Incêndio

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Oi oi, pessoal! Trazendo pra vocês mais um capítulo da história desses personagens que amo tanto sz
Espero que gostem, aproveitem a leitura! :)

Oi oi, pessoal! Trazendo pra vocês mais um capítulo da história desses personagens que amo tanto szEspero que gostem, aproveitem a leitura! :)

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Eu me lembro... Da dor.

E não estou falando de uma dor física, quem dera esse fosse o maior dos meus problemas. Era como ter uma parte de si arrancada da alma, sem anestesias. Nem que eu vivesse mil vidas me esqueceria daquele momento, o fatídico dia em que minha Mieli se foi.

Era pra ser um dia como qualquer outro, uma patrulha de rotina, mas Xayah era daquele tipo que quando coloca algo na cabeça não para até conseguir. Nós, ou melhor, ela havia encontrado indícios de que Zoe estava na região, insisti para que chamassemos reforços das outras guardiãs e voltássemos depois, mas aquela corva teimosa estava decidida a não perder o rastro. Acabei cedendo, sabia que ela iria eu querendo ou não, só me restava segui-la, e pelos deuses! Eu seguiria aquela mulher até os confins do Universo.

E assim seguimos em frente.

A caminhada era longa, minha Mieli estava emburrada - como sempre -, o rosto estava comprimido em uma careta fofa enquanto fitava o caminho a sua frente, isso era um sinal de que estava concentrada em seus pensamentos, provavelmente bolando mais um plano ou pensando nas discussões que ela vinha tendo com Ahri. "As vezes me pergunto como consegui a façanha de conquistar o coração de alguém que parece odiar tudo que respira". Apesar da natureza hostil, nunca duvidei de seu amor por mim. Foi difícil no começo, ela não era como as outras, tentava de todas as formas resistir aos meus encantos, era desafiador, o que só deixava tudo mais interessante. No fim, eu provei a ela meu valor, mostrando que era mais do que só um rostinho bonito -- e que rosto, diga-se de passagem -- Agora, eu poderia tagarelar por horas e horas, fazer quantas bobagens pudesse, ela reclamaria e me chamaria de idiota, mas no fim, sempre sorria pra mim. Além disso, ela nunca me pediu pra parar, não de verdade.

Logo, a trilha nos levou até Zoe, nesse ponto, minhas lembranças estão turvas, me lembro do espanto que vi nos olhos de Xayah quando percebemos que Zoe estava mais forte, muito mais do que imaginávamos. Não havia como recuar e por mais que tentássemos não conseguíamos acertá-la. E então... aconteceu. Foi tudo muito rápido, estavamos no lugar errado, na hora errada, mal posicionados e atordoados pelo cansaço.

Um erro, um único deslize foi o suficiente. No fim, todas as minhas promessas caíram por terra, sempre dizia que, se um dia alguém tivesse que morrer, esse alguém seria eu. Mas falhei com ela e isso me custou tudo.

O tempo parou e de repente o mundo perdeu a cor, aquele minuto pareceu uma eternidade. Ao longe, eu podia ouvir uma gargalhada estridente de puro êxtase. Aquele maldito demônio se deleitava com a dor, se nutria dela.

No fundo eu sabia que deveria revidar, lutar e matar. Mas como poderia quando a causa pela qual lutava havia deixado esse mundo?

E aí vai mais um item para minha lista de arrependimentos: eu desisti. Sabia que Xayah nunca me perdoaria por isso, mais uma vez eu a estava decepcionando.

Me aguerrei ao corpo dela e fechei os olhos. Logo Ahri perceberia que algo estava errado e correria para cá com as outras, mas já era tarde demais. Se eu tivesse sorte, a morte seria rápida. De fato, não durou nem um instante.

Abruptamente, senti uma leveza tomar conta de mim, como se estivesse flutuando. Ao longe, ouvi a voz de minha mãe, ela estava cantando minha canção de ninar preferida. Eu queria seguir aquela voz, correr direto para os braços de mamãe e descansar a cabeça em seu colo enquanto ela cantava, como eu fazia quando era só um filhote.

Tentei seguir em frente, mas alguma coisa me impedia. Algo me agarrava ferozmente e puxava de volta. Lutei para me desvencilhar daquelas garras de sombra, mas foi em vão.

Eu estava sendo queimado vivo. Não, vivo é uma palavra muito forte. A dor estava lá, senti as labaredas subirem pelo meu corpo. Queimava, árdia, destruía, mas de alguma forma meu corpo continuava inteiro (felizmente). O incêndio era de dentro pra fora, quanto mais queimava, mais raiva eu sentia. Todo ódio que um dia estivera dentro de mim explodiu e consumiu como pólvora.

Tudo que era bom estava se esvaindo, virando cinzas e dando lugar ao fogo. Era quente demais, doloroso demais. Minha vida estava escapando das minhas mãos. Eu precisava me agarrar a alguma coisa antes que fosse tarde. Então, um grito de dor me atravessou. Xayah. Ela também estava ali (seja lá onde quer que estivessemos), e estava em agonia, tanto quanto eu. Era a motivação que eu precisava, não a deixaria sozinha de novo.

Eu teria que acabar logo com aquela luta interna, me agarrei a lembrança de Xayah, o único farol de luz em meio a escuridão. Mas era difícil, tudo se confundia nas sombras, eu precisava me concentrar, o problema é que concentração nunca foi o meu forte. Então, fiz a primeira coisa que me veio a mente, até na morte eu estava improvisando, comecei a cantarolar. A música sempre esteve comigo, fazia parte de mim, os anciões da minha tribo sempre diziam que a magia ecoava como música, e aquilo me ajudou.

Surpreendentemente, o fogo apaziguou. Ainda estava lá, quase me tomando por completo, mas resisti antes disso acontecer. Consegui abrir os olhos, estava jogado no chão de algum tipo de caverna. Me levantei. "Alguém vai pagar muito caro pela minha dor nas costas."

Então eu a vi.

- XAYAH! - gritei correndo em sua direção.

Ela estava no fundo daquele buraco, mal a enchergava. Ela estava convulsionando enquanto filetes de trevas subiam queimando sua pele, ela arfava e gritava. Finalmente entendi o que estava acontecendo. Não éramos mais os mesmos. Zoe nos matou e trouxe de volta usando sua magia corrupta extraída de matéria escura.

Xayah estava sendo corrompida bem diante dos meus olhos, eu não podia assistir aquilo sem fazer nada. Instintivamente, eu soube o que fazer. Me debrucei sobre ela em um abraço, ela chutava e arranhava, mas me mantive firme. Senti a escuridão me queimar na mesma medida em que o corpo dela relaxava, talvez não fosse tarde demais. Me ergui e olhei o rosto dela enquanto afastava uma mecha de cabelo de sua testa, estava linda como sempre, a escuridão havia recuado, mas apenas por sua aparência pude notar que já não era a mesma.

De repente, senti uma presença atrás de mim. Não precisei me virar para ver quem era, eu já sabia. Os olhos violeta de Xayah se abriram enquanto ela se sentava, sequer olhou para mim, em vez disso, encarou a figura em minhas costas.

- Quem aqui está pronto para apagar umas estrelinhas? Hihi - disse o demônio.

- Baasi kommu yu-teha! - foi a resposta de Xayah.

As palavras dela me atingiram. As trevas e luz dentro de mim entraram em conflito. Mas era claro qual delas falava mais alto. Eu só tinha certeza de uma coisa: eu traria minha Mieli de volta, nem que pra isso tivesse que matar cada uma das guardiãs estelares.

 Eu só tinha certeza de uma coisa: eu traria minha Mieli de volta, nem que pra isso tivesse que matar cada uma das guardiãs estelares

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Obrigada por lerem até aqui! Se tiverem sugestões ou críticas construtivas só deixar um comentário.
Até mais, amores :) sz

* Baasi kommu yu-teha! ("Estou disposto a sangrar", onde "sangrar" no sentido de morrer dando a vida por algo.

O Torpor da Escuridão (Rakan e Xayah)Onde histórias criam vida. Descubra agora