Logo, devo começar a me arrumar. Entro em um demorado banho, pois preciso renovar minhas energias para o que deve estar por vir. Escolho para me perfumar um aroma mais adocicado, apetitoso e marcante, como chocolate amêndoado.
[...]
- Eu não quero mais discussões sobre esse assunto, já sabe o que deve fazer. Eu lhe dei autoridade suficiente, mas ainda controlo tudo por aqui. Eu sei de tudo! - falava firme enquanto tirava os óculos escuros ao descer de seu jato.
- Claro pa...digo, senhor. A propósito, tudo está ocorrendo como o planejado. Ari ainda não sabe de nada, como pediu. E na verdade, descobri nosso primeiro alvo. Miguel Gianni. - Lyan diz enquanto o recebe ao pé da escada.
- Certo. Quero mais detalhes sobre ele. - respondo a ele antes de entrarmos no carro que estava nos esperando.
Assim que entram no carro, o celular do Sr. Krankford toca e o atende com certa impaciência. A conversa é breve, mas acalorada. Assim que desliga, redirige a palavra a mim.
- Mudança de planos. Primeiro temos que trocar uma palavrinha com o Mansas e aqueles inúteis dele. Tiveram problemas no porto, e é a segunda vez esse mês. Não vamos deixar passar dessa vez entende. - diz enquanto dá o sinal para o motorista sair com o carro.
[...]
Estalo os dedos de minhas mãos antes de deferir-lhe um soco certeiro em sua mandíbula, fazendo-o cuspir uma quantidade razoável de sangue.
- Sabe que seria melhor se me dissesse exatamente o que aconteceu, Senhor Mansas. - Sr. Krankford fala de forma pausada e entediada. - Ou não vou ter outra escolha. - termina rindo e sinalizando para que eu continue.
Me posiciono e lhe acerto mais alguns socos em sua face, até perceber que minha mão já está suja com seu sangue. A adrenalina me toma, incentivando-me a impor mais golpes, e cada vez mais fortes. Tenho sede por mais. Aquela dor amortecida que começa a tomar minhas mãos é completamente viciante. A mistura de gemidos de dor em meio a súplicas de desespero são como uma doce música que me revitaliza.
- Livrem-se do corpo. - são as últimas palavras do Sr. Krankford antes do nosso carro arrancar.
Limpo e enfaixo minhas mãos machucadas com retalhos de tecido que rasguei da minha camisa. Será o suficiente até chegarmos ao hotel para nos arrumarmos.
Logo na entrada do luxuoso hotel haviam seguranças à nossa espera, não eram nada discretos por suas vestimentas pretas e seus portes físicos em meio a arquitetura refinada. Inclusive no corredor de acesso à cobertura onde estávamos hospedados.
- Ricardo, mande chamar a Lili para mim. - grito enquanto tiro minha camisa e caminho em direção ao banheiro.
A água quente caindo sobre meu corpo e o vapor dão margem a minha mente. Quando fecho os olhos consigo ouvi-la, senti-la ali, seu cheiro e seu doce sabor. Quando ouço a porta do quarto sou liberto do meu devaneio.
- O senhor mandou me chamar?! Precisa da minha ajuda? - Ouço a voz de Lili do outro lado da porta.
- Me espere na cama meu benzinho... - respondo a ela e me apresso para terminar o banho.
Seco levemente meu corpo e cabelos. Apenas enrolo a toalha em minha cintura e saio do banheiro. Vejo Lili sentada com as pernas cruzadas na frente da cama, vestindo um sobretudo preto. Assim que me aproximo ela levanta e me chama com o indicador. Paro em sua frente.
- Eu estou aqui todinha pra você. - ela cochicha em meu ouvido logo abrindo os botões do sobretudo, revelando estar luxuosamente seminua.
Assim que ela o tira completamente empurro-a na cama.
- Vinte e cinco minutos. Acho que é o que eu preciso antes da noite começar...- é o que digo antes de começar a beijar seu pescoço.
[...]
São 21:55 quando paro com o carro em frente a faculdade de Ari. Decido mandar uma mensagem.
[mensagens on]
-[Lyan]: Sabe xuxu, eu estou ansioso pela noite de hoje. E você?
-[Ari]: Nem tanto.
-[Lyan]: Ótimo! Sinal de que vai se surpreender ;)
-[Lyan]: Se estiver pronta, venha. Estou esperando do outro lado da rua.
[mensagens off]
Hoje o capítulo foi mais curtinho, mas tem muito por vir ainda ;)
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Imperfeita não por opção
Teen FictionQuando Ariadna percebe já é tarde demais. Como em uma areia movediça, quanto mais tenta escapar mais ela afunda. Assim como o amor e o ódio são faces da mesma moeda que todos carregam no bolso, a esperança e a entrega também se fazem presentes...