Beautiful When You Don't Try (Adaptação Rabia)

Capítulo 1

Oii, pessoal! Vou começar a adaptar essa história pro universo de Rabia. Espero que vocês gostem!

***

Eu posso fazer isso. Rafaella falou para si mesma, colocando a gola de seu casaco de inverno sobre seu rosto enquanto caminhava pelas ruas lotadas de Nova Iorque. Passaram-se sete anos. Eu mudei. Ela sabe que maturidade vem com o tempo. E ela sempre soube ler e interpretar a personalidade das pessoas melhor do que eu. Ela virou a esquina e viu sua assistente encostada na parede do prédio onde o estúdio ficava. "Já tá tudo pronto?"

A jovem morena arrumou seus óculos de armação grossa mostrando seu nervosismo e sorriu. "Sim, senhora. Já estão terminando de posicionar as luzes e apenas esperando sua aprovação. Seus equipamentos, câmeras, lentes e filtros já estão organizados do jeito que você gosta. O cenário já está no lugar e-"

Ela foi cortada por um pequeno sorriso e uma mão erguida. "Manu. Eu sei que você ainda está se acostumando a trabalhar pra mim." Rafaella abriu a porta e a segurou. "Mas tudo que você tinha que responder a minha pergunta era um 'sim'. Ok?" A fotógrafa gesticulou para que a outra garota entrasse no prédio, a seguindo logo depois. "Eu não sou tão rígida como todo mundo fala e, ao contrário da crença popular, eu não mordo."

Manu riu levemente enquanto as portas do elevador se fechavam. "Claro que não." Ela comentou como se já soubesse disso o tempo todo.

Rafaella arqueou uma sobrancelha e decidiu fazer um teste para ver se sua assistente ia durar. "Na verdade, eu não deveria dizer isso. Eu mordo sim. Só não no trabalho." Ela levantou o olhar para os números brilhantes que indicavam em que andar elas estavam enquanto assistia pelo canto do alho a morena se mexer desconfortavelmente. "Ei, Manu?"

"... Sim, senhora?"

"Você brinca de vez em quando? Faz piada?" O elevador ficou silencioso até Rafaella olhar para sua assistente e sorrir. Depois de outro segundo de hesitação, Manu soltou uma risada nervosa e forçada e o elevador finalmente chegou ao destino delas. Rafaella saiu do elevador primeiro, balançando a cabeça. Ela precisava encontrar alguém com senso de humor para ser sua assistente.

O estúdio era nada mais que um grande e vazio loft que agora estava ocupado com os equipamentos de uma das fotógrafas mais requisitadas da indústria e uma equipe de estilistas, maquiadores, cabeleireiros e outros empregados aleatórios que evitavam contato visual quando Rafaella se aproximava. A fotógrafa não era mais cruel como ela costumava ser durante o ensino médio, mas ela sabia utilizar essa característica se preciso fosse para manter o controle. Ela não podia ser vista como boazinha demais ou mole. Ela ainda era nova no mercado. Mas hoje, a equipe acovardada a estava deixando nervosa. Hoje era o pior dia para ser vista como uma bruxa.

"Ela já tá chegando?" A loira perguntou enquanto tirava seu casaco e o jogava em uma cadeira vaga, logo depois foi fazer mais ajustes no estúdio buscando a perfeição.

"Ela vai chegar a qualquer minuto." Manu falou olhando para a agenda em seu telefone, checando os horários novamente só para ter certeza.

"Isso quer dizer que ela vai chegar em vinte minutos." Rafaella informou sem fazer contato visual.

"Como?"

"Se era pra ela estar aqui agora, então ela vai atrasar mais uns quinze minutos, no máximo trinta. Ela tem que estar elegantemente atrasada pra chamar atenção, mas não extremamente atrasada ao ponto de parecer não profissional." A fotógrafa parou o que estava fazendo e olhou para a confusa e intrigada garota. "Pode faltar qualquer coisa na Bianca Andrade, menos profissionalismo."

Manu seguiu Rafaella de perto enquanto a fotógrafa dava mais uma olhada por todo o estúdio. "Você já trabalhou com ela, então?"

Rafaella riu consigo mesma quanto examinava as luzes. "Não. Não tive esse prazer ainda." Ela franziu a testa. "Isso aqui são luzes quentes?"