro que
trombei agora a pouco. Estou
realmente ferrada!

- Não acredito! - Murmurei
comigo mesmo.

O sem educação nem mesmo
moveu um dedo para me ajudar a
levantar, e ainda me olha como se
fosse o dono do mundo, arrogante
de uma figa. Começo a andar em
direção a sua mesa com o resto de
dignidade que me resta.

- Além de petulante é desastrada.
- Ele sorri debochado.

Ignoro seu comentário sarcástico,
engolindo sapo para não manda-lo
ir a merda.

- Bom dia senhor Urrea. - o
cumprimento.

Ele não me responde, e fica me
encarando de um jeito estranho,
o seu olhar é tão desconcertante,
parece enxergar minha alma,
e ao mesmo tempo lê meus
pensamentos.

Não abaixo meu olhar um segundo
sequer, e ficamos nos encarando
por algum tempo, se ele acha que
vou ficar igual uma boba aceitando
suas grosserias está redondamente
enganado.

Ele me desafia com o olhar mas
não cedo, enfim ele me aponta uma
das cadeiras em frente sua mesa.

- Sente-se. - Praticamente
ordena.
Obedeço já que minhas pernas
estão bambas de nervosismo, e
poderia cair de novo a qualquer
momento.

- Obrigada.

Ele pega uma folha em sua
mesa e começa a examina-la,
provavelmente é meu currículo,
começo a torcer minhas mãos em
meu colo, e fico tentando descobrir
o que se passa na cabeça dele....

- Bom, senhorita Sina, vejo que
não tem experiência com criança.

- Não, não tenho senhor Urr...
Ele me interrompe grosseiramente.

- O que a senhorita faz aqui
então? Acha que eu colocaria uma
pessoa sem experiência pra cuidar
de minha filha? - Me olha com
desdém.

-Não senhor... Quer dizer...
Talvez?
-Lhe ofereço um sorriso sem
graça.

Pela primeira vez abaixo a minha
cabeça e meus olhos começam
a arder com lágrimas não
derramadas, pisco várias vezes
para contê-las, mas não vou dar
esse gostinho a ele de me ver
desmoronar em sua frente.

Levanto a cabeça com um sorriso
forçado no rosto, ele continua a
me encarar e esperando a minha
resposta.

- Concordo com o Senhor em
não contratar quem não tem
experiência na área, e ainda sem
indicação alguma, mas sei que sou
capaz de fazer o trabalho senhor
Urrea, se não, nem estaria aqui.

- Foi demitida do trabalho
anterior, certo? - Ele pergunta.

Me olha com um ar debochado,
provavelmente acha que não fui
boa o suficiente no meu trabalho.

- Certo. - Digo apenas.

Balanço minha cabeça afirmando
sua pergunta, vejo que alguém
pesquisou sobre meu emprego
anterior, só não pesquisou o
suficiente, se não saberia que
fui mandada embora porque
precisava faltar muito do serviço
para cuidar de minha mãe.

Quando me lembro dela meus
olhos enchem de lágrimas
novamente, acho que nunca vou
esquecer a sua morte.

- Bom...

Ele passa as mãos no cabelo,
depois coça o queixo, que homem
estranho, parece que minha
presença não é tão agradável para
o "senhor dono do mundo" sentado
em minha frente.

- Você não é o que estou
procurando pra lidar com minha
filha, do jeito que você é desastrada
é perigoso colocar fogo em minha
casa. Preciso de alguém que saiba
cuidar de criança, você não sabe
fazer isso.

- Se o senhor me der uma chance
não irá se arrepender senhor
Urrea, e.... - Ele me interrompe
novamente.

- Tenho mais algumas pessoas
para entrevistar, mas por enquanto
você está no final da lista, se eu
decidir te contratar o que é pouco
provável, minha secretária irá te
ligar.

Ele se levanta e eu faço o mesmo,
me estende a mão, então fico
olhando uns segundos e pego sua
mão, depois que me chuta quer ser
educado, idiota.

- Tenha um bom dia, feche a porta
ao sair.

Ele se senta novamente, e nem me
dirige mas o olhar, não tive nem
tempo de lhe desejar um péssimo
dia, sou obrigada a me movimentar
para fora da sala, antes que voo por
cima daquela mesa e acerte minha
mão naquele rosto perfeito, e o
obrigue a me contratar.

Existe alguém mais sem sorte que
eu nesse mundo?

Idiota, arrogante, prepotente,
se acha melhor do que todos só
porque é rico.

- Babaca arrogante. - Murmuro
pra mim mesmo, mas quando
percebo acho que falei alto demais.

Antes de sair da sala dou uma
última olhada pra trás e me
arrependo, ele está me fulminando
com os olhos. Dou-lhe um sorriso
meigo, e um olhar provocativo e
fecho a porta atrás de mim.

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O você estão achando??

Continuo com adaptação??







Uma Babá irresistível ||Noart adaptation Onde histórias criam vida. Descubra agora