"Você ainda tá brava?" Mariana perguntou enquanto Gizelly entrava em seu carro, a empresária ainda estava com a carranca no rosto.
"Eu não tô brava." Gizelly respondeu, soando brava. "Por que eu estaria brava? A gente só tá transando. Não tem sentimento envolvido."
"Certo." A estagiária não estava comprando. Parte dela estava feliz por Gizelly estar mostrando interesse, mas a outra parte não estava. Um relacionamento entre elas seria muito difícil de manter, não só pela distância, mas também porque Gizelly vivia praticamente um trisal em Ohio.
"Eu não tô brava." A empresária reafirmou.
"Ok. Então você não vai se importar se eu sair hoje a noite com a Manu, né?" Os olhos de Gizelly se arregalaram, agora ela estava claramente brava. "Foi o que eu pensei."
"Pelo amor de Deus, quantos anos ela tem mesmo? Doze?"
Mariana rolou os olhos enquanto dirigia. "Ela tem vinte e um. E eu não estava falando sério, claro que não vou sair com ela."
A empresária fez um bico e virou o rosto para a janela. "Ela não conseguiria lidar com você, você é demais pra ela."
"Por quê? Por que eu sou demais até pra você?" Gizelly não respondeu. "As pessoas podem surpreender, viu? Você mesma pensava que a Rafa era uma puritana e ela estava longe de ser."
"Olha, eu não me importo." A empresária tentou finalizar a discussão, mas sabia que isso não aconteceria. Mariana era tão teimosa quanto ela.
"Eu acho que o problema é que você se importa sim. Isso que nós temos era pra ser só sexo, mas você acabou envolvendo emoções também... Talvez você devesse voltar pro seu hotel." Gizelly sabia que isso era o melhor a se fazer, mas ela não queria que as coisas acabassem assim. "As coisas não funcionariam entre a gente de qualquer jeito, Gizelly. Eu gosto de relacionamento, você não. Eu moro em Nova Iorque, você mora em Ohio com seu namorado e namorada..."
"Eu sei, droga! Não preciso que você fique me lembrando. Eu só... Por que você beijou ela? Tudo seria muito mais fácil se você não tivesse feito isso."
"Ela estava toda confusa e precisava de ajuda. E além disso, você não devia se importar com quem eu beijo ou deixo de beijar."
"Bom, quando você tá me fodendo eu me importo."
A estagiária arqueou uma sobrancelha e olhou para Gizelly. Ela estava batalhando internamente tanto quanto Manu, mas por uma razão diferente.
Mariana avistou um estacionamento na beira da pista e parou o carro. "Me beija."
"Quê?"
"Me beija."
Gizelly olhou nos olhos de Mariana mais uma vez antes de atacar seus lábios com um beijo agressivo. A empresária soltou o cinto de segurança e se moveu para sentar no colo de Mariana, gemendo quando sentiu uma mão puxar os cabelos de sua nuca e aprofundar o beijo. Gizelly mal se lembrava que pessoas na rua poderiam ver elas naquela situação, ela só precisava da outra mulher naquele momento. De repente, a estagiária interrompeu o beijo e voltou a olhar para o rosto confuso de Gizelly.
"O que você sentiu?"
"Quê?" A empresária sabia muito bem o que Mariana estava perguntando, mas ela preferia se fazer de desentendida.
"O que você sentiu?" A estagiária a encarou profundamente. "Se você não consegue me dizer, então eu vou te levar pro seu hotel." Gizelly olhou de volta para a mulher, travando uma batalha dentro de si mesma. "Volta pro seu lugar, pra gente ir."
Mariana observou a empresária sair de seu colo e se sentar no banco ao lado. "Não importa o que eu diga. Se eu te disser que tô sentindo algo você vai esperar que a gente tenha um relacionamento ou vai terminar o que a gente tem agora. E se eu disser que não tô sentindo nada você vai ficar magoada."
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Beautiful When You Don't Try (Adaptação Rabia)
RomansaPassaram-se sete anos desde a formatura do ensino médio e Rafaella Kalimann é uma fotógrafa popular e requisitada. Inclusive, seu último trabalho é fotografar a famosa e vencedora de vários prêmios, Bianca Andrade. Tudo começa com uma Rafaella arrep...