20: Quarentena - Parte 4 (Um Milhão de Vezes)

359 86 18
                                    


Os seus olhos pareciam cerrados e inchados quando ele tentou abri-los e após um momento, ele desistiu de tentar. Ele levou mais um momento para registrar o corpo quente no seu abraço. Ele estava segurando Yibo tão perto, que ele podia sentir a maciez da sua nuca e sentir o achatamento duro da sua barriga contra a palma da sua mão.

As respirações de Yibo estavam fazendo um trabalho convicente o suficiente de fazê-lo parecer que estava dormindo, se não fosse pelas pontas vermelhas das suas orelhas. Xiao Zhan mexeu o seu dedo indicador, desenhando uma linha leve através dos cumes dos músculos de Yibo, como se a sua mão apenas tivesse se movido acidentalmente, e assistiu um rubor escalar pelo pescoço de Yibo. O seu dedão provocou a beirada do umbigo de Yibo e, embora fosse quase imperceptível, ele sentiu quando esses músculos se contraíram sobre o seu dedo.

Xiao Zhan fechou os seus olhos, lhe dizendo para começando a contar carneirinhos. Abraçar Yibo era como ser lhe fosse permitido apenas olhar para o bolo de aniversário que a sua mãe fez para você, e ouvir que tinha de esperar quando tudo o que você queria era devorá-lo, lambendo cada os últimos pedaçinhos da cobertura de todos os dez dedos e desmaiar, o prazer tão incomparável que você nem se importava em acordar para pagar pela sua indulgência excessiva.

Mas, apenas um beijo não seria indulgência excessiva. Apenas um beijo.

Asneira. Mesmo a parte mais gananciosa do seu cérebro sabia que beijar Yibo somente uma vez, era como alimentar um hábito de cocaína com maconha.

Bolo. Cocaína. Os seuss ao descrever Yibo não era nem um pouco tranquilizadores.

Ele se lembrou da última vez que ele tinha se satisfeito com o seu hábito do Yibo. Pulsos machucados. Lábios inchados. Um membro duro que não dava sossego. Tudo no período de dez minutos. Sim, sim, estava tudo voltando a sua memória agora.

E agora, Yibo estava na sua cama no meio de uma quarentena, com nenhum lugar onde devesse estar a não ser aqui. Se ele não procedesse com cautela, ele achava que eles não sairiam da cama por dias. Semanas. Eles talvez tenham que enviar uma equipe de busca ao final da quarentena para encontrá-los, confinados à cama e famintos, mas bem fodidos até o final dos tempos.

A sua mente sempre esteve bem adiantada em relação ao resto dele, e mesmo ao conceber cenários de uma morte abençoada, ela tinha se superado.

Os seus olhos se refocaam das maquinações do seu cérebro esfomeado por Yibo, para o que estava agora na sua frente. Yibo de novo... com o seu cheiro viciante... argh...

Ele se afastou gentilmente, tentanto não deixar Yibo descobir sobre o seu desejo que a sua mente gostava de usar para atormentá-lo como num jogo de hóquei, o seu pênis como um pobre taco de hóquei.

"Você está bem?" ele perguntou, quando os seus corpos não estavam mais se tocando.

Yibo assentiu e então se virou para ficar de frente para ele. Os seus olhos estavam inchados e vermelhos. Sem pensar, Xiao Zhan tocou o canto de um olho, como se recordando das lágrimas ali, que tinham há muito secado.

Yibo olhou para cima, seus olhos macios agora, e Xiao Zhan combateu a vontade de beijá-lo novamente.

"Eu sinto muito sobre ontem. Eu deveria ter lhe alertado sobre o filme."

Yibo balançou a cabeça. "Foi um bom filme." A sua voz estava baixa, ainda rouca devido ao sono.

"Você teve pesadelos por causa dele." Xiao Zhan o relembrou.

Yibo sacudiu a cabeça novamente. "Eu nem dormi até que você veio."

Demorou um momento para entender o que ele estava realmente dizendo e quando ele percebeu, ele pegou Yibo nos seus braços de novo.

Zhen Qing Shi Gan (Filho do Verão)Onde histórias criam vida. Descubra agora