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Emma

Fomos guardar nossas coisas e notei que tinham arrumado o quarto de visitas, eles provavelmente acharam que usaríamos os dois quartos, mas eu vou dormir com o Caíque, até porque vamos contar no almoço, seria mais lógico se dormíssemos juntos depois. Eu pedi para que ele colocasse as suas coisas no meu quarto.

Meu quarto era de um tamanho médio, uma parede estava pintada de azul porcelana e as outras azul bebê, a cor já estava desbotada, pintamos quando eu tinha dezessete anos e nunca mais retoquei. Havia alguns posters de artistas, Jonas Brothers, Big Time Rush, Demi Lovato, Usher e Rihanna, somente artistas lendários. Eu senti falta de acordar e dar bom dia pra eles.

- Tá nervoso? -perguntei

- Não, estou bem tranquilo pra falar a verdade.

Ele olhava descaradamente cada parte do quarto, parando seus olhos nos posters e em algumas fotos de quando eu era pequena.

- Que bom -dei um sorriso, ignorando o fato dele estar tão concentrado nas coisas ao redor.- Então, vamos dar a notícia agora no almoço. -ele assentiu- vamos descer. -o chamei.

A casa é grande, mas não exagerada. É sempre organizada, as cores estão desde que Emily nasceu, minha mãe fez questão de escolher pessoalmente. Sempre gostou de cores vivas e algo que combinasse com o ambiente e as pessoas que moravam lá. As cores são neutras, as paredes são bege claro e o teto ela quis pintar de cinza granizo. Os sofás também eram cinza, porém claro, para combinar com o teto. Em todo lugar havia porta retratos, na sala, nos quartos, no escritório e até mesmo na cozinha. Minha mãe sempre falava que fazia a gente se sentir mais perto um do outro, mais conectados, por isso eu coloquei alguns no meu apartamento.

- Estão todos aqui, que bom. -me sentei e Caíque sentou ao meu lado- Eu estou faminta. -disse pegando um prato e me servindo, vi que Caíque fez o mesmo.

- Isso você puxou do seu pai, pra onde vai tanta comida? -minha mãe indagou e logo sorriu nasalado.

- Que isso Fabiana, o que o Caíque vai pensar de mim? -perguntou ficando sem graça

- Não se preocupe, sr. Campbell não vou pensar nada, já me acostumei que Emma é um buraco sem fundo -disse rindo e eu revirei os olhos.

- Pode me chamar somente de Bruno. -Caíque sorriu pra ele e enquanto isso eu já estava comendo e observando tudo- Então Caíque, o que você faz da vida? -questionou enquanto se servia. E os outros fizeram a mesma coisa.

Eu me engasguei um pouco com essa pergunta, claro que eu sabia que ele iria perguntar, mas não sei porque fiquei surpresa.

- Eu trabalho na empresa, junto com a sua filha.

Ele ocultou a parte que era meu chefe, mas por quê?

- Muito bem. E seus pais?

- Meu pai faleceu recentemente e minha mãe quando eu era pequeno.

- Ah, meu querido, eu sinto muito. Eu sei como é difícil perder os pais. -ela não o olhou com expressão de pena, mas com compaixão, de como alguém que conhecia essa dor.

Minha mãe perdeu meus avós alguns anos antes de eu me mudar, eles morreram por conta da idade, já estavam bem cansados. Minha avó faleceu primeiro e dois meses depois o meu avô. Ele dizia que só queria se encontrar com ela e que sentia sua falta.

Minha mãe era muito apegada, ver ela passando por toda essa situação, me deixou acabada e eu sabia que não poderia fazer nada para mudar ou pelo menos melhorar. Eu só sabia abraçá-la e tentar deixá-la o mais confortável possível. Eu me senti a pessoa mais inútil do mundo por não poder ajudar.

𝑪𝒂𝒔𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 𝒇𝒂𝒍𝒔𝒐 (𝑪𝑶𝑵𝑪𝑳𝑼𝑰𝑫𝑶)Onde histórias criam vida. Descubra agora