Ezequiel odiava cidades pequenas, ele odiava cidades deinterior, na verdade ele odiava muitas coisas, mas de todaselas a que ele mais repudiava eram pessoas interioranas.
A pequena cidade de Nova Moema representava tudo aquiloele buscou afastar por toda a sua vida. Mas, apesar de tudo,ele veio com um objetivo. Um que não podia ser realizado emcidades grandes, pois lá as pessoas não possuíam aquilo queele buscava com tanto cuidado, a fagulha.
Ao tomar seu lugar no púlpito percebeu como a pequenaigreja estava abarrotada de gente. "Esse povo não tem maiso que fazer" pensou Ezequiel, então se lembrou de mais ummotivo porque odiava cidades pequenas, o tédio absurdo quefazia com que pequenas coisas como a recém-chegada de umnovo padre um evento digno de atenção.
Enquanto dava o seu sermão sobre o pecado e blábláblá,ele analisava a paroquia e seus fiéis. Tontos, todos eles.Caiam na sua lábia como moscas caiam em teias, claro, eleestava usando sua língua de prata, fazia isso quase queinconscientemente, mas achava que nem precisava usar suahabilidade para manipular aquele povo. Ele ia falando,gesticulando e os cidadãos de Nova Moema iam concordando.
Podia Ezequiel sentir-se até mal pela facilidade que iaser mudar toda uma cidade a seu bel prazer? Não, qualquer umque caísse tão fácil na lábia de um língua de prata mereciao que estava por vir. Ele observava todas as mulheres,jogando as palavras certas em seus ouvidos e sentindoaceitamento em retorno. Para a sua surpresa ele percebeu quehavia uma coisa que ele gostava em cidade pequenas deinterior afinal. A facilidade em sua manipulação.
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O Folklore
FantasyEscondido a plena vista existe um mundo secreto e repleto de mistério. Um mundo onde todas as criaturas tanto dos sonhos quando dos e pesadelos lutam para sobreviver a margem da sociedade humana. O Folklore conta a história desses seres mitológicos...