Seus olhos estavam fixados em meu pescoço

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No dia seguinte, acordei com o nascer do sol.

(Não faço ideia se dormi ou não noite passada.)

Ao mesmo tempo, lembrei do que aconteceu ontem à noite.

(Não podia ter sido só um sonho ruim, certo?)

Com isso em mente, levei a mão ao pescoço, onde senti claramente dois buracos junto com uma sensação de formigamento.

(Acho que não foi um sonho afinal...)

Tendo sido trazida de volta à realidade, suspirei.

Olhei á minha volta e vi Aito dormindo contra a janela.

O sol brilhante da manhã iluminava Aito, fazendo seu cabelo vermelho ficar mais vibrante do que nunca.

(O cabelo dele é realmente bonito... tem um certo brilho...)

Fui atraída por seu cabelo, que parecia ter iluminado a escuridão noite passada. Silenciosamente me aproximei de Aito.

(Estava num estado de tamanho choque ontem à noite que não percebera, mas ele tem um rosto muito bonito...)

Espiei o rosto adormecido de Aito e casualmente levantei a mão para tocar seu cabelo brilhante.

Naquele momento --

Meu pulso foi agarrado com grande força e em segundos meu campo de visão era o teto.

Pude até mesmo sentir o metal frio e duro através das minhas roupas contra o lado esquerdo do meu peito.

Fui perfurada pelo olhar frio e afiado de Aito.

Resfoleguei com o choque e o ar intimidante que vinha de Aito.

Pude ouvir e sentir a respiração baixa de Aito contra meu rosto.

O olhar cortante de Aito estava focado em mim e não vacilava. Não consegui detectar um pingo de emoção nele.

Miki: "...!"

Aito: "...ah..."

Aito pareceu perceber alguma coisa e sua expressão suavizou quando ele removeu o metal frio que havia apontado para meu peito.

Aito: "Você... ainda não é vampira, é?"

Miki: "...c-certo."

Aito me puxou do chão.

Aito: "...desculpe. Foi reflexo..."

Nossos olhares se encontraram num clima igualmente desconfortável.

Agora entendi... ficou dolorosamente aparente, mais uma vez.

Depois de conversar com Aito ontem à noite, minha inquietação sobre ser mordida por um vampiro e o que aconteceria em seguida começara a amenizar.

Entretanto, estava enganada.

Aito me matará sem piedade se houver o menor indício de uma transformação.

Ele só está comigo para esse único propósito.

A realidade em que eu estava havia começado a desaparecer, mas foi novamente empurrada em minha cara, fazendo com que minha solidão e emoções esmagadoras trouxessem lágrimas aos meus olhos. Fechei os olhos com força.

Aito: "...ah...! Desculpe! Vamos... não chore!"

Pude ouvir a voz de Aito, mas minha solidão, inquietação e medo eram tão opressivos que não consegui segurá-las -- as lágrimas escorreram pelo meu rosto.

Fui para a universidade como de costume naquele dia.

Aito: "Não está de folga da universidade hoje? Não deveria ao menos descansar?"

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